quarta-feira, 27 de junho de 2007

Sexto envolvido no caso da doméstica se apresenta quinta


O jovem, identificado como Artur, vai depor nesta quinta como testemunha. Delegado diz que ele não está envolvido nas agressões à doméstica Sirlei.







Alba Valéria Mendonça







Do G1, no Rio







Um jovem chamado Artur, de 20 anos, era o sexto ocupante do carro em que estavam os acusados de espancar a doméstica Sirlei Dias de Carvalho. O delegado responsável pelas investigações, Carlos Augusto Nogueira Pinto (16ª. DP, Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio), anunciou que ele deverá ser apresentar nesta quinta-feira (28), à tarde.







O delegado Nogueira adiantou que Artur será ouvido na condição de testemunha, porque ele não participou das agressões. Ele estaria dormindo no carro no momento em que os colegas teriam agredido e roubado Sirlei e nem chegou a ser citado pelos envolvidos.







Taxista e frentista depõem







Terminou por volta das 13h o depoimento do taxista que testemunhou a empregada doméstica Sirlei Dias de Carvalho Pinto ser agredida na madrugada de sábado (23). Ele chegou à delegacia por volta das 11h. Foi ouvido também o frentista de um posto de gasolina onde os acusados teriam se envolvido numa briga. A polícia não forneceu a identificação deles.







O delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto informou que o taxista estava muito nervoso. E que, ainda segunda a testemunha, os jovens presos formam um grupo de alta periculosidade. No depoimento, o taxista confirmou ter visto Sirlei e as outras duas mulheres que estavam no ponto de ônibus serem espancadas. Ele acrescentou que Sirlei foi o alvo principal do grupo.







"Nunca vi ninguém tão chocado, tão transtornado, como o taxista. Ele realmente está abalado. Chorou muito durante o depoimento e mal conseguiu assinar o documento", acrescentou o delegado, informando que a testemunha ainda perseguiu os agressores até o posto de gasolina, onde conseguiu anotar a placa do carro dos universitário.







Briga no posto







O delegado chegou à 16ª DP junto com o frentista do posto de gasolina que afirma ter visto uma briga de aproximadamente 15 jovens na praça em frente ao condomínio Riviera, também na Barra da Tijuca.







O funcionário do posto de gasolina contou que estava trabalhando quando foi chamado por um jovem para ajudar a socorrer seu amigo que estava sendo agredido por um grupo de rapazes que tinham acabado de chegar. A testemunha correu para ajudar a vítima e viu os agressores chutando e dando socos na vítima, que estava caída no chão, numa pracinha ao lado do posto."






Ele reconheceu Rubens e Leonardo. Não conseguiu ver o rosto dos outros agressores, pois estava muito escuro. Ele contou ainda que Rubens estava com duas pedras nas mãos, provavelmente para não usar os próprios punhos na briga. Estamos tentando identificar esta vítima, mas sabemos que jovens que apanham de outros jovens não costumam dar queixa dos agressores", disse o delegado.






Nesta quarta-feira, o delegado conseguiu pegar as imagens da fita da segurança do condomínio onde trabalha Sirley. Nas imagens, a doméstica aparece se despedindo de outros funcionários do condomínio e saindo com sua bolsa.






Logo depois, ela aparece de volta, com a mão no rosto, machucada e sem a bolsa. O funcionário do posto disse ainda que esses jovens costumam brigar e depois se reunir na pracinha para relatar seus feitos.







Formação de quadrilha







Segundo o delegado, os cinco universitários que participaram da barbárie poderão ser indiciados também por formação de quadrilha. Depois de ouvir o depoimento do taxista que anotou a placa do carro dos universitários e de um funcionário de um posto de gasolina na Barra, onde os jovens teriam participado de uma briga após espancarem Sirley, o delegado disse que há fortes indícios de que os acusados costumam espancar e roubar suas vítimas.






"Colhemos informações entre pessoas que trabalham ou moram na orla, que nos informaram que geralmente eles espancam mulheres e roubam seus pertences. Acredito que as vítimas estejam na prostituição, pois nunca recebemos denúncias sobre esses casos. As vítimas provavelmente são pessoas que não querem aparecer numa delegacia", disse Pinto, que há seis meses está na 16ª DP.

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