sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A herança da doutora Zilda, por Dom Murilo S. R. Krieger

Não sei se a doutora Zilda Arns deixou algum testamento por escrito. Se o deixou, nem será preciso abri-lo, pois ela já o escreveu no coração de milhares de voluntários da Pastoral da Criança. Sua herança são as crianças mais pobres e abandonadas. Seus herdeiros somos nós, responsáveis, agora, pela obra que ela iniciou. Ouvi-la falar era participar de uma rara lição de liderança e solidariedade. De liderança: líder é a pessoa que transmite entusiasmo. De solidariedade: transmitia dois ensinamentos fundamentais de Jesus Cristo. O primeiro deles: Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância (Jo 10,10). Por isso, dona Zilda não podia entender que uma criança vivesse necessitada ao seu lado, sem que se debruçasse sobre ela. Dedicou sua vida para que as crianças, de qualquer religião ou país, tivessem dignidade e amor. O segundo ensinamento de seu Mestre fazia seus olhos brilharem quando o repetia: Todas as vezes que fizestes isso a um destes pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes (Mt 25,40). Morreu a serviço desses pequenos.

Por sinal, a inspiração para esse serviço, que daria origem à Pastoral da Criança, foi de seu irmão, o cardeal Dom Paulo. Ele sentia ser necessário fazer alguma coisa pelas crianças necessitadas. Mas fazer o quê? Sem ter uma resposta concreta a essa pergunta, passou o problema para sua irmã, médica pediátrica. O início da Pastoral da Criança foi humilde, perto de Londrina. Hoje, se estende por milhares de cidades e dezenas de países. Muitos dirão: “Que pena que morreu, tendo tanto trabalho pela frente!” Não será essa expressão uma espécie de acomodamento? Não será mais lógico dizer: “Que herança que a doutora. Zilda nos deixou! Quanto trabalho nós temos, agora, pela frente, para que outras crianças, pobres e necessitadas, tenham vida, e tenham vida em abundância”?



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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

FMI anuncia assistência de US$ 100 milhões para Haiti

AE-AP - Agencia Estado


WASHINGTON E VIENA - O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse hoje que a organização vai fornecer US$ 100 milhões em assistência para o Haiti. Segundo Strauss-Kahn, o FMI está trabalhando com outras agências internacionais para mobilizar assistência o mais rápido possível para ajudar o Haiti nas tarefas de reconstrução.

Ele disse também que o fundo de emergência irá para um programa do FMI já existente para auxiliar a ilha. Ontem, o Banco Mundial informou que vai doar US$ 100 milhões para o país caribenho.

Ação coordenada da UE

A Espanha, que ocupa a presidência rotativa da União Europeia (UE), pediu hoje que os 27 membros do bloco participem de uma ação coordenada para ajudar os sobreviventes do terremoto que atingiu o Haiti anteontem. "Queremos formular um plano de ajuda com os diferentes ministérios de desenvolvimento, e que seja o mais estruturado possível," disse o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero.

"Primeiro, nós precisamos coordenar as ações de socorro com o presidente da Comissão Europeia", afirmou Zapatero. "Além disso, o Ministério de Relações Exteriores da Espanha está se coordenando com o representante de políticas externas da UE".

O líder espanhol não rejeitou a possibilidade de enviar ajuda militar europeia "se isso for necessário e fizer sentido". Um grupo de soldados espanhóis já está no Haiti para avaliar a situação. A Espanha enviou hoje o quarto avião para a ilha, e um quinto já está aguardando para decolar com mais ajuda para os haitianos, disse Zapatero.



Com informações da Dow Jones.



www.estadao.com.br


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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Chuva causa estragos e deixa um morto no Vale do Paranhana


Segundo a Metsul, as pancadas podem continuar na região nesta segunda-feira.
Claucia Ferreira e Halder Ramos/Da Redação






Três Coroas - O temporal da manhã de ontem deixou um rastro de destruição no Vale do Paranhana. Em quatro horas – das 8 às 12 horas – choveu o equivalente à média mensal de 100,4 milímetros. Na localidade de Sander, em Três Coroas, um homem morreu ao tentar salvar a mãe. O Loteamento Semaco foi um dos mais atingidos. No Morro da Praia, próximo ao limite de Três Coroas e Igrejinha, três casas foram levadas pela enxurrada e duas crianças foram resgatadas do barro, mas passam bem. Outras duas casas foram atingidas pelos entulhos e destruídas parcialmente.

Com a chuva, o Rio Paranhana transbordou e trouxe prejuízos materiais para centenas de famílias ribeirinhas. Em alguns pontos, a água alcançou dois metros de altura e inundou residências. Na encosta da RS-115, houve queda de barreiras. Barro, árvores, pedras e lixo rolaram ladeira abaixo e, em vários trechos, o trânsito chegou a ser interrompido, mas já está liberado.
A maior tragédia natural já registrada na região de Sander aconteceu em 10 de fevereiro de 1971, quando uma enxurrada deixou 17 mortos, seis de uma única família de oito pessoas.

Conforme o comandante do Corpo de Bombeiros de Três Coroas, Augusto Dreher, o horário mais crítico ocorreu por volta das 12 horas. "Com a água que desceu da encosta, o Rio Paranhana transbordou e a cidade ficou debaixo d’água. Além do deslizamento no Morro do Semaco, o Vilão e o Loteamento dos Eucaliptos sofreram com o temporal", resume.

Segue o risco de temporais

As pancadas de chuva podem continuar na região hoje. O dia será de sol e nuvens, com períodos de maior nebulosidade. O tempo deve ser abafado e quente, o que pode provocar chuvas típicas de verão. De acordo com a MetSul Meteorologia, as máximas devem ficar entre 31 e 33 graus. Amanhã, o dia será de sol entre nuvens, mas a nebulosidade aumenta da tarde para a noite. A chegada de uma frente fria traz risco de chuva forte e temporal no fim da terça e no início da quarta-feira.

Homem morre ao tentar salvar a mãe

Ao tentar salvar a mãe, que havia caído em um córrego, no bairro Sander, em Três Coroas, Iremar Pautes Batista, 49 anos, foi levado pela forte correnteza e acabou sendo jogado para dentro de um bueiro. Ele não resistiu ao acidente e seu corpo foi encontrado a 300 metros do local onde caiu. Seu amigo João Rafael Venturine, 45, também pulou na água e conseguiu retirar a mãe de Iremar, mas não conseguiu salvar a vida do amigo. "A força da água era muito forte. Segurei ele pelos cabelos, mas não tive forças. Me agarrei em galhos de árvores. Pensei que ia morrer também", conta Venturine. Batista deixa a esposa e um filho de 18 anos. Natural de São Luiz Gonzaga, o funcionário público municipal será velado na cidade natal e enterrado no município de Rolador.

Foto: Sandro Sewald/GES



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