quinta-feira, 5 de julho de 2007

Paquistão: Oito estudantes radicais detidos em confrontos

Oito estudantes islamitas armados foram hoje capturados, quando tentavam sair da Mesquita Vermelha de Islamabad, onde estão refugiados cerca de 60 dos seus colegas, anunciou um responsável das forças paquistanesas estacionadas em redor do edifício.

«Tentaram fugir e nós capturámo-los. Procuramos saber de onde vêm e o que faziam na mesquita», disse um oficial da polícia.

Um tiroteio precedeu o anúncio destas prisões. Segundo indicações fornecidas pelos militares, os oito estudantes radicais capturados abriram fogo durante a sua tentativa de fuga.

Os confrontos armados que opõem há três dias os estudantes às forças armadas fizeram já 19 mortos, segundo um novo balanço fornecido pelo ministro do Interior, Aftab Sherpao.

«Há ainda cerca de 60 estudantes radicais no interior e estão armados com carabinas de assalto AK-47, granadas e bombas artesanais. Alguns mantêm retidas mulheres e crianças«, adiantou o ministro.

Várias explosões e disparos de armas automáticas ouviram-se perto da Mesquita Vermelha, sobrevoada por helicópteros de combate Puma, e veículos blindados encaminhavam-se para o edifício, indicaram jornalistas no local.

«Houve uma troca de tiros. Os soldados aproximaram-se da mesquita e foram acolhidos por disparos. Ripostaram e o tiroteio prolongou-se por vários minutos», declarou um responsável das forças de segurança, que solicitou o anonimato.

«Não houve feridos do nosso lado«, acrescentou.

As explosões deviam-se provavelmente a granadas lançadas pelos estudantes, indicaram responsáveis.

Segundo o ministro dos Assuntos Religiosos, Ijaz-ul Haq, cerca de 30 radicais islamitas mantêm como »escudos humanos« mulheres e crianças no interior da mesquita, apesar de um apelo a que se rendessem do dirigente capturado do local de culto, sitiado há dois dias.

De acordo com o ministro, os radicais são guarda-costas do líder da mesquita, Abdul Aziz, detido quarta-feira à noite quando tentava sair do edifício cercado, disfarçado de mulher.

Um alto responsável governamental indicou que o presidente Pervez Musharraf proibiu para já o lançamento de um assalto devido à presença de mulheres e crianças na mesquita.

«O presidente considerou que deviam ser desenvolvidos esforços para fazer sair as mulheres e as crianças», declarou o responsável.

Musharraf afirmou também que não admitia negociações com o chefe adjunto da mesquita, Abdul Rashid Ghazi, e que este devia render-se.

Cinco mil rapazes e quatro mil raparigas estudantes, com idades entre os 10 e os 20 anos, seguem as aulas da escola corânica da Mesquita Vermelha.

Contudo, segundo as autoridades, a mesquita é considerada um viveiro de militantes islamitas e suspeita de servir de refúgio aos talibãs que combatem no Afeganistão.

Diário Digital / Lusa

Jornalista libertado em Gaza diz que sequestro foi "assustador"

Por Nidal Al Mughrabi








GAZA (Reuters) - Alan Johnston, jornalista da BBC que era mantido como refém na Faixa de Gaza, foi libertado na quarta-feira, graças a um acordo entre o grupo islâmico Hamas, que governa a região, e a facção responsável pelo sequestro, ligada a um clã e inspirada na Al Qaeda.








"É simplesmente a coisa mais fantástica estar livre. Foi uma experiência assustadora", disse o jornalista à própria BBC na casa de Ismail Haniyeh, líder local do Hamas, depois de passar 114 dias como refém do obscuro Exército do Islã.








Johnston disse ter adoecido algumas vezes e passado 24 horas acorrentado, mas que só apanhou "um pouco" na última meia hora da captura, já no carro que o levaria para a liberdade, no meio da noite. Ele contou que passou três meses sem poder ver o sol, e que na maior parte do tempo ficava em "confinamento solitário".








Haniyeh, que era o primeiro-ministro no governo de coalizão palestino desfeito no mês passado, disse que o resultado "confirma (que o Hamas) leva a sério a imposição da segurança e da estabilidade".








Khaled Meshaal, o líder máximo do Hamas, que vive no exílio, disse à Reuters que a libertação do britânico contrasta com a "anarquia e o caos" que predominavam na Faixa de Gaza antes da expulsão das forças do grupo laico Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, cujo poder agora se restringe à Cisjordânia.








Já Yasser Abed Rabbo, assessor de Abbas, comparou a situação a "um filme em que os bandidos de Gaza brigam e um deles diz ser honesto e bravo, e o outro é o cara malvado".








O próprio Abbas, porém, comemorou o fim do sequestro, que disse prejudicar todos os palestinos, e propôs a dissolução de todos os grupos armados.








Johnston, único correspondente ocidental radicado na Faixa de Gaza, afirmou ter sentido que seus sequestradores cederam à pressão depois que o Hamas derrotou a Fatah, há três semanas. "Quando o Hamas assumiu o controle, aquilo mudou a atmosfera completamente", observou.
Ele descreveu o Exército do Islã como "um pequeno grupo jihadista", mais interessado em fazer mal à Grã-Bretanha do que no conflito palestino com Israel.








Autoridades dizem que o grupo tem como principal base de apoio o clã Doghmush, cujo reduto, na Cidade de Gaza, foi isolado por homens armados do Hamas durante as negociações.








Mediadores disseram que a libertação foi selada por uma "fatwa" (decreto religioso) exigindo o fim do sequestro. Eles afirmaram ainda que não houve pagamento de resgate ou qualquer pré-condição. Antes, o grupo exigira que a Grã-Bretanha e outros países libertassem prisioneiros muçulmanos.








"Sonhei muitas vezes que estava livre e sempre acordava naquela sala. Agora realmente acabou, e é indescritivelmente bom estar fora", disse Johnston, um escocês que completou 45 anos no cativeiro, período que descreveu durante entrevista coletiva como o pior da sua vida, "como estar enterrado vivo".








Ele contou que temeu por sua vida imediatamente depois do sequestro e quando foi filmado usando trajes explosivos, num vídeo em que os sequestradores alertavam as forças do Hamas a não tentarem libertá-lo.








Diplomatas britânicos levaram Johnston de carro para o consulado em Jerusalém. A Grã-Bretanha, como outras potências, reconhecem apenas o governo mantido por Abbas na Cisjordânia, e não o domínio do Hamas em Gaza. Mas o chanceler britânico, David Miliband, reconheceu o "papel crucial" de Haniyeh e de outros líderes do Hamas.








Johnston, que acompanhava o noticiário por rádio, agradeceu as pessoas de todo o mundo e seus colegas pelo apoio. Em nota, a BBC se disse "extremamente aliviada". Parentes do repórter afirmaram estar "transbordando de alegria" depois de "viver um pesadelo".








(Com reportagem de Julian Rake na Passagem de Erez, Wafa Amr e Mohammed Assadi em Ramallah, Alastair Macdonald e Avida Landau em Jerusalém e Shams Odeh e Suhaib Salem em Gaza)

Clínica volta a funcionar após morte de paciente

Tássia Novaes, do A Tarde On Line

A clínica ginecológica, Clilab, onde a dona-de-casa Iolanda Macedo Silva, 50 anos, foi morta durante troca de tiros, enquanto aguardava para ser atendida, voltou a funcionar na tarde desta quarta-feira, 4.

Iolanda foi atingida na barriga e no peito por bala perdida por volta das 4h30 da manhã. Chegou a ser levada à emergência do hospital Ernesto Simões, mas não resistiu aos ferimentos. O sepultamento foi realizado nesta quarta-feira, às 11 horas, no cemitério Quinta dos Lázaros, na Cidade Nova.

Durante a manhã a clínica esteve fechada. Só reabriu no período da tarde para atender consultas de pacientes vindos do interior. “Não conseguimos desmarcar”, disse uma médica que preferiu não se identificar. "Mas recebemos ligações de pacientes que estavam com medo de vir aqui", comentou.

Localizada na Rua Tenente Mário Alves, na Liberdade, a clínica atende principalmente moradores do bairro e pessoas do interior por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Funciona há 25 anos no local das 7h30 às 17h30. No horário em que está aberta, conta com serviço de segurança particular. No momento em que Iolanda foi atingida, a clínica estava fechada.

Clima de tensão - No dia seguinte ao crime, predominou o clima de tensão e receio entre os pacientes e funcionários da clínica. Procurados pela reportagem, ninguém quis conversar tampouco se identificar. Todos alegaram ter medo de sofrer retaliações caso se pronunciassem sobre o assunto.

Vizinho à clínica, o dentista Eduardo Martinez, 26 anos, passou o dia realizando atendimentos com o portão do consultório odontológico trancado com cadeado. “É triste, mas quem fica atrás das grades é o inocente", comenta. Quando chegou para trabalhar na terça-feira de manhã viu marcas de tiro no vidro de um carro estacionado na porta do consultório. "Outros imóveis aqui já foram assaltados, a maioria tem segurança particular”, conta.

Por ter receio de ser vítima de violência, Martinez encerra o atendimento às 17 horas. “Fecho tudo antes de escurecer justamente para evitar não sair muito tarde”, diz.

Na mesma rua funcionam ainda um mercadinho, uma clínica ortopédica e um consultório veterinário. Os proprietários dos imóveis também não quiseram se identificar, mas disseram ter medo de perder a clientela devido a fatalidade ocorrida na última terça-feira.

Segundo Elivaldo Castro Novaes, 30 anos, funcionário da clínica veterinária, o movimento de pessoas na rua nesta quarta foi menor que nos dias anteriores. "Acho que as pessoas se recolheram em casa, estão evitando vir para a rua", disse. O local onde trabalha também não funciona à noite. "Às vezes, os clientes até reclamam que a gente fecha muito cedo, mas faz medo trabalhar aqui até mais tarde".
Agentes da 2ª Delegacia estiveram em diligência no período da manhã para investigar o caso, mas até o momento os autores dos disparos não foram identificados.

Desenvolvimento: Brasil e UE fazem uma associação estratégica

Por Mario de Queiroz, da IPS
A mesa de negociações não precisou de tradutores. Tudo foi acertado em português na cúpula entre o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates Pinto de Sousa, e o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. Na segunda fila, dirigentes e especialistas da União Européia acompanhavam com fones de ouvido a tradução do que Sócrates, presidente do Conselho da UE, e Barroso, que encabeça o órgão executivo comunitário, acertavam com o chefe de Estado do maior país da América Latina.
encerrar o encontro, o Presidente Lula recordou que “as relações do Brasil com a União Européia existem há muito tempo, mas as relações com Portugal são muito mais antigas, quando o Brasil ainda não era um país, mas um espaço, e, coincidência ou não, foi necessário que um português presidisse a Comissão e Portugal o Conselho para que finalmente Brasil e UE chegassem a uma associação estratégica”. Sócrates e Lula anunciaram que o acordo assinado inclui a ação em fóruns mundiais para impulsionar a reforma dos principais órgãos da Organização das Nações Unidas, porque, segundo o presidente brasileiro, “o mundo de hoje é totalmente diferente do existente na de´cada de 40, quando a ONU foi fundada”.
Os três aspectos fundamentais do acordo foram a aposta no multilateralismo efetivo, reforçando as organizações internacionais, uma resposta às alterações climáticas mediante o uso de biocombustíveis e o comércio mundial, no qual “nem Brasil nem União Européia desejam triunfar nas negociações. O que desejamos é justiça e equilíbrio”, explicou Sócrates. Depois do fracasso da reunião entre Brasil eu, Estados Unidos e Índia (o Grupo dos Quatro) do dia 21 de junho em Potsdam, na Alemanha, para destravar a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, Brasília vê nesta associação estratégica com o bloco uma possibilidade de aproximar posições na delicada questão do protecionismo agrícola europeu e norte-americano.
O Presidente Lula encabeçou as reivindicações dos países em desenvolvimento, pedindo à UE e aos Estados Unidos reduções significativas nas subvenções aos seus agricultores, ao mesmo tempo em que Washington e Bruxelas tentam fazer com que Brasil, Índia e outros países em desenvolvimento abram os mercados aos seus produtos industriais e serviços. Apesar das dificuldades, o mandatário brasileiro se mostrou otimista sobre a Rodada de Doha, pois os governos dos países industrializados mais tarde poderão se arrepender por não ajudar agora os pobres. “Sou um homem de esperança, mas nem sempre os acordos são fáceis”, disse Lula. Além disso, as duas partes se comprometeram a perseverar nas negociações para conseguir a associação estratégica entre a União Européia e o Mercosul (formado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e a Venezuela em processo de adesão), que já tem uma década de tentativas sem sucesso.
A primeira cúpula Brasil-União Européia que concluiu na tarde de ontem em Lisboa cumpriu uma das grandes apostas de Sócrates para sua presidência comunitária. A participação de destacados líderes europeus no jantar em homenagem ao Presidente Lula oferecido pelo seu colega de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, demonstra que está iniciativa é dos 27 países do bloco. Entre os presentes estavam o presidente da França, Nicolas Sarkozy, principal guardião da protecionista Política Agrária Comum européia; o primeiro-ministro da Espanha, José Luís Rodríguez Zapatero, e os primeiros-ministros Romando Prodi, da Itália, e Janez Jansa, da Eslovênia, que será o próximo presidente da UE.
Até agora, a União Européia mantinha este tipo de cúpula com Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá, Índia, China e África do Sul. Agora une-se ao grupo o imenso país sul-americano, quinta área geográfica do mundo, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados e 188 milhões de habitantes, com produto interno bruto de US$ 1,7 bilhão, números que colocam o Brasil como a nova economia mundial. O primeiro-ministro português disse que a falta de uma cúpula com o Brasil, “país líder das economias emergentes”, se devia ao fato de que “existiu uma lacuna na política externa da UE e quem estava em melhores condições de corrigir este erro era Portugal”.
Agora que o acordo está assinado, todos aplaudem, mas para a diplomacia portuguesa a meta implicou uma longa marcha de nove meses. Primeiro, teve de convencer seus pares da UE e depois o próprio Itamaraty, liderado por Celso Amorim, disse à IPS a analista Teresa Sousa, uma das mais destacadas especialistas portuguesas em política comunitária. Os argumentos usados pelo governante de Portugal acabaram convencendo os mais reticentes europeus sobre a oportunidade da cúpula, no momento em que o Brasil assume uma atitude critica diante das negociações de Doha para a liberalização do comércio mundial.
Sócrates e seu chanceler, Luís Amado, argumentaram que não era coerente a UE manter associações estratégicas com Rússia, Índia e China, três dos quatro grandes países emergentes que estão determinando a geopolítica mundial, excluindo o quarto, o Brasil, disse Sousa. Sócrates contou com o decidido apoio da chanceler alemã, Angela Merkel, cuja atitude foi determinante durante a precedente presidência comunitária, avalizada pelo peso político e diplomático da Alemanha.
“A Europa tem de apoiar uma grande democracia que conta com peso e influência para não deixar que o pêndulo da balança latino-americana se incline para o lado de Hugo Chávez” (presidente da Venezuela), disse Sousa. Na frente brasileira, a tarefa empreendida pelos portugueses não foi mais fácil. Foi necessário esclarecer as dúvidas e convencer o Itamaraty de que não se tratava de uma iniciativa de Lisboa, isolada do restante da UE, que aparece no momento em que o Presidente Lula desenvolve relações pragmáticas com os Estados Unidos, apesar das diferenças de fundo entre Brasília e Washington.
A Portugal cabe mediar como “um pequeno país europeu que usa sua história global para alcançar um papel importante no mundo globalizado, no qual o Brasil será uma das grandes potências, um dos cinco países mais poderosos do mundo em 2050”, afirmou ontem um editorial do Diário de Notícias, de Lisboa. Outro aspecto relevante foi o crescente papel desempenhado pelos biocombustíveis na batalha contra a mudança climática que ameaça o planeta.
Está fonte energética, usada em 40 países, tem no Brasil a base de uma ampla experiência, ao contar com 336 fábricas de álcool de cana-de-açúcar que produzem 130 milhões de litros, e deverá aumentar o número de usinas para 409 até o final de 2013. Entretanto, o uso destes combustíveis ainda está engatinhando na UE, que no momento se limita a planejar o consumo de modestos 10% de etanol até 2020, quase todo dedicado ao transporte público.
A cooperação neste campo foi especialmente atraente para os líderes do bloco depois do Conselho Europeu de março último, quando foi aprovada uma diretriz de Durão Barroso sobre política energética obrigando os Estados-membros a usarem, até 2020, 20% da energia a partir de fontes renováveis. O risco maior para a presidência portuguesa da UE – segundo todos os observadores – é que o diálogo estratégico iniciado ontem não se concretize em assuntos vitais e acabe reduzido a um retórico debate sobre Doha, os subsídios agrícolas e a abertura para o Sul dos mercados do Norte.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Após derrota da lista, Câmara vota outro ponto da reforma

Fidelidade partidária é considerada, pelos líderes partidários, ponto menos polêmico

Denise Madueño, do Estadão

BRASÍLIA - O líder do PSDB, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), informou nesta quarta-feira, 4, que a votação da reforma política marcada para esta tarde deverá começar pelo fidelidade partidária, já que, segundo Pannunzio, esse ponto é considerado o menos polêmico pelos líderes partidários. Na semana passada, os deputados rejeitaram o sistema de voto em lista preordenada pelos partidos políticos, considerado ponto mais polêmico da reforma.

O placar registrou 252 votos contrários, 181 favoráveis e 3 abstenções, rejeitando as duas propostas: lista fechada e a flexível. Com a decisão, o eleitor continuará votando diretamente no candidato de sua preferência, como é atualmente. A lista provocou divergências entre os partidos e adiou a votação da reforma por dias.

Além da fidelidade partidária, a reforma política vai tratar de mais dois pontos: o financiamento de campanhas eleitorais e o fim das coligações partidárias . A proposta que será levada à votação por um grupo de partidos prevê o financiamento público exclusivo para os cargos majoritários (presidente da República, governadores, prefeitos e senadores) e financiamento privado para as campanhas a eleições proporcionais (deputados federais, distritais, estaduais e vereadores) com a fixação de um teto de gastos.

A proposta do grupo de partidos (PT, DEM. PCdoB, PMDB), que foi concluída nesta manhã, fixa o valor do financiamento público ao equivalente a R$ 5 por eleitor, o que daria em torno de R$ 630 milhões, mais R$ 0,80 por eleitor se houver segundo turno, o que acrescentaria cerca de R$ 100,8 milhões. No caso das campanhas para cargos proporcionais, o cálculo para o teto deverá ter por base a média dos gastos da campanha passada dos eleitos, de acordo com cada Estado ou município.

Já o terceiro ponto prevê o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais e a possibilidade de criação das federações de partidos. O terceiro, tratará de fidelidade partidária. O acordo envolveu apenas os temas que deverão ser votados, o que não significa que essas propostas serão aprovadas.

(Com Agência Câmara)

Zaragoza negocia para ter Bruno


Clube espanhol está em entendimentos com MSI. Flamengo espera até sexta-feira









GLOBOESPORTE.COM No Rio de Janeiro









Bruno já tem idéia de onde irá jogar na Europa. O Flamengo divulgou nesta quarta-feira que o Real Zaragoza negocia com a MSI para ficar com o atleta.









O clube de Aragón disputa a Primeira Divisão do Campeonato Espanhol e atualmente tem como goleiro César Sanchez. O acerto entre os investidores e o Zaragoza está próximo. Falta apenas o "ok" de Bruno, que segue dizendo que prefere continuar na Gávea.









Nesta quarta, ele foi ao Mineirão assistir ao jogo contra o Atlético-MG (confira no vídeo).








Enquanto isso, a diretoria rubro-negra soltou uma nota oficial avisando que espera pelo atleta somente até sexta-feira.










Confira a íntegra da nota oficial do Flamengo:










"O goleiro Bruno chegou ao Flamengo ano passado e desde a sua primeira partida conquistou a diretoria e a Nação Rubro-Negra.









Por tudo isto, o Flamengo tem envidado todos os esforços para mantê-lo.









Embora o Fla compreenda os interesses comerciais que hoje fazem parte do mundo do futebol, fez ver aos investidores que detêm os direitos sobre o atleta que a indefinição quanto ao seu destino impede a administração planejada de uma equipe de futebol.









Os referidos investidores entenderam as razões do Clube e se comprometeram a definir até sexta feira a permanência ou não de Bruno no Flamengo.









Em consideração ao atleta e em nome dos interesses maiores da Instituição estabelecemos o dia 6 de julho como prazo limite para o registro do contrato do jogador. Rio de Janeiro, 4 de julho de 2007 Departamento de Futebol do Flamengo"

Produção industrial cresceu 1,3% em maio

Adriana Brendler Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A produção industrial brasileira avançou 1,3% de abril para maio, a maior taxa registrada desde dezembro de 2005. É o oitavo mês consecutivo de resultados positivos na indústria. Os números são da Pesquisa Industrial Mensal divulgada hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).De acordo com o levantamento, os ramos de atividade que mais contribuíram para o aumento da produção industrial foram os de veículos automotores (3,7%), farmacêutica (8,3%) e máquinas e equipamentos (3,1%).

Na avaliação que considera a produção industrial pelas suas categorias de uso, o destaque foi a classe de bens de capital - itens empregados para produção nos vários pontos da cadeia econômica -, que tiveram expansão de 5,1%. Embora com menor intensidade, também houve incremento na produção de bens de consumo, tanto os duráveis como os semi e os não-duráveis.

Para o coordenador da pesquisa, Silvio Sales, os dados de maio deixam mais clara a expansão do setor industrial, que vem sendo observada desde setembro do ano passado, puxada principalmente pelos bens de capital. “É um crescimento cada vez mais generalizado, liderado pela produção de bens de capital, e esse perfil de crescimento é bem saudável para o país. Significa uma contínua ampliação da capacidade produtiva, o que abre espaço para uma capacidade de atender a um eventual aumento de demanda futura”.

Segundo Sales, uma fase semelhante de crescimento contínuo na produção da indústria foi observada somente em 2004, mas na época era calcada principalmente em bens duráveis voltados para exportação, enquanto que agora a expansão é resultado da ampliação de bens de capital para o mercado interno.

A pesquisa do IBGE também apontou crescimento de 4,9% na produção industrial em maio comparada com o mesmo período do ano passado. Nesta comparação, os segmentos com melhor desempenho foram os da indústria de máquinas e equipamentos (19%) e o de veículos automotores (10,8%).

Entre as categorias de uso, mais uma vez os bens de produção foram os que apresentaram a taxa mais elevada (19,4%), impulsionados pelos resultados dos subsetores de bens de capital para energia elétrica (24%) e para fins agrícolas (42,8%).

“O acréscimo de mais de 40% na produção de máquinas e equipamentos reflete a expectativa do setor agrícola sobre o desempenho da agricultura este ano” avaliou Sales.
Com os dados de maio, a produção industrial acumula crescimento de 4,4% em 2007. O maior impacto positivo na taxa vem da produção de máquinas e equipamentos, que registra expansão de 16,5% nos cinco primeiros meses do ano.
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Atrasos diminuem nos aeroportos de todo o País, diz Infraero

Dos 775 vôos programados, 120 sofreram atrasos de mais de uma hora

SÃO PAULO - A Infraero divulgou nesta quarta-feira, 4, um balanço dos atrasos em vôos nos principais aeroportos do País. A situação estava bem melhor se comparado ao caos que tomava conta dos aeroportos em todo o País nos últimos dias. Da meia-noite desta quarta-feira até as 12 horas, dos 775 vôos programados, 120 sofreram atrasos superiores a uma hora, o que corresponde a 15,4%, e outros 46 foram cancelados (5,9%).

No Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, dos 93 programados, 28 sofreram atrasos de mais de uma hora (30,1%) e oito vôos foram cancelados (8,6%). O alto índice deveu-se a um nevoeiro que prejudicou a visibilidade na pista e restringiu as operações. Já em Congonhas, apenas oito dos 104 vôos programados sofreram atrasos de mais de uma hora; nove partidas foram canceladas.

O maior percentual de atrasos encontravam-se no Aeroporto de Fortaleza, no Ceará. Oito dos 24 vôos (ou 33,3%) sofreram atrasos de mais de uma hora. Já o maior percentual de cancelamentos ocorreu no Aeroporto de Salvador, na Bahia, onde seis das 48 operações (12,5%) haviam sido canceladas.

Fipe: álcool cai 10% em junho e gasolina recua 0,50%

Agencia Estado

Os preços dos combustíveis chegaram ao fim de junho em baixa na capital paulista, conforme levantamento divulgado hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), por meio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). No mês passado, o álcool combustível caiu 10%, enquanto a gasolina recuou 0,50%. Em maio, as variações apuradas pela instituição foram de -1,60% e de 0,93%, respectivamente.
De acordo com o coordenador do IPC, Márcio Nakane, a soma das contribuições negativas de ambos os combustíveis em junho - de 10,5% para o álcool e de 2,4% para a gasolina - representaram -12,9% do índice geral de junho, que subiu 0,55% ante alta de 0,36% de maio. A queda nos preços também ajudou a puxar o grupo Transportes para o terreno negativo. No mês passado, os preços do grupo caíram em média 0,16%, ante alta de 0,26% em maio.
Para junho, Nakane espera uma menor queda no preços dos combustíveis. Desta maneira, o grupo Transportes deverá, segundo ele, subir 0,05%. Além desta influência dos combustíveis, ele destacou que haverá o impacto do recente reajuste, de 4,44%, no pedágio, autorizado para as rodovias paulistas.

Ministra da Defesa do Japão quer restaurar confiança

Agencia Estado

A nova ministra da Defesa do Japão prometeu hoje ajudar a reconquistar a confiança na pasta após seu antecessor ter que renunciar por ter sugerido que as bombas atômicas norte-americanas de 1945 eram inevitáveis. "Eu vou dividir a responsabilidade de recuperar a confiança pública para o governo (do primeiro-ministro Shinzo) Abe", disse Yuriko Koike, pouco antes de seu juramento como nova ministra da Defesa. Mais tarde, Koike ressaltou a "grande responsabilidade" que ela agora tem à frente da instituição que tem o papel de proteger o país.
"Eu quero fazer bem o meu trabalho. Quero levar este desafio adiante", afirmou em entrevista. Koike é a primeira mulher a assumir o Ministério da Defesa do país asiático. Seu antecessor, Fumio Kyuma, renunciou ontem após declarar que as bombas nucleares jogadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial, "não poderiam ter sido evitadas". O comentário resultou em uma avalanche de críticas vinda desde sobreviventes da tragédia até políticos da oposição, em um país onde as bombas nucleares são vistas como um injustificado extermínio de civis.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Ministro japonês que relativizou bomba atômica renuncia

Japão: ministro demite-se após declarações sobre HiroshimaO ministro da Defesa do Japão, Fumio Kyuma, demitiu-se hoje na sequência das polémicas declarações sobre a inevitabilidade dos bombardeamentos atómicos sobre Hiroshima e Nagasaki como forma de pôr termo à Segunda Guerra Mundial.

As declarações de Kyuma, a um mês de eleições parlamentares, enfureceram sobreviventes dos bombardeamentos, deputados e membros do governo, levando-o a pedir desculpa e a assumir a responsabilidade pelas afirmações, demitindo-se.

No sábado, o agora ex-ministro da Defesa, natural de Nagasaki, disse que a utilização da bomba atómica contra a sua cidade natal e contra Hiroshima tinha sido um meio inevitável para se obter o fim das hostilidades e a rendição do Japão.

As declarações contradizem a posição oficial japonesa de que a utilização de armas nucleares nunca tem qualquer justificação.

A polémica em torno das declarações vieram enfraquecer ainda mais o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe, cuja popularidade nas sondagens tem vindo a cair progressivamente, às portas das eleições de 29 de Julho.

«Peço sinceramente desculpa e lamento ter incomodado a população de Nagasaki», disse Kyuma, mas as várias declarações de arrependimento não foram consideradas suficientes, tanto pelas autoridades de Nagasaki e Hiroshima como pelos partidos da oposição, que exigiram a cabeça do ministro da Defesa.

Kyuma disse especificamente que as bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos sobre aquelas duas cidades mas sem elas o Japão teria continuado a lutar e acabaria a perder uma parte ainda maior do seu território a norte para a União Soviética, que invadiu a Manchúria no dia do bombardeamento de Nagasaki.

A 06 de Agosto de 1945 os Estados Unidos lançaram uma bomba atómica sobre Hiroshima, matando pelo menos 140 mil pessoas.

Três dias depois, uma segunda bomba foi lançada sobre Nagasaki, provocando cerca de 74 mil mortos.

Diário Digital / Lusa

Em decisão imperdoável, Bush comuta sentença de ex-assessor

Caio Blinder, de Nova York








NOVA YORK - A guerra do Iraque foi a mais controvertida decisão de George W. Bush. Por que não mais uma controvérsia? Por que não mais uma decisão desastrosa? Na segunda-feira, de forma abrupta, o presidente comutou a sentença de 30 meses de prisão de Lewis Libby, ex-alto assessor da Casa Branca e ex-chefe de gabinete do todo poderoso vice-presidente Dick Cheney, condenado por perjúrio e obstrução de justiça na convoluta investigação do vazamento por funcionários do governo da identidade de uma agente da CIA.

Um presidente tem o poder absoluto no ato de clemência. Mas costuma recorrer à prerrogativa em casos políticos quando está fechando as cortinas do mandato. Com fama de duro contra o crime, Bush foi leniente com um apaniguado, que, na prisão, poderia soltar a língua. Ainda com 18 meses de contrato de trabalho, ele decidiu pular nesta fogueira. Afinal, já está tão enfraquecido e isolado. Bush comutou a sentença, mas não deu o perdão, ou seja, Libby ainda precisa pagar a multa de US$ 250 mil.

Mesmo assim, os críticos do governo não perdoaram o presidente e o bastião mais conservador ficou decepcionado com a "timidez" no ato de clemência. Lewis Libby era um pilar do establishment. O vice Cheney foi o grande arquiteto da invasão do Iraque e Libby, um dos principais assessores da Casa Branca na decisão. A revelação da identidade da agente da CIA Valerie Plame WIlson foi parte de uma campanha para desacreditar seu marido, o ex-diplomata Joseph Wilson que denunciou o governo por manipular dados de inteligência para justificar a invasão de 2003. Libby não esteve entre os funcionários que vazaram o nome da funcionária da CIA, mas nas investigações sobre o caso ele acobertou o governo.

Lewis Libby foi o mais alto funcionário da Casa Branca sentenciado à prisão desde o escândalo Irã-Contras nos anos 80. Cerca de 70% dos americanos eram a favor a condenação, mas hoje Bush faz o que pode para manter o apoio de uma minoria desmoralizada pelo fiasco do seu governo. Ao assumir o cargo em 2001, Bush prometeu restaurar a integridade da Casa Branca depois dos escândalos da era Clinton (um presidente julgado e absolvido num caso de perjúrio). Ele se revela mais hipócrita e deixará o poder com um legado de escândalos ainda mais profundos.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Cinco soldados americanos mortos em diferentes ataques no Iraque

EFE
(atualiza o número de baixas no Exército americano) Bagdá, 2 jul (EFE).- Cinco soldados americanos morreram nas últimas horas em diferentes incidentes no Iraque, informou hoje o Exército americano.


Três deles morreram "no curso de operações militares contra os rebeldes" na província de Al-Anbar, oeste do país, segundo um comunicado militar publicado hoje.
O texto não dá nenhum detalhe sobre as circunstâncias das mortes nem os lugares exatos da extensa província ocidental, onde a insurgência sunita tem grande apoio entre a população.
Pouco antes, outro comunicado militar tinha informado da morte de dois soldados americanos no domingo em ataques na cidade de Bagdá.
No primeiro incidente, uma patrulha mista do Exército e da Polícia iraquiana foi atacada com uma bomba, seguida por disparos de armas leves. Um soldado morreu e dois policiais ficaram feridos.
O segundo soldado morreu por disparos na zona sul da capital.
Com estas vítimas, sobe para 3.583 o número de soldados americanos mortos desde a invasão ao Iraque, em fevereiro de 2003, por ataques ou por acidentes. EFE ah pa

País negocia com EUA compra de seis helicópteros militares

Brasil quer comprar Black Hawks, por US$ 300 milhões, que pode levar 14 soldados

Roberto Godoy, do Estadão

SÃO PAULO - Os governos do Brasil e dos Estados Unidos estão negociando a venda de seis grandes helicópteros militares americanos Black Hawk, tipo UH-60L.

A operação - no valor de US$ 300 milhões (cerca de R$ 600 milhões) - foi notificada às comissões do Congresso na sexta-feira, em Washington.

O contrato cobre 12 motores, garantias, acessórios, peças de reposição, componentes, ferramentas, equipamento de apoio,documentação técnica, treinamento de pessoal e suporte especializado. Não há menção sobre os sistemas de armas.

Segundo o informe da Agência de Cooperação em Defesa e Segurança, o Brasil precisa dessas aeronaves “para manter os compromissos civis e a sua auto-defesa sem depender da assistência de outras nações”. Na análise feita para os congressistas, a frota é definida como necessária também “ao provimento de apoio às forças terrestres e a defesa de pontos vitais”.

O Brasil é definido como “uma Nação amiga, importante força política estável e uma economia em franco progresso”.

A Aviação do Exército e a Força Aérea já empregam os helicópteros Black Hawk. Cada um deles pode levar até 14 soldados equipados para combate e quatro tripulantes. O preço por unidade, dependendo das especificações eletrônicas e dos equipamentos, varia entre US$ 5,9 milhões e US$ 10,2 milhões.

A versão UH-60L é o arranjo padrão das forças dos EUA. Segundo o fabricante, a Sikorsky Aircraft Corporation, os Black Hawks que atuam no Iraque, dotados de blindagem nas laterais e na seção inferior, têm sido usados no transporte ligeiro de peças de artilharia - canhões 105 mm e morteiros 120 mm.

O helicóptero mede 19,76 metros. Voa a 357 km/hora. Alcance máximo em ação: 600 km. O armamento básico é composto por duas metralhadoras laterais M60, 7.62 mm, ou um canhão M134 rotativo 0.30 com capacidade para disparar munição feita com urânio exaurido.

A carga externa, cerca de 4,5 toneladas, comporta lançadores de foguetes e sensores digitais de visão noturna e alerta.

domingo, 1 de julho de 2007

Infraero culpa clima por caos; para FAB, algo mais aconteceu

Até as 21 horas deste domingo, 36% dos vôos programados no País atrasaram

SÃO PAULO - Depois de problemas de operação na sexta-feira e no sábado, a situação continuou complicada neste domingo nos 13 principais aeroportos do País. Até as 21 horas, 36% dos 890 vôos programados atrasaram mais de uma hora e 87 foram cancelados no período de meia-noite de sábado às 15 horas, segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, culpou os fenômenos meteorológicos pelos problemas que ocorreram desde sexta à noite. Segundo ele, os nevoeiros fecharam aeroportos e isso provocou um efeito cascata em toda a rede. “Até o Aeroporto de Viracopos (Campinas) ficou fechado no sábado por conta de nevoeiros. Temos informação de que esse aeroporto não fecha mais do que cinco vezes no ano por conta de fenômenos meteorológicos”, disse Pereira.

“Não temos problema nos equipamentos, como também no controle de vôo. Assim, o sistema aéreo estará recuperado amanhã (nesta segunda-feira) cedo”, prometeu o brigadeiro.

A Aeronáutica diz que só se responsabiliza pelos problemas causados pela pane no sistema de tratamento do planejamento dos vôos, falha que durou 20 minutos. A Aeronáutica admite que esses 20 minutos provocam atrasos em cascata, mas diz que algo mais aconteceu sexta-feira e no fim de semana para provocar tantas demoras e cancelamentos de vôos.

Um levantamento feito no Rio, pela Aeronáutica mostra que, na sexta-feira, dos 26,5% de vôos com problemas, as "culpas" ficaram assim distribuídas: 2,65% foram problemas de excesso de tráfego aéreo, 10% foram problemas causados pelas próprias companhias aéreas (vendas de passagens em excesso, panes etc), e 13% atrasos provocados por problemas meteorológicos.

Explicação incompleta

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no entanto, dá sinais claros de que a justificativa da Infraero é, no mínimo, incompleta. Segundo apurou o Estado os atrasos que atingiram os vôos neste final de semana, pouco mais de uma semana depois de a Aeronáutica anunciar um pacote de medidas que colocariam um fim no caos vivido nos aeroportos brasileiros, são causados por um misto de problemas meteorológicos, erros operacionais das companhias aéreas - que teria deixado poucas aeronaves para atender aos imprevistos - e a falta de infra-estrutura nos aeroportos do País.

Segundo Anac, a estratégia adotada para desafogar aeroportos como Congonhas e Cumbica - transferir vôos para Viracopos - não tem só ajudado muito pouco no combate do caos aéreo.
Mas, em algumas situações, a ´solução´ tem sido o problema. Um exemplo disso é que na noite de sexta-feira, 29, Viracopos tinha 22 aviões no pátio e apenas cinco escadas para servir a todos os vôos e desembarcar os passageiros.

Atrasos pelo País

No Aeroporto de Cumbica, Guarulhos, até as 19 horas deste domingo, das 195 partidas programadas, 77 (39,5%) atrasaram e 10 (5,13%) foram canceladas. Em Congonhas, capital, até as 20 horas tinham sido registrados atrasos em 38 dos 210 vôos programados e 30 cancelamentos.

Os aeroportos de Belém e Fortaleza registraram o maior volume de atrasos - 80% no primeiro e 69,7% no segundo. Houve demora nas operações nos Aeroportos Juscelino Kubitschek, em Brasília (50,8%); Afonso Pena, Paraná ( 50%); e do Recife (56,4%).

Efeito cascata

Com cronograma apertado de pousos e decolagens, aeroportos com grande movimento, caso de Congonhas e Guarulhos, são os que mais sofrem com o efeito cascata de atrasos e cancelamentos de vôos. Passageiros reclamaram das companhias aéreas nos dois terminais. Como se não bastasse o caos aéreo, um grupo de 11 pessoas de Curitiba que faria conexão em Cumbica para um vôo com destino à Alemanha encarou um caos terrestre.

Depois de ver o vôo que estava marcado para sair às 7 horas de Curitiba ser transferido para 13 horas, o grupo ainda teve o avião desviado para Congonhas. Como a TAM demorou para providenciar o traslado dos passageiros para Cumbica, eles perderam a conexão. “Como disse nossa ministra (Turismo, Marta Suplicy), nós temos que relaxar”, disse o professor universitário Mário Oliveira Junior, de 32 anos. A TAM reconheceu o erro e garantiu o embarque dos passageiros.

Tratamento nada especial

O nadador paraolímpico Alexandre Fernandes voltava de uma competição em Porto Alegre e, quando desembarcou em Congonhas, descobriu que seu vôo para Presidente Prudente estava atrasado. Fernandes tentou explicar no guichê da companhia que tem problemas de locomoção, mas não recebeu atendimento adequado. Ele estava acompanhado do treinador Júlio César Monteiro, que o ajudou. “Planejei os vôos para conseguir dar aulas amanhã (nesta segunda-feira), mas já esperava por isso”, afirma o treinador.

Os idosos também sofreram. Maria Alice Pereira, de 70 anos, desistiu de viajar para o Rio, pois seu vôo estava atrasado há mais de 5 horas. Ela iria ver pela primeira vez a neta recém-nascida, mas telefonou para a filha avisando da sua decisão. “Ela compreendeu, afinal, todos os brasileiros já conhecem a situação dos aeroportos”, disse.

Pauta para discussão

Os atrasos e outros assuntos problemáticos listados no início do período de férias escolares vão ser discutidos nesta segunda-feira, 2, em São Paulo, em uma reunião da Anac com as administrações dos aeroportos e a Aeronáutica.

A Superintendência de Serviços Aéreos da Anac vai começar a auditar as vendas de passagens pelas companhias aéreas para saber se as companhias aéreas abusaram do overbooking por conta do período de férias e pelo fato de que poderiam contar com a liberação da pista principal de Congonhas.

Colaboraram Alexandra Penhalver, Bruno Moreschi, Carlos Mendes, Monica Bernardes e Tânia Monteiro

Proibição de fumar em bares entra em vigor em Inglaterra

Os fumadores em Inglaterra tiveram a última hipótese de acender os seus cigarros em bares e restaurantes na madrugada deste domingo. Às 6:00 entrou em vigor a nova lei que proíbe o fumo em ambientes de trabalho e outros espaços públicos fechados em todo o país.

A Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte já tinham em vigor uma lei semelhante.

A proibição tem por objectivo reduzir as mortes pelo fumo passivo, que, segundo médicos britânicos, ascendem a mais de 600 por ano.

O governo também espera que a nova lei ajude os fumadores a perder o vício e que incentive os jovens a não começar a fumar.

Quem infringir a lei será multado até 50 libras.