sábado, 28 de julho de 2007

Prosseguem negociações com taliban



Reféns podem ser moeda de troca


O governo afegão anunciou, ontem, que prosseguem negociações com taliban para a libertação de 22 sul-coreanos raptados há oito dias, horas depois de ter expirado o ultimato que tinham dado para os trocar por prisioneiros. "Estamos a tentar obter a libertação dos sul-coreanos, sãos e salvos. As negociações prosseguem", disse o ministro-adjunto do Interior afegão, Mohammad Mangal.





"Alguns deputados da provínica de Ghazni e membros do Conselho Provincial falaram com os taliban. Estamos optimistas quanto ao resultado" das negociações, referiu.





Mangal disse desconhecer o estado de saúde dos 22 reféns sul-coreanos e acrescentou que espera novas informações sobre o ultimato, "porque negociar leva tempo".





Os raptores, que já tinham adiado quatro vezes o prazo para que fossem satisfeitas as suas exigências, deram anteontem ao governo afegão um prazo até às 8.30 horas de ontem (hora de Portugal Continental) para aceitar uma troca de prisioneiros como forma de salvar os sul-coreanos que foram raptados, no passado dia 19, na provínica de Ghazni, 140 quilómetros a sul de Cabul.





Inicialmente, os raptores exigiram a troca de oito dos reféns por um número idêntico de prisioneiros taliban, uma troca que devia ser seguida de novas negociações.

J. K. Rowling já regressou à escrita

MATT DUNHAM-AP (imagem)


Poucos dias depois do lançamento do sétimo (e último) volume da série Harry Potter, e num momento em que vê esse seu livro a ocupar os lugares mais elevados das tabelas de vendas pelo mundo fora, J. K. Rowling, anunciou, numa entrevista ao jornal USA Today, que está já a trabalhar em dois novos livros. Nessa mesma entrevista confessou que sentiu alguma tristeza quando terminou a escrita de Harry Potter and the Deathly Hallows e que não quis parar de escrever.

Dos dois livros a que agora dedica o seu tempo, um será um livro infantil, o outro para adultos. J. K. Rowling explicou que foi exactamente desta forma que nasceu Harry Potter, nos anos 90. A escritora explicou que estava a trabalhar em dois livros, em simultâneo, um ano antes de Harry Potter ganhar forma. E que, depois, um deles abafou o outro, situação que sabe que se repetirá com os dois textos em que está neste momento a trabalhar.

J. K. Rowling admitiu ter sentido alguma revolta quando soube que o sétimo livro de Harry Poter tinha sido publicado num site antes de oficialmente lançado.

Harry Potter fez de J. K. Rowling a mais popular escritora da actualidade, com vendas globais de 325 milhões de livros, traduzidos em 64 línguas.

Experts defendem modelo de agências

Agencia Estado


A Anac não pode ser usada como ?bode expiatório? para pôr em risco o modelo das agências reguladoras, por mais grave que seja a crise no setor aéreo. A opinião é do ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Luiz Guilherme Schymura, que, por outro lado, vê com naturalidade uma eventual renúncia coletiva da diretoria da Anac. Para ele, o importante é ter cuidado na formação das diretorias, com indicações de pessoas tecnicamente qualificadas em cada área.?

A renúncia não fere a lei. Tentar tirá-los é outra questão?, diz Schymura, lembrando que já renunciou ao cargo de diretor quando foi afastado da presidência da Anatel, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele havia assumido na gestão Fernando Henrique Cardoso. ?Achei por bem sair. Não fui forçado?, afirma. Schymura diz ainda que uma questão circunstancial como a da Anac não pode destruir um modelo de regulação setorial bem-sucedido.

Também ex-presidente da Anatel, Renato Guerreiro defende as agências reguladoras como instrumento de defesa dos direitos dos consumidores, em áreas onde há legislação clara e competição entre empresas - ?o que parece ser o caso da Anac?, diz. Mas, segundo ele, os políticos ainda não perceberam que as agências não são um órgão do governo, que pode ser usado para acomodar alguns apadrinhados.

Senado?

Não se podem apontar culpados apenas entre os dirigentes que se mostram inaptos, pois as indicações passam por comissões e também pelo plenário do Senado?, afirma Guerreiro. Ele diz, porém, que não é especialista no setor aéreo e prefere não opinar sobre as críticas feitas à Anac pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim.

As informações são de O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Serra e Jobim anunciam terceira pista e trem em Guarulhos

Em reunião realizada na tarde desta sexta-feira, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o governador do Estado de São Paulo, José Serra, anunciaram propostas para desafogar o tráfego aéreo do Aeroporto de Congonhas. Entre elas está a construção de uma linha ferroviária para o Aeroporto de Guarulhos, além da construção de uma terceira pista no mesmo aeroporto. Além disso, há projeto para a expansão do
Aeroporto de Viracopos, em Campinas.






Infraero: 23% dos vôos no País sofreram atrasos ou foram cancelados nesta 6ª feira
Piloto da TAM foi avisado que pista estaria "escorregadia", diz TV
Após 2ª parada, Congonhas opera por instrumentos
Jobim vistoria obras de Congonhas e visita local do acidente da TAM
Blog dos Blogs: Jobim cumpriu primeira missão: calar a boca do tucanato







Segundo Serra, o projeto na nova linha ferroviária é uma solução a curto prazo, pois “se feita com pressa, ficará pronta até 2010”. O investimento previsto para a obra é de 580 milhões do governo federal, 1,5 bilhão do governo do Estado e 1,32 bilhão da iniciativa privada. Em relação à terceira pista de Cumbica, o governador afirmou que o projeto ainda está em estudo e que "não é aceitável o plano da Infraero de entregar o novo terminal apenas em 2012".






Em relação à Viracopos, está prevista a construção de uma via expressa entre o aeroporto e a rodovia dos Bandeirantes. O projeto ainda está em estudos e não tem previsão para investimentos.






Serra anunciou, ainda, que aviões particulares e táxi aéreo serão transferidos para o Aeroporto de Jundiaí.






O ministro Nelson Jobim declarou que muitas das propostas apresentadas pelos governos estadual e federal coincidem e deverão ser apresentadas na próxima reunião do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac), às 12h de segunda-feira, em Brasília.






Sobre o acidente com o Airbus da TAM, na terça-feira passada, Jobim afirmou que foi um episódio “impactante” e “horrível” que deve ser guia de ações para novas políticas de segurança na malha aérea brasileira. Sobre as possíveis causas do acidente, o ministro afirmou que não fará nenhuma manifestação “pois o caso ainda está em processo de investigação”.






Em relação à Congonhas, Jobim afirmou que ações como a proibição de vôos de escala e conexões e a transferência de vôos para Guarulhos e Viracopos já deverão aliviar o tráfego, que, até o acidente, estaria operando com 50% acima de sua capacidade no que se refere a volume de passageiros. O ministro também solicita a construção de uma área de escape em Congonhas.






A reunião contou com a presença do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab; do vice-governador, Alberto Goldman; do secretário da Justiça, Luiz Antonio Marrey; do secretário da Segurança Pública, Ronlado Marzagão; do Brigadeiro Juniti Saito; do presidente da Fiesp, Paulo Skaf; do conselheiro do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Paulo Cunha; do professor Nicolau Fares Gualda, especialista em aviação; do presidente da Sebrae, Alencar Buriti; do presidente da Fecomércio, Abraham Sjazman; do presidente do Iedi, Josué Gomes da Silva; do secretário de Economia e Planejamento, Francisco Luna; do secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano e do secretário adjunto dos Transportes Metropolitanos, João Paulo Jesus Lopes.

Talibãs podem libertar hoje «alguns» reféns sul-coreanos


Declarou chefe religioso afegão

Kabul – Segundo Wahidullah Mujadadi, chefe religioso afegão, «alguns» reféns sul-coreanos detidos pelos talibãs poderão ser libertados esta sexta-feira, avançou a agencia de noticias chinesa Xinhua.


«Creio que alguns reféns sul-coreanos sejam libertados sexta-feira antes do meio-dia (hora local), após a conclusão de determinado acordo» declarou Wahidullah Mujadadi.

Yousuf Ahmadi, porta-voz dos talibãs confirmou que os raptores teriam prolongado a data limite até sexta-feira a fim que a Coreia do Sul possa satisfazer as exigências talibãs para a libertação dos 22 reféns.

Quarta-feira, 25 de Julho, os talibãs executaram um dos reféns, e atribuíram as responsabilidades do acto ao Governo afegão o qual consideraram que não estava a dar «provas de sinceridade nas negociações». Entretanto ameaçam executar todos os reféns caso sejam atacados.

Os 23 sul-coreanos foram raptados por militantes talibãs a 19 de Julho na província de Ghazni no centro do país. Apesar do Governo sul-coreano já ter confirmado a partida das suas tropas no final de 2007, os talibãs exigem a partida imediata dos 200 soldados sul-coreanos no Afeganistão.


(c) PNN Portuguese News Network

Villepin é acusado por "cumplicidade em denúncia caluniosa"

Catalina Guerrero Paris, 27 jul (EFE).- O ex-primeiro-ministro francês Dominique de Villepin foi acusado hoje por "cumplicidade em denúncia caluniosa" devido a uma suposta trama política contra o atual presidente, Nicolas Sarkozy.

"Em nenhum momento pedi para investigar personalidades políticas, nem participei de qualquer manobra política", disse Villepin a dezenas de jornalistas na porta da seção financeira do Palácio da Justiça de Paris.

Villepin ficou apenas 50 minutos falando aos juízes de instrução do chamado "caso Clearstream", bem menos que as 17 horas de duração de seu primeiro comparecimento perante os magistrados Jean-Marie d'Huy e Henri Pons, em dezembro de 2006.

Na primeira vez, o ex-primeiro-ministro compareceu como simples testemunha e respondeu todas as perguntas. No entanto, hoje ele foi na qualidade de "testemunha assistida", juntamente com dois advogados.

O político pediu e obteve dos juízes um adiamento para estudar o volumoso processo, que acumulou 26 tomos em seus três anos de existência.

O ex-premier, acusado ainda por receptação de roubo e abuso de confiança, além de conivência com o uso de documentos falsificados, tornou-se o primeiro político processado no caso.

A trama supostamente teria tentado impedir a chegada de Sarkozy ao Palácio do Eliseu, o que dá ao processo um status de "assunto de Estado".

O ex-chefe do Executivo francês disse hoje que quando começou a investigar as listas da Clearstream, em 2004, fez "exclusivamente como dever de sua função de ministro" de Assuntos Exteriores e depois do Interior, para "enfrentar ameaças internacionais" que poderiam atingir "interesses econômicos" franceses.

A listagem de contas correntes de políticos e industriais franceses no exterior, que depois ficou provado que tinha sido falsificada, levantou suspeitas de casos de corrupção relativos à venda de seis fragatas francesas a Taiwan em 1991.

Com feições sérias, Villepin concluiu sua breve declaração afirmando que as acusações são dolorosas para ele e para sua família.

"Lutarei para que durante o processo a verdade possa, finalmente, aparecer. Responderei naturalmente todas as questões que me forem colocadas", ressaltou.

Villepin foi embora em uma limusine preta, acompanhado de seus advogados, Olivier d'Antin e Luc Brossollet.

D'Antin afirmou que o ex-premier decidirá mais tarde se contestará ou não a competência dos juízes D'Huy e Pons, assim que tiver estudado todas as provas e acusações contra ele.

Apenas a Corte de Justiça da República, uma jurisdição especial, está apta a investigar e julgar ex-ministros por atos cometidos no exercício de suas funções.

Os juízes D'Huy e Pons suspeitam que Villepin possa ter participado em 2004 de uma trama para desacreditar Sarkozy, que então não escondia o desejo de suceder Jacques Chirac no Palácio do Eliseu, como acabou acontecendo.

O suposto envolvimento de Villepin no caso se baseia nas notas apreendidas com o general Philippe Rondot - a quem o ex-chefe de Governo tinha encarregado uma investigação confidencial sobre a listagem - e nas declarações do ex-presidente do grupo EADS Jean-Louis Gergorin, um dos cinco acusados.

Na semana passada, Gergorin disse aos juízes que foi Villepin que o pressionou para entregar a listagem da Clearstream ao juiz que investigava as comissões ilegais pagas na venda das fragatas por "instrução" de Chirac, cujo nome apareceu por repetidas vezes no curso da investigação.

Apesar de tanto Gergorin quanto Rondot terem citado Villepin em suas declarações, ambos afirmaram perante os juízes que o ex-primeiro-ministro acreditou na veracidade das listas da Clearstream.

A investigação se volta agora para o analista de sistemas Imad Lahoud, acusado de ser o suposto autor das falsificações, a fim de tentar saber quem as encarregou e com que fins.

EFE cat ev/dgr

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Raúl Castro admite que salários em Cuba são insuficientes

Por Rosa Tania Valdés


HAVANA (Reuters) - O presidente interino de Cuba, Raúl Castro, admitiu na quinta-feira que o nível atual dos salários no país não é suficiente para viver, e disse que o governo está longe de cumprir os princípios socialistas que inspiraram a revolução na ilha meio século atrás.


O general de 76 anos, que tem fama de pragmático e ocupa o poder há quase um ano, com o afastamento por motivo de saúde do irmão Fidel, afirmou que o governo provisório está analisando possíveis mudanças estruturais na agricultura e a ampliação dos investimentos estrangeiros.


"O salário ainda é claramente insuficiente para satisfazer a todas as necessidades", disse ele num discurso em comemoração ao Dia da Rebeldia, na cidade de Camaguey.


"Praticamente deixou de cumprir seu papel de assegurar o princípio socialista de que cada um contribua com o que puder e receba de acordo com seu trabalho."


Ele deixou claro, porém, que a solução não é simples. "Qualquer aumento de salário ou baixa dos preços, para que seja real, tem de decorrer de uma produção ou prestação de serviços maior e mais eficiente."


Raúl Castro pediu mais disciplina e eficiência para aumentar a produção e reduzir a importação de alimentos. Ele usou como exemplo o leite. Cuba garante um litro diário de leite subsidiado a doentes e crianças com menos de 7 anos, mas a população diz que isso não é suficiente.


"Temos que tirar da cabeça essa história dos 7 anos. Estamos há 50 anos dizendo que até os 7 anos", disse Raúl, arrancando aplausos dos 100 mil espectadores. "Temos que produzir leite para que se possa tomar leite sempre que se queira um copo de leite ... Para ter mais, é preciso produzir mais, com um senso de racionalidade e eficiência."


"Estamos estudando atualmente o que se refere ao investimento estrangeiro, sempre que contribua com capital, tecnologia ou mercado", disse Raúl Castro. O número de empreendimentos com participação de empresas estrangeiras caiu de 392 em 2000 para 236 no final de 2006, devido à centralização da economia, embora o montante de investimentos, de vendas e exportações tenha continuado a crescer.


O presidente interino ressaltou que o governo tentará aproveitar as melhores experiências, "trabalhando com empresários sérios e sobre bases jurídicas que não afetem o sistema socialista."


Nos últimos anos, Cuba priorizou parcerias com grandes investimentos estrangeiros no setor de energia e mineração, além de receber financiamento por parte de governos aliados, principalmente China e Venezuela.


REUTERS CP

Renan diz que é inocente e alvo de inveja

Política


PRESIDENTE DO CONGRESSO NACIONAL DIZ QUE ESTÁ COM A VERDADE, REBATE AS ACUSAÇÕES SOBRE SUAS FINANÇAS E REAFIRMA QUE NÃO RENUNCIA


Odilon RiosRepórter

Depois de 60 dias longe de Alagoas, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB), retornou ao seu estado natal para se defender das acusações de quebra de decoro parlamentar. Ouvido pela imprensa, Renan falou da perícia na documentação sobre suas atividades agropecuárias, feita pela Polícia Federal; da “inveja” de políticos alagoanos contra ele; e de uma “campanha” contra o Nordeste – da qual seria o principal alvo –, para tirá-lo da função. “Vou até as últimas conseqüências”, resumiu.###

Para senador, as denúncias são políticasUma das acusações contra Renan Calheiros é a venda de carne a açougues fantasmas. Dos cinco frigoríficos que negociavam a carne abatida nos matadouros dos Calheiros, dois seriam fantasmas, diz a Polícia Federal.“O que é que isso tem a ver com o produtor? O produtor produziu a carne, vendeu a carne e emitiu a nota. Essa carne foi entregue ao Mafrial. Se o Mafrial pagou esta carne com cheques de empresas falsas, isso é outra outra coisa que precisa ser discutida, analisada. ###

Greve e piso salarial

Ao comentar a greve dos médicos, Renan defendeu a idéia do piso salarial no serviço público. “Defendo um piso salarial para os médicos, os policiais militares, os professores”. Mas segundo ele, “precisamos aumentar os recursos da União porque um Estado como Alagoas tem poucas condições de fazer isso do dia para a noite. Essa é a solução, não só para Alagoas mas para todos os Estados. Conversei com o ministro José Gomes Temporão, que quer vir a Alagoas”. A idéia estaria nos planos ministeriais, segundo o senador.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Câmera digital preserva tradição dos índios



Filmagens surgiram porque cacique Afukaká Kuikuro buscava caminhos para preservar os cantos e as danças de sua tribo (Foto: Reprodução/Funai)




Jovens da etnia kuikuro, no Alto Xingu, registram imagens da aldeia Ipatse. Índios ganharam um centro de documentação no Parque Indígena do Xingu.




Da Reuters




O jovem Takumã Kuikuro, parado ao lado de uma câmera sobre um tripé, com o rosto e o corpo pintados, entrevistava o cacique dos nafukuá no meio da aldeia Ipatse, da etnia kuikuro, no Alto Xingu (MT). Também nu e pintado, o chefe revezava o olhar entre a lente e o jovem cineasta, enquanto contava que se arrepiou ao ver os filmes feitos pelos índios.




"Ele gostou do filme, achou bonito, e disse que a gente pode levar isso adiante para nossos filhos e netos", afirmou Takumã, 23, traduzindo os comentários do cacique sobre o que viu projetado em um imenso telão, com a ajuda de um gerador, no centro da aldeia na noite de sábado.




Takumã é um dos seis jovens realizadores, como se chamam na aldeia os iniciados na arte de filmar, que com suas duas câmeras digitais registravam incansavelmente todos os momentos da festa do lançamento do DVD "Cineastas Indígenas".




O evento no final de semana também comemorou a inauguração do centro de documentação da Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu, na aldeia do Parque Indígena do Xingu, que reúne 14 etnias e uma população de cerca de 5 mil indígenas em 27 mil quilômetros quadrados, no Mato Grosso.




Ao olhar dos jovens índios não escapavam nem os visitantes brancos, também com suas câmeras de filmar ou fotográficas, e apontavam a filmadora impiedosamente, invertendo o foco, até então centrado só neles.




Os curtas-metragens "Imbé Gikegü" ("Cheiro de Pequi", 2006) e "Nguné Eu" ("O Dia em que a Lua Menstruou", 2004), ambos premiados em festivais nacionais e internacionais, foram aplaudidos no sábado por uma platéia de habitantes locais e convidados de outras etnias espalhada pelo chão da parte central da aldeia, circundada por malocas. Os filmes contam, em kuikuro mas com legendas, lendas do seu povo.




Na mesma noite, sob um céu estrelado, o público assistiu ao novo trabalho do jornalista e documentarista Washington Novaes, que duas décadas depois de realizar "Xingu, a Terra Mágica", lança uma nova série, "Xingu, a Terra Ameaçada".





Caminhos para preservação




O mergulho dos índios na "tecnologia do branco" para documentar suas tradições culturais foi uma demanda do cacique Afukaká Kuikuro, que buscava caminhos para preservar os cantos e as danças que, para ele, estavam ameaçados frente ao desinteresse dos jovens, cujo contato com as cidades próximas e o acesso à TV fez crescer o interesse por estudar e trabalhar fora da aldeia.




"Ele falava: 'vocês vão virar índios que não têm cantos, cultura'. Quando cheguei aqui, ele disse para gravar tudo", explicou o antropólogo Carlos Fausto, do Museu Nacional/UFRJ, que fala kuikuro e está envolvido nesse projeto há cerca de oito anos. A partir daí, formou-se a associação e depois uma parceria com a ONG Vídeo nas Aldeias, para ensinar os jovens.




"O Xingu foi muito explorado em termos de imagem. E isso é uma inversão dessa assimetria. Toda a aposta é que é possível ter uma relação mais simétrica com a sociedade nacional. Isso passa certamente pela apropriação de conhecimento não-indígena", disse Fausto. “O vídeo é uma linguagem da qual podem se apropriar rapidamente", afirmou, lembrando a importância da oralidade nessa cultura.




Cada festa xinguana depende de dezenas, até centenas de cantos e leva-se muito tempo para memorizá-los. "Uma auto-representação por escrito seria um processo muito longo", acrescentou.




Para Mari Corrêa, que há 20 anos está ao lado de Vincent Carelli na coordenação do Vídeo nas Aldeias, a tecnologia entra de uma forma transversal e democrática. "Eles têm uma atração por nossas tecnologias e, neste caso, eles conseguem chegar aos mais velhos e há um diálogo que se restabelece entre as gerações."





Coisa de branco




Para Piarcumã Ywalapiti, 53, a câmera também ajuda a proteger as comunidades, denunciando os problemas que enfrentam, como invasões de terra, poluição dos rios e construção de hidrelétrica na região.




"Vocês não bebem mais água do rio e acham que ela não tem valor, mas a gente sim. Além da água para beber tem o alimento, peixe, tartaruga... espero que essa tecnologia nos ajude", afirmou, enquanto registrava com sua pequena câmera filmadora os passos dos índios e índias que executavam a dança do papagaio no centro da aldeia.




Ele conta que em sua aldeia, da etnia ywalapiti, desde o mês passado já conta com duas câmeras digitais. Mas considera que nem toda tecnologia não-indígena faz bem. Apesar de lembrar com orgulho que foi o primeiro índio da região a pisar em uma emissora de TV, Piracumã se preocupa com os efeitos dos aparelhos cada vez mais freqüentes nas aldeias.




"Pode mostrar muita coisa boa para criança branca, mas para índio não", disse Piracumã, que em 1963 foi levado por Orlando Villas Boas à TV Tupi para cantar. Para ele, a criança tem que aprender "as coisas do branco para se proteger e manter sua cultura".




Maricá Kuikuro, 25 anos e um dos realizadores, lembra que no início ouvia na aldeia que filmar era "coisa de branco". "Hoje em dia não acham mais ruim, porque aprendemos a usar e entendem o trabalho que estamos fazendo, documentando nossa cultura. Agora respeitam", afirmou.




O jovem Takumã, que integra o projeto desde 2003 e participou da realização dos dois filmes, já sonha com o novo ofício e não se intimida ao fazer comparações com os "brancos". "A gente filma melhor do que branco, porque conhece a seqüência da nossa história. Os brancos, não. Por isso é importante que o índio faça o filme dele. A gente entende a língua, pode seguir quando estão conversando. Branco bota tudo misturado", disse Takumã, enquanto usava uma pequena toalha para limpar a lente, constantemente coberta pela poeira da aldeia, principalmente na hora das danças.




"Não sabia nem fazer filme, agora estou com vontade de fazer filme como branco faz de artes marciais, mas com lutas de nossos guerreiros de antigamente", afirmou Takumã.

TCU aprova leilão de rodovias, mas reduz retorno a investidor

A decisão do tribunal permite que o governo conceda para a iniciativa privada sete lotes de rodovias em outubro

Por Angela Pimenta


EXAME Conforme havia sido adiantado pelo Portal EXAME, o Tribunal de Contas da União

(TCU) anunciou, na manhã desta quarta-feira, a aprovação do edital de leilões para concessões rodoviárias a serem promovidos pelo Ministério dos Transportes. De acordo com o TCU, o ministro Augusto Nardes, relator do processo, deverá fazer duas modificações no projeto do governo. Uma delas seria a redução da taxa de retorno para os investidores privados que ganharem a concorrência.


Nos estudos preliminares do governo, a taxa de retorno já havia caído de 12,88% para 8,95%. Estimativas feitas por analistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo estimam que a nova taxa de retorno a ser estabelecida pelo tribunal seja de 7,2%, o que poderia diminuir o interesse da iniciativa privada pela concessão.


De acordo com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, o leilão dos primeiros sete lotes rodoviários aprovados pelo TCU deve acontecer no próximo mês de outubro. Já um segundo leilão, seria realizado em dezembro. "Há mais de quinze anos não se faziam investimentos nas estradas brasileiras, que somam 60 000 km. Agora, o governo está prestes a anunciar a concessão de sete lotes no Sudeste", afirmou.


Ele disse ainda o ministério tem caixa neste ano para se associar à iniciativa privada por meio de PPPs e ajudar a deslanchar outros projetos. "Em 2004, nosso orçamento era de R$ 2,3 bilhões e hoje é de R$ 10 bilhões, quatro vezes mais. Creio que o governo adotará tanto as PPPs quanto as concessões. As coisas estão deslanchando."

Pinto Martins tem quase 93% dos vôos com atraso

crise aérea

Os vôos continuam com atrasos de mais de uma hora. Passageiros aguardam embarque na Praça de Alimentação


O Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, ainda aparece com grandes índices de atrasos de vôos, nesta quarta-feira (25). Segundo a Assessoria de Comunicação da Infraero, de um total de 57 vôos programados, entre meia-noite e 16h30, 53 (92,9%) apresentaram atrasos de mais de uma hora e quatro foram cancelados.

Os atrasos também permanecem em todo o país, segundo o último boletim da Infraero, de meia-noite até às 15h30, dos 1127 vôos programados, 420 (37,2%) atrasaram e 253 (22,4%) sofreram cancelamentos. Brasília aparece com o maior índice de atrasos, 48 vôos (63,1%), de um total de 76 apresentam demora, enquanto dez foram cancelados.

Segundo a Assessoria de Comunicação da Infraero, em Fortaleza, o saguão do Aeroporto Pinto Martins está tranqüilo, apenas a Praça de Alimentação está movimentada com passageiros que já realizaram o check-in e aguardam o embarque de seu vôo.

No Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, dos 122 vôos programados para o dia esta quarta-feira (25), 100 (81,9%) foram cancelados.

A informação foi divulgada no boletim das 15 horas da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Na última quarta-feira (24), para o mesmo horário, estavam programados 175 vôos, dos quais 86 (49,1%) foram cancelados. A pista do Aeroporto de Congonhas ficou fechada nesta quarta para pousos uma única vez, desde a abertura, às 6 horas, até as 7h10, devido às fortes chuvas durante a madrugada. Ao longo do dia, cinco vôos apresentaram atrasos acima de uma hora.

A venda de passagens aéreas para vôos que saem do Aeroporto de Congonhas está suspensa por determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que regula o setor no país, até que o tráfego aéreo esteja normalizado. Só devem embarcar em Congonhas os passageiros tenham adquirido até a data da última terça o bilhete de viagem.

No Aeroporto Internacional de Guarulhos, a situação está próxima da normalidade. Dos 171 vôos programados, nove (5,2%) foram cancelados e 63 (36,8%) apresentaram atrasos superiores a uma hora, segundo informou boletim divulgado às 16 horas pela Infraero. Até às 12h45 de hoje, 25 vôos alternados do aeroporto de Congonhas para Guarulhos.


Redação O POVO.com.br

Cartões de crédito são os campeões de reclamações


Segundo Procon-SP, para consumidor, serviços de atendimento são ineficientes


Os cartões de crédito e de lojas foram os campeões de reclamações no Procon-SP no primeiro semestre, dentro da área de assuntos financeiros. É o que mostra levantamento do órgão divulgado ontem.

O segmento respondeu por 1.674 reclamações (42,6%) de um total de 3.929 registradas no período. Segundo a Fundação Procon-SP, as principais reclamações são de cobrança indevida (943), problemas com contrato – não cumprimento, alteração, transferência, irregularidade, rescisão, entre outros (194), e lançamentos não reconhecidos na fatura (159). Com um número menor, há 111 reclamações de envio de cartão sem solicitação. O Procon-SP considera como influência no desempenho “a grande oferta no mercado sem que, no entanto, seja criada uma proporcional estrutura de segurança, aliados a ineficiência dos serviços de atendimento para solução dos problemas e a boa aceitação como forma de pagamento no comércio convencional”.

No primeiro semestre de 2006, o órgão recebeu 2.922 reclamações na área de assuntos financeiros, das quais 1.105 referiam-se aos cartões. Em segundo lugar aparece o segmento bancário, que recebeu 1.004 ocorrências (37,8%) de janeiro a junho. Conforme o levantamento, em terceiro lugar no ranking aparecem as financeiras (363), seguidas pelos cartões de desconto (264) e pelos seguros (231). Nas sete áreas analisadas pelo Procon-SP (serviços essenciais e privados, assuntos financeiros, produtos, saúde, habitação e alimentos), as reclamações chegam a 15.994 no primeiro semestre, 28,3% a mais que no igual período de 2006 (12.464). As empresas de telefonia fixa se mantiveram no primeiro lugar das reclamações.

Orientações

Segundo o Procon-SP, ao assinar a proposta de adesão junto à administradora de cartão, o consumidor deve ler atentamente todas as cláusulas, riscando espaços em branco. Também verificar se o contrato assinado refere-se ao tipo de cartão escolhido. No contrato, devem constar também data de vencimento, anuidade e índice de reajuste, que variam de cartão para cartão.

Confiança do consumidor cai em julho, avaliação do futuro pesa

SÃO PAULO (Reuters) - A confiança do consumidor brasileiro interrompeu dois meses de alta e caiu 0,8 por cento em julho sobre junho, mas subiu 6,2 por cento ante igual período do ano passado, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.


O índice passou para 108,2 neste mês, comparado a 109,1 em junho.


O componente de situação presente melhorou pelo quarto mês consecutivo, subindo 2,2 por cento, para 108,2, o maior patamar desde janeiro de 2006.


Já o componente de expectativas declinou 2,4 por cento, para 108,2 em julho.


A porcentagem de consumidores que vêem a situação econômica de suas cidades como boa aumentou para 12,6 por cento em julho, ante 11,5 por cento em junho.


O número dos que esperam melhora nos próximos meses, por outro lado, recuou para 25,1 por cento, contra 28,8 por cento. A sondagem da FGV foi feita em mais de 2 mil domicílios entre os dias 2 e 20 de julho.

Emergências lotadas e novas demissões agravam crise na saúde


Do JC OnLine

Com informações da TV Jornal/Rádio Jornal


A situação promete se complicar nas principais emergências do Recife nesta quarta-feira (25). No Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Cordeiro, apenas dois médicos plantonistas (cirurgião geral e buco-maxilo) estão trabalhando. A unidade não está aceitando novas internações e apenas os casos considerados gravissímos são atendidos. Já no Hospital da Restauração (HR), no Derby, a situação está aparentemente tranqüila. Todos os médicos plantonistas trabalharam durante a madrugada, um médico ortopedista da Polícia Militar foi convocado para auxiliar no atendimento.


Hoje pelo menos 20 dos 26 cirurgiões vasculares que trabalham no HGV e no HR devem pedir demissão. A decisão foi tomanda no começo da noite desta terça-feira (24) numa reunião realizada no auditório do HR. Na ocasião, 15 profissionais assinaram a ata e confirmaram que outros cinco deles também deram parecer positivo por telefone. Atualmente 14 cirurgiões vasculares atendem no HGV e 12 no HR. A tendência é todos os profissionais venham a aderir à decisão. A expectativa agora fica por conta de uma assembléia que está sendo marcada para a próxima terça-feira (31) que englobará os cirurgiões gerais. Em caso de pedido de demissão desses profissionais, a crise possivelmente chegará a níveis alarmantes.


Na tentativa de contornar a crise, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) propôs na noite dessa segunda (23) aumentar em 83% a gratificação dos médicos plantonistas, que passaria de R$ 600 para R$ 1,1 mil. Até as 21h30 dessa terça, nenhuma rodada de negociação entre médicos e governo do Estado havia sido marcada para resolver o impasse. A SES não detalhou o que está fazendo para contornar o desfalque nos plantões, descobertos desde as 19h de ontem no HR, HGV e HOF. Em nota oficial, apenas informa que médicos da polícia e das Forças Armadas foram convocados e estão nas unidades, “mas não em número suficiente para cobrir todas as escalas.”


A Secretaria diz também que o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) não aceitou a proposta de aumentar em 83% a gratificação de plantão, que subiria de R$ 600 para R$ 1.100. “Atitude que demonstra a intransigência do movimento”, ressalta a nota, que volta a apelar para que os médicos voltem ao trabalho. No entanto, o presidente da entidade, Mário Fernando Lins, afirmou que não recebeu qualquer documento oficial contendo a proposta. “Estamos abertos ao diálogo. Quem radicaliza é o governo.”


Porém em entrevista à Rádio Jornal na tarde dessa terça (24), o secretário estadual de Saúde, Jorge Gomes, afirmou que o governo está aberto a negociação. "Quero apelar aos médicos que abandonaram o serviço para que eles retornem e nós retomemos as negociações. Estamos abertos a discutir tanto o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) como o que eles solicitam em termos de aumento salarial", afirmou. De acordo com Jorge Gomes, o movimento dos médicos é mais grave que uma greve. "Na greve os serviços essenciais são respeitados. Os médicos começaram abandonando os plantões, sem dar tempo para que o Estado pudesse recompor as equipes", disse.

Só 15% das crianças com aids recebem tratatamento

Dado alarmante foi denunciado em conferência mundial sobre o HIV, na Austrália

Efe

Apenas 15% das crianças infectadas pelo vírus da aids em todo o mundo recebem tratamento médico contra a doença. O dado alarmante foi denunciado na Conferência sobre Patogêneses e Tratamento do HIV, encerrada nesta quarta-feira (25) em Sidney, na Austrália.


Annettee Sohn, professora de doenças pediátricas infecciosas da Universidade da Califórnia, advertiu que, portanto, a indústria farmacêutica responsável por produzir medicamentos genéricos para combater o HIV deveriam criar tratamentos específicos para as crianças.

doutora pediu ainda que se incrementem os estudos sobre a presença da aids nos pequenos pacientes, pois muitas vezes a identificação desses casos ocorre muito tarde. "Ainda estamos partindo as doses de adulto para medicar as crianças. E alguns remédios, que vêm em pílulas, não é possível partir para ministrá-los a bebês", destacou a especialista.


Segundo o diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alergias dos Estados Unidos, Anthony Fauci, por ano nascem cerca de meio milhão de bebês portadores da aids em nível mundial.


O cientista argumentou que essas crianças não desenvolvem o sistema imunológico em seu primeiro ano de vida, o que as torna mais susceptíveis a adquirir doenças graves. De acordo com os cientistas, se bebês infectados começarem a ser tratados com anti-retrovirais antes de completarem 12 semanas de vida, é possível reduzir o índice de mortalidade dessas crianças em cerca de 75%.


A recomendação de se começar o tratamento de bebês infectados o quanto antes integra um estudo iniciado em julho de 2005 em Soweto e na Cidade do Cabo (África do Sul), em que foram analisados 377 bebês entre seis e 12 semanas de vida.


A pesquisa já foi apresentada à Organização Mundial de Saúde (OMS) e deve prosseguir até 2011. Efeitos secundários nos pacientes ainda não foram detectados, mas o acompanhamento médico dos bebês submetidos ao tratamento continuará sendo feito nos próximos anos.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Não é possível desculpar o indesculpável


Transportes




Tito Bernardi*





O gesto obsceno do assessor especial do Presidente da República, Marco Aurélio Garcia, veiculado no final da noite do dia 19 de julho, relacionado ao noticiário do maior acidente aéreo da história do País, não é "desculpável" como pretendeu fazer crer o descontraído assessor e os poucos membros do governo que saíram em sua defesa. Na mesma noite do gesto, sua justificativa, veiculada pela mesma Rede Globo, e em seguida por alguns jornais, menciona que teria sido "um momento de extravasamento".





À Rede Globo, na mesma noite do fatídico gesto, o extrovertido assessor disse que o gesto representava a demonstração de sua "indignação frente a uma determinada versão que creditava ao governo a responsabilidade por um acontecimento dramático" (SIC). Para Garcia, "não é bem assim" - resumiu, em seu estilo excessivamente descontraído.





No dia seguinte (20), talvez pressionado por alguns membros do governo eventualmente constrangidos pela cena "dantesca" (a imagem é do Senador Pedro Simon - PMDB-RS), o loquaz assessor divulgou uma nota à imprensa que, ao invés de representar um pedido de desculpas, exala a mais pura arrogância que tem caracterizado as manifestações públicas desinibidas dos políticos brasileiros.





Na nota, assim como em suas esfarrapadas justificativas iniciais, o desenvolto assessor afirma, de forma paradoxalmente singela, que "sem nenhuma investigação, ou parecer técnico consistente, importantes setores dos meios de comunicação não hesitaram, poucas horas depois do acidente, em lançar sobre o governo a responsabilidade da tragédia de São Paulo". A afirmação deixa transparecer uma idéia obssessiva do atual governo. Do presidente Lula ao mais modesto burocrata da máquina aparelhada, ao sinal de qualquer fato que ofereça "perigo" à imagem dos aplicados governantes, logo se apegam às teorias conspiratórias de que a "imprensa" estaria forçando a barra contra o governo.





O presidente chegou a afirmar que, além da culpa da imprensa, as críticas à situação do Brasil seriam fruto de uma certa "mania" do povo brasileiro em criticar o próprio país. O mote do mais alto mandatário, repetido insistentemente em vários escalões da burocracia estatal, chegou ao ápice, sem dúvida, na nota do versátil assessor especial Marco Aurélio Garcia.





Se é verdade que "sem nenhuma investigação, ou parecer técnico consistente" seria prematuro lançar a responsabilidade sobre quem quer que seja, é também verdade cristalina que, em qualquer país que sonhe em viver um regime democrático, não é possível cercear o direito da imprensa em informar e debater temas de interesse público.





Também é verdade que as chamadas "autoridades competentes" fizeram o que, na mais recente gíria, convencionou-se chamar de "dar um perdido" logo após o acidente. Em linguagem clara: sumiram. Na noite do acidente nada de Infraero, nada de ANAC, nada de Presidente da República, nada de Marco Aurélio Garcia, nada de Waldir Pires. O mais alto mandatário da nação, Luiz Inácio "Lula" da Silva, só fez um tímido e opaco pronunciamento 72 duas horas depois do acidente.





Ao que parece, os membros do governo optaram por ficar "entocados" em seus gabinetes, à espreita de um acontecimento que "aliviasse", sim, a situação perante a opinião pública. Daí a repercussão do infeliz mas sintomático gesto mais que obsceno de Marco Aurélio Garcia.





Somente depois que a desinformação prevaleceu, sem que as autoridades do setor adotassem sequer medidas de emergência, é que, timidamente, o governo divulgou algumas poucas informações. Somente após mais de uma hora do acidente é que a empresa veio a público informar o modelo do avião que tinha se chocado contra o galpão de TAM Express. Essa opção do governo - silêncio, desinformação ou omissão, por si só, já justificaria o tom crítico do noticiário, como seria previsível em qualquer país democrático.





Mas não no Brasil, principalmente no Brasil de Marco Aurélio Garcia. Neste país fictício, que povoa as mentes iluminadas de muitos dos atuais governantes, a imprensa deveria permanecer em silêncio completo. Sequer abortar qualquer ocorrência de trânsito relacionada ao acidente. Nem pensar em prestar serviços aos usuários do fatídico aeroporto. A imprensa idela, desse Brasil imaginário de Marco Aurélio Garcia, a imprensa só abordaria o "problema" 72 horas depois, quando o mais alto mandatário da Nação fez o seu opaco pronunciamento.





Ou, mais cautelosa ainda, toda a imprensa nacional deveria aguardar um pronunciamento da ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil, que até o momento não se pronunciou sobre o caso. Não se trata, como pretendeu fazer crer o fagueiro assessor, de forçar as esforçadas autoridades competentes a apontar desde logo as causas do acidente. Também não seria de se esperar que, em apenas 72 horas, a "agência reguladora" do setor procurasse sanar as deficiências que vêm sendo exaustivamente apontadas há 10 meses, desde o acidente com o Boeing da Gol. Isso seria esperar demais, e o povo brasileiro é paciente demais para aguardar soluções.





Mas o lépido assessor deixou de observar que a ANAC fez silêncio que beira a omissão. Em seu site (http://www.anac.gov.br/), a "agência reguladora" não ostenta nenhuma orientação aos passageiros, usuários do sistema aeronáutico nacional. Apenas uma breve nota de "solidariedade" com os familiares das vítimas. Nada mais. nenhuma palavra sobre como ficam os vôos marcados, sobre procedimentos a serem adotados em regime de emergência, orientação às famílias, nada.





Apesar desse lapso da ANAC, que deixou de inserir em seu site qualquer orientação aos usuários do setor aeronáutico nacional, e nada divulgou à imprensa, dois diretores da operosa "agência" foram condecorados na manhã ensolarada do dia 20, em Brasília, por "méritos prestados à Aeronáutica brasileira" (SIC).





Na cerimônia, foram entregues as medalhas de "mérito Santos Dumont" para o diretor-presidente da Anac, Milton Zuanazzi, e a também diretora da agência Denise Abreu. O evento ocorreu na Base Aérea de Brasília. Santos Dumont, se vivo fosse, certamente ficaria embevecido com tal solenidade, sobretudo por ter sido realizada em momento como esse.




À saída da cerimônia, conforme informam os jornalistas que ali compareceram para cobrir o festivo evento, os dignos dirigentes da ANAC nada quiseram falar à imprensa.





O silêncio das autoridade competentes, num momento em que seus conhecimentos seriam úteis ao esclarecimento da população, é sintomático. Também a Infraero quedou-se silente logo após ao acidente em Congonhas. No dia seguinte, distribuiu à imprensa imagens, divulgadas pela própria Radiobrás (serviço noticioso do governo federal), que dão a entender que o Airbus da TAM teria descido em velocidade mais alta que outros aviões do mesmo porte.





No dia 19, logo as imagens terem sido exibidas pelas emissoras de TV, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, apressou-se a eximir a estatal de qualquer "culpa" no acidente. "Garanto que a Infraero não teve nada a ver com o acidente. Nada a ver. Eu assisti a fita e vi o que aconteceu", disse o brigadeiro, referindo-se especificamente às imagens do momento em que o avião pousou em Congonhas.





Ora, se para o laborioso Marco Aurélio Garcia é cedo para qualquer "atribuição de responsabilidade", como ele classificaria a postura o presidente da operosa estatal que administra os aeroportos tupiniquins? Estaria o nobre brigadeiro apressando-se em passar por cima de qualquer investigação oficial? Seria ele dotado de poderes paranormais de advinhação? Como Marco Aurélio Garcia é versátil, e tem procurado emprestar seu talento aos mais diversificados setores da adminsitração pública brasileira, caberia a ele classificar a postura da Infraero também. Até mesmo para esclarecer a opinião pública sobre a verdade, ou sobre a conveniência da distribuição das imagens, pois a imprensa brasileira, a seu ver, conspira contra o governo.





Entretanto, como o Marco Aurélio Garcia não fez qualquer referência ao fato de a Infraero ter-se apressado em distribuir imagenes e comentários taxativos por meio de seu presidente, apesar de ser um assíduo telespectador de telejornais, presume-se que ele não se incomoda tanto quando a versão divulgada favorece o governo do qual faz parte. Ou, em português mais claro, Marco Aurélio Garcia não se opõe à distribuição das imagens de Congonhas, seguidas de da versão do brigadeiro que "exime" a estatal.





Ou seja, a versão do fato, quando favorece o governo de Marco Aurélio Garcia, deve prevalecer. Mas, se por algum desvio de personalidade, a imprensa quiser cobrir todos os ângulos de uma notícia... aí haverá uma conspiração.





Na tortuosa forma de raciocinar do importante assessor especial, ainda que fique comprovada eventual falha técnica do Airbus - fato que teria provocado o seu "extravasamento" - não há como eximir o governo da responsabilidade pelo caos aéreo. A quem cabe manter e construir aeroportos? A quem cabe manter um número razoável de vôos em um aeroporto urbano construído na década de 30? A quem caberia supervisionar as obras no aeroporto de Congonhas? A quem cabe, efetivamente, fiscalizar a atuação das companhias aéreas?





Já que se arvora em um assessor mais que especial, capaz de envolver-se em assuntos que vão do suposto asilo político a Saddam Hussein à crise do gás boliviano, passando naturalmente, pela crise aérea, Marco Aurélio Garcia deveria apressar-se em responder tais perguntas. Suas respostas estariam à altura de sua reconhecida compet~encia para tratar do tema.





Na realidade, tanto o brigadeiro José Carlos Pereira, como Marco Aurélio Garcia, foram apressados. É princípio básico do Direito Penal brasileiro que, ocorrendo um acidente com morte, deve haver uma investigação, um inquérito policial para apurar causas e responsabilidades. Sendo os entes estatais diretamente vinculados à atividade aeronáutica, jamais, em tempo algum, as autoridades do setor poderiam furtar-se a prestar esclarecimentos. É cedo para a Infraero pretender "eximir-se" de responsabilidades...





Não se pode afirmar que Marco Aurélio Garcia seja despreparado para o exercício do cargo que ocupa, como apressarem-se a afirmar os líderes do PSDB (esses "maquiavélicos" tucanos...). Afinal, Marco Aurélio Garcia é bacharel em Direito, vinculado à tradicional UNICAMP, e não desconheceria que a atuação do governo no acidente (seja por omissão, negligência ou qualquer tipo de responsabilidade) deve ser, obrigatoriamente, investigada. Não só investigada. Exaustivamente investigada, até porque o chamado "apagão aéreo" vem sendo denunciado já há alguns meses. Um assessor de tal envergadura intelectual não poderia ignorar que toda sociedade - não só a imprensa - deveria não só investigar, mas questionar todas as autoridades sobre o grave acidente.





E qualquer homem público, por mais iluminado que seja, não pode sentir-se "incomodado" ou melindrado pois a função que exerce é pública, ou seja, ele deve satisfações ao público (os contribuintes, aqueles que pagam impostos que subsidiam os gordos venciomentos percebidos pelos tais homens públicos).





A pressa e a ansiedade de Marco Aurélio Garcia em ver refeita a "imagem do governo", com seu tresloucado gesto de "extravasamento", demonstram tão-somente o pensamento totalitário e antidemocrático que permeia a cabeça dos políticos brasileiros. A preocupação obssessiva com a "imagem" nada mais é que a tradução da mais rasteira intenção de perpetuar-se no poder.





Por isso, e não só pelo indesculpável gesto, Marco Aurélio Garcia não pode mais permanecer um minuto sequer no governo.





*Tito Bernardi, jornalista e advogado, é editor do Expresso da Notícia.

Leonel RochaDo Correio Braziliense

Um primeiro semestre pífio. É assim o balanço final dos trabalhos do Senado no primeiro semestre deste ano. A Casa, que tem como patrono Ruy Barbosa, o jurista que temia o triunfo das nulidades, aprovou apenas 528 matérias. Trata-se da segunda pior performance dos últimos cinco anos. Maior apenas que o mesmo período de 2004, quando foram aprovadas 478 proposições. O ponto alto não foi a eficiência dos parlamentares, mas os escândalos.

Os principais foram a denúncia de que o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria suas despesas pessoais pagas pelo lobista da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, e a renúncia de Joaquim Roriz (PMDB-DF), que abandonou o cargo para não ser cassado depois de flagrado em grampo da Polícia Civil de Brasília tratando de uma partilha de R$ 2,2 milhões. O Senado deixou de ser a “casa revisora” dos projetos aprovados na Câmara dos Deputados, como prevê a Constituição, para se transformar na casa do escândalo.

Do total de projetos aprovados, apenas 88 originaram-se nos gabinetes dos senadores. Na média, pouco mais de um por parlamentar. O centro das atenções no Senado nos últimos seis meses passou a ser o Conselho de Ética, onde os temas policiais ganharam destaque e está sendo definido o futuro de Renan.

O julgamento passou a ser a agenda da Casa. Além do presidente do Congresso, o conselho também passou a tratar do novo senador Gim Argello (PTB-DF), que tomou posse no lugar de Roriz e, antes mesmo de trabalhar pela primeira vez no plenário azul do Legislativo, o PSol já tinha protocolado uma representação farta em documentos e denúncias contra o novo parlamentar, que vão desde crime eleitoral à grilagem de terras no DF.

Nevoeiro faz Congonhas amanhecer fechado para pousos

O dia começou difícil para quem precisa viajar na manhã de hoje no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa Infraero, por causa do intenso nevoeiro que toma conta da região, o aeroporto, que normalmente começa a funcionar às 6 horas, sequer abriu para pousos. As decolagens acontecem normalmente.

Das 6 horas às 7 horas, sete dos 19 vôos programados foram cancelados. A cabeceira da pista principal, atingida ontem por um deslizamento permanece interditada. A pista auxiliar é a única em operação, mas com restrições quanto ao tamanho e peso das aeronaves.

A TAM, por exemplo, preferiu não pousar em Congonhas e cancelou 68 vôos previstos para hoje. Outros 22 foram desviados para outros aeroportos. A empresa pede aos passageiros para que telefonem para a companhia em Congonhas para confirmar os vôos antes de sair de casa.

Já no Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, em Cumbica, Guarulhos, a situação é aparentemente melhor, conforme a assessoria de imprensa da Infraero. Da zero hora às 7 horas, nenhum dos 38 vôos previstos foi cancelado. Outros quatro tiveram atrasos superiores a uma hora. O aeroporto não chegou a fechar e opera sem restrições tanto para pousos como para decolagens.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

PF começa hoje a perícia nos documentos de Renan Calheiros

Por: Da redação UH DP

Deve iniciar nesta segunda (23), pela Polícia Federal (PF) a perícia nos documentos apresentados pela defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de quebra de decoro parlamentar. Técnicos do Conselho de Ética do Senado estiveram em Alagoas em busca de documentos complementares de Renan.

O ministro Tarso Genro (Justiça) encaminhou na semana passada os documentos do senador para análise da PF. As investigações sobre o presidente do Senado só serão retomadas pelo conselho depois da conclusão da perícia.

A PF estima que a análise dos documentos dure pelo menos 20 dias por tanto os senadores da oposição defendem que a perícia seja concluída durante o período do recesso do Congresso Nacional, que termina em 1º de agosto.

Os questionamentos do conselho e do PSOL, autor da representação contra o peemedebista, pedem que a PF detalhe, entre outros itens, se as operações da venda do rebanho de Renan em Alagoas ocorreram "efetivamente conforme as suas descrições".

O Conselho de Ética também quer esclarecer a evolução patrimonial do senador no período de 2002 a 2006.

domingo, 22 de julho de 2007

Papa denuncia guerras e pede condenação à corrida armamentista


Da France Presse





Antonio Calanni/AP
Papa cita antecessor Bento XV na luta contra a guerra





O papa Bento XVI condenou com veemência neste domingo as guerras que 'se opõem ao desígnio de Deus' e pediu aos povos que rejeitem com determinação a corrida armamentista. "A guerra, com (suas conseqüências) de dores e destruições, é desde sempre considerada uma calamidade que se opõe ao desígnio de Deus, que (...) deseja fazer do gênero humano uma família", disse o Papa na oração do Angelus em Lorenzago di Cadore (norte da Itália), onde passa férias.




Segundo o pontífice, logo que entrou em férias, passou a sentir de maneira 'ainda mais intensa o doloroso impacto das informações sobre os conflitos sangrentos e os episódios de violência que ocorrem em muitas partes do mundo.'




"Se os homens vivessem em paz com Deus e entre eles, a terra se pareceria de verdade com um paraíso. O pecado danou desgraçadamente esse projeto divino. Ocorre que os homens cedem à tentação do diabo e fazem a guerra entre eles", lamentou.




Bento XVI apareceu com o rosto bronzeado e em boa forma física. O Papa mencionou o antecessor Bento XV que, no dia 1º de agosto de 1917, quando a Primeira Guerra Mundial estava no auge, pediu às potências beligerantes que pusessem fim ao conflito, classificando a guerra como 'inútil matança'.




Cerca de seis mil fiéis assistiram ao Angelus do Papa, celebrado em um povoado que durante os meses de inverno fica com uma população média de apenas 600 habitantes.

UFPE registra abstenção de 6,1% neste domingo

Gabarito oficial será liberado depois das 13h30.Resultado deve ser divulgado no dia 31 de julho.

Do G1, em São Paulo

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE ) informou que 6,1% dos candidatos faltaram às provas do segundo vestibular 2007, aplicadas neste domingo (22). O processo seletivo é para preencher vagas nas unidades acadêmicas de Vitória de Santo Antão e Caruaru. Os gabaritos oficiais serão liberados por volta das 13h30.

Segundo a Comissão de Processo Seletivo e Terinamento (Covest), a unidade de Caruaru registrou 24 faltosos e a unidade de Santo Antão teve 14 ausentes. No total, 627 candidatos estão concorrendo às 90 vagas disponibilizadas pelas duas instituições.



Neste domingo, os candidatos fizeram testes de português 1 (uma redação e duas questões discursivas), português 2 (16 questões), língua estrangeira, história e geografia (oito questões cada uma). O tema da redação foi "O sucesso: sorte ou determinação?".


Os exames continuam nesta segunda-feira (23), das 8h às 12h30. Os candidatos terão de resolver questões de matemática, química, física e biologia (16 para cada prova).
A lista de aprovados até o dia 31 de julho.