quarta-feira, 25 de julho de 2007

Emergências lotadas e novas demissões agravam crise na saúde


Do JC OnLine

Com informações da TV Jornal/Rádio Jornal


A situação promete se complicar nas principais emergências do Recife nesta quarta-feira (25). No Hospital Getúlio Vargas (HGV), no Cordeiro, apenas dois médicos plantonistas (cirurgião geral e buco-maxilo) estão trabalhando. A unidade não está aceitando novas internações e apenas os casos considerados gravissímos são atendidos. Já no Hospital da Restauração (HR), no Derby, a situação está aparentemente tranqüila. Todos os médicos plantonistas trabalharam durante a madrugada, um médico ortopedista da Polícia Militar foi convocado para auxiliar no atendimento.


Hoje pelo menos 20 dos 26 cirurgiões vasculares que trabalham no HGV e no HR devem pedir demissão. A decisão foi tomanda no começo da noite desta terça-feira (24) numa reunião realizada no auditório do HR. Na ocasião, 15 profissionais assinaram a ata e confirmaram que outros cinco deles também deram parecer positivo por telefone. Atualmente 14 cirurgiões vasculares atendem no HGV e 12 no HR. A tendência é todos os profissionais venham a aderir à decisão. A expectativa agora fica por conta de uma assembléia que está sendo marcada para a próxima terça-feira (31) que englobará os cirurgiões gerais. Em caso de pedido de demissão desses profissionais, a crise possivelmente chegará a níveis alarmantes.


Na tentativa de contornar a crise, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) propôs na noite dessa segunda (23) aumentar em 83% a gratificação dos médicos plantonistas, que passaria de R$ 600 para R$ 1,1 mil. Até as 21h30 dessa terça, nenhuma rodada de negociação entre médicos e governo do Estado havia sido marcada para resolver o impasse. A SES não detalhou o que está fazendo para contornar o desfalque nos plantões, descobertos desde as 19h de ontem no HR, HGV e HOF. Em nota oficial, apenas informa que médicos da polícia e das Forças Armadas foram convocados e estão nas unidades, “mas não em número suficiente para cobrir todas as escalas.”


A Secretaria diz também que o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) não aceitou a proposta de aumentar em 83% a gratificação de plantão, que subiria de R$ 600 para R$ 1.100. “Atitude que demonstra a intransigência do movimento”, ressalta a nota, que volta a apelar para que os médicos voltem ao trabalho. No entanto, o presidente da entidade, Mário Fernando Lins, afirmou que não recebeu qualquer documento oficial contendo a proposta. “Estamos abertos ao diálogo. Quem radicaliza é o governo.”


Porém em entrevista à Rádio Jornal na tarde dessa terça (24), o secretário estadual de Saúde, Jorge Gomes, afirmou que o governo está aberto a negociação. "Quero apelar aos médicos que abandonaram o serviço para que eles retornem e nós retomemos as negociações. Estamos abertos a discutir tanto o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) como o que eles solicitam em termos de aumento salarial", afirmou. De acordo com Jorge Gomes, o movimento dos médicos é mais grave que uma greve. "Na greve os serviços essenciais são respeitados. Os médicos começaram abandonando os plantões, sem dar tempo para que o Estado pudesse recompor as equipes", disse.

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