sábado, 29 de setembro de 2007

Políticas sociais avançam mais para idosos do que para crianças

Estudo do IBGE aponta alta na expectativa de vida impulsionada pelo crescimento da cobertura previdenciária Com isso, entre os mais pobres, apenas 5% são idosos, enquanto esse porcentual entre crianças chega a 40,2% A fecundidade cresceu entre adolescentes Famílias estão menores Mais mulheres são vistas como chefes de família


Felipe Werneck e Alexandre Rodrigues


A Síntese de Indicadores Sociais 2007 divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra um Brasil cujas condições de vida têm melhorado, mas de forma desigual para os dois extremos etários da sociedade, com mais avanços para idosos que para crianças, adolescentes e jovens. O estudo, baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), mostra que o País está conseguindo dar mais saúde aos velhos, cuja expectativa de vida aumenta, mas melhora em ritmo muito menor na educação, maior carência da juventude. O avanço é considerado mais lento que o de outros países da América Latina, com economias menores.

“Estamos tratando os idosos como em países europeus, sem haver renda para isso, e os jovens como em realidades africanas”, analisa Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas. “A questão é como manter o sistema no futuro.” Para o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, a faixa etária foi beneficiada pelo aumento do salário mínimo. “Ela depende da aposentadoria. Qualquer aumento melhora as condições de vida.”

Entre os jovens, embora os números confirmem a tendência de universalização do ensino fundamental, muitos ainda têm de dividir a sala de aula com o trabalho. E os que trabalham vão menos à escola. O acesso à creche mais que dobrou, mas não alcança nem 20% das crianças de zero a 3 anos. A agravante é que 40,2% das famílias com crianças de 0 a 14 anos têm renda familiar per capita de até meio salário mínimo.

Na ponta dos idosos, como resultado de políticas sociais mais consistentes, como a expansão previdenciária, o bem-estar chega mais rápido. A parcela de brasileiros com mais de 60 anos subiu de 8,6% em 1996 para 10,2%, mas a representação deles entre os brasileiros mais pobres é de apenas 5,4%.

Para Marcelo Néri, da FGV, essa população é mais atraente para políticos por causa do voto. “O País precisa dar o mesmo foco à educação para formar os trabalhadores que sustentarão os benefícios no futuro.”

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que quase 20% dos idosos aposentados no Brasil trabalham. Baixos valores das pensões e boas condições de saúde têm levado de volta ao mercado os trabalhadores que já passaram dos 60 anos. Principalmente os homens: 28,9% dos aposentados ainda trabalham. Entre as mulheres, 11,5%. No Nordeste e no Sul, os números são maiores que a média nacional: 24,5% e 27,3%, respectivamente.

Somando os aposentados que voltaram à ativa aos idosos que ainda não se aposentaram, a proporção dos que chegam aos 60 no mercado profissional chega a 30,9%. Com isso, os 5,9 milhões de idosos trabalhadores ocupam hoje 4,5% dos postos de trabalho do País. Dessa forma, têm mais condições para viver mais e melhor. Os dados de emprego sugerem ainda que a experiência dos mais velhos costuma ser reconhecida para os cargos de gerência. Entre os trabalhadores que têm a responsabilidade de tomar decisões, 6,3% têm mais de 60 anos. Um termômetro utilizado pelo IBGE para medir a aprovação dos idosos em cargos de liderança foi a eleição de prefeitos com mais de 60 anos: 13% dos eleitos em 2004.

RITMO PREOCUPANTE

Embora o envelhecimento da população no Brasil seja já um assunto recorrente e uma preocupação constante de dirigentes públicos e pesquisadores, o País ainda não está entre os países com maior proporção de idosos, nem na comparação com outros países latino-americanos.

A Síntese de Indicadores Sociais do IBGE agregou à tabulação do tema uma comparação da estimativa feita pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), na qual o Brasil aparece ainda no grupo intermediário do envelhecimento.

Enquanto países como Uruguai (17,3%), Argentina (13,8), Cuba (15,4%) e Chile (11,5%) atingiram a casa de dois dígitos na proporção de pessoas com mais de 60 anos, o Brasil, pela estimativa da Cepal, está em 8,7%.

A situação brasileira é parecida com a de países como México (7,7%), Peru (7,7%), Panamá (8,7%) e Costa Rica (8,2%). Para os técnicos do IBGE, a estimativa da Cepal, que se refere a 2005, é próxima da definida na PNAD com referência ao ano de 2006: 10,2%.

O IBGE também fez estimativas levando em consideração o conceito de terceira idade para países desenvolvidos, que é de maiores de 65 anos. Com esse corte, o porcentual de idosos no Brasil cai para 7,1%.

Para o economista Marcelo Néri, da FGV, essa comparação não significa que o Brasil tem uma situação mais confortável em relação ao problema do envelhecimento. Para ele, o preocupante é a velocidade do processo, que tem se mostrado alta no País. Segundo Néri, estudos indicam que o Brasil já tem a maior população idosa absoluta da América Latina e ultrapassará em 2025 todas as outras nações latino-americanas na proporção de habitantes com mais de 60 anos.

“Isso talvez seja um agravante porque todas as decisões sobre os benefícios que estamos tomando hoje terão de ser estendidas a uma parcela da população ainda maior. As leis não permitem a redução do rendimento das pessoas. A tendência atual é de subida na proporção da Previdência no PIB”, diz.

Categoria pode entrar em greve na próxima semana


Os bancários do estado podem entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 4 de outubro, caso as negociações que envolvem cerca de 90 pontos de reivindicação - incluindo reajuste salarial - não avancem até a próxima assembléia da categoria, marcada para terça-feira. O primeiro sinal do movimento foi experimentado ontem pelos clientes, que se depararam com as atividades nas instituições públicas e em parte da rede privada paralisadas por 24 horas e alguns cartazes e faixas já indicando a greve.

Pelo menos durante a tarde, o movimento era tranqüilo nas agências centrais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Os clientes formavam algumas filas nos caixas eletrônicos, mas não reclamavam da paralisação. Segundo o coordenador geral do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte, Liceu Carvalho, 70% e 95% dos funcionários, respectivamente, aderiram à greve temporária nos dois bancos. Também participaram do movimento funcionários do HSBC, do Unibanco, do Santander Banespa e do Banco do Nordeste, segundo informações dele e da assessoria de imprensa da entidade.

Entre as reivindicações da categoria estão a ampliação do horário de atendimento nas agências, que passaria a ser das 9h às 16h, o reajuste salarial de 29,27% para a rede privada e a recuperação de 80% a 100% para os bancários da rede pública, referente a perdas acumuladas desde a instituição do Plano Real. Eles também pedem isonomia entre novos e antigos funcionários e planos de cargos e salário.

Com a paralisação de ontem, o Sindicato do RN, o de Baurú (SP) e o do Maranhão estavam acompanhando o movimento nacional da categoria. Eles encampam, entretanto, um movimento isolado, com pauta de reivindicações diferente das demais entidades representativas no país. Mais de 100 sindicatos e federações estão sendo representados pelo Comando Nacional dos Bancos, entidade coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).

Os pleitos do Comando incluem questões econômicas como o reajuste de 10,3%, equivalente à inflação do período mais 5,5% de aumento real, participação nos lucros e resultados, a chamada PLR, equivalente a dois salários mais R$ 3.500 por bancário. Na tarde de ontem mais uma rodada de negociações estava em curso, mas não havia encerrado até o fechamento desta edição. Na anterior, os banqueiros propuseram 4,82% de aumento, valor que excluiria a possibilidade de ganhos e não agradou aos funcionários.

A expectativa era que de ontem saísse uma proposta maior, que possa ser apresentada à categoria nas assembléias que deverão ocorrer em todo o país na próxima terça. Segundo o secretário de imprensa da Contraf, William Mendes, a negociação conduzida pelo Comando dos Bancos deve prevalecer sobre a proposta dos três sindicatos, incluindo o do RN. Em nível nacional, a possibilidade é que a greve valha na prática a partir do dia 3. Como aqui será feriado, a paralisação só seria sentida pelos clientes no dia 4, uma quinta-feira.

Ucrânia realiza eleições legislativas em meio à crise

KIEV (AFP) — Trinta e sete milhões de ucranianos vão às urnas neste domingo para eleger um novo Parlamento, na esperança de pôr fim a uma espiral de crise política nesta jovem democracia do antigo bloco soviético, que anunciou uma aproximação da União Européia (UE).






Em um dia em que a propaganda política está proibida, a imprensa do país pediu neste sábado que os ucranianos abandonem sua aparente apatia e apoiem no domingo uma das opções políticas.







Simpatizantes do candidato Viktor Yanukovich, líder do partido das Regiões, pró-russo, se reúnem na praça da Independência, em Kiev





"É preciso refletir uma última vez e eleger. É melhor não desistir desse direito constitucional. Somos nós que vivemos nesse país", afirma o jornal Den em sua primeira página.








A Ucrânia, um dos maiores países da Europa com seus 47 milhões de habitantes, no entanto, não tem a garantia de poder retomar a estabilidade depois de uma série de crises que tem debilitado o novo presidente, Viktor Yushenko, herói da Revolução Laranja.








As eleições legislativas são as segundas a serem realizadas em um ano e meio nesta antiga república soviética. Elas acontecem sob sinal de enfrentamento entre o presidente e seu arquiinimigo, o primeiro-ministro pró-russo, Vuktor Yanukuvich, que culminaram com a dissolução do parlamento.








A ruptura do parlamento que tinha chegado ao poder pela Revolução Laranja em 2004 e a incapacidade de Yushenko para promover as reformas prometidas decepcionaram os ucranianos e fizeram sua popularidade despencar.








Agora, a coalizão presidencial Nossa Ucrânia-Autodefesa Popular só conta com 13% das intenções de voto, muito atrás do partido das Regiões de Viktor Yanukovich, que goza de 33% a 37% das intenções de voto, segundo uma recente pesquisa do Instituto Internacional de Sociologia.







Viktor Yanukovich, que foi banido pela Revolução Laranja depois de ser constatada fraude eleitoral em seu favor durante a eleição presidencial de 2004, voltou com força à cena política depois das legislativas de março de 2006, ganhas por seu partido.






Desde então, a presença dos dois Viktor nas rédeas do país esteve marcada por uma série de desentendimentos, que acabaram desesperando tanto os ucranianos como os ocidentais.






"É importante voltar a estabilidade para que a Ucrânia possa concentrar sua energia nas reformas", advertiu em setembro o presidente da Comissão Européia, José Durão Barroso.






Por outro lado, o bloco de Yulia Timoshenko que, apesar de ter sido uma figura-chave na Revolução Laranja, foi destituída pelo presidente de seu posto de primeira-ministra em 2005, poderia obter entre 16,8% e 23% dos votos.






Com os resultados se anunciando apertados, tem se questionado a governabilidade da maioria da próxima administração.







"Veremos se as eleições permitem sair rapidamente da crise política ou se o conflito ficará ainda mais forte", avaliava o analista Volodimir Fesenko, do centro de estudos políticos Penta, de Kiev.






"Se formam rapidamente uma coalizão e um novo governo, o país sairá gradualmente" da crise, considera o especialista.







Mas a hostilidade entre os três protagonistas prevê um futuro agitado. "Haverá um novo período de instabilidade", prognostica o diretor do instituto de Estudos Políticos de Kiev, Mikhailo Pogrebinsky.







O partido derrotado poderia não reconhecer o resultado das eleições e organizar manifestações, ou inclusive tentar invalidar o novo parlamento diante dos tribunais, afirmou Progrebinsky.







Oficialmente, a coalizão presidencial e o bloco de Yulia Timoshenko se comprometeram a firmar uma aliança se juntos obtiverem mais votos que seus adversários.







Em caso de vitória, o presidente poderá aproveitar para "acelerar a adesão de Ucrânia à Otan", segundo Pogrebinsky.








No entanto, também não se pode excluir completamente uma aliança entre os dois Viktor. Neste caso, a política exterior da Ucrânia teria que encontrar o equilíbrio entre a Europa, a Otan e a Rússia, acreditam os analistas.






Por outro lado, espera-se que as eleições não tenham impacto direto na economia nacional, cujos indicadores são bons, apesar da crise política.






Nos oito primeiros meses do ano, o PIB ucraniano aumentou em 7,5%.






"Em qualquer dos casos, haverá reformas com traços de liberalismo. Os empresários que estão atrás das três forças precisam disso", destacou Fesenko.




sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Ban Ki-moon pede à Junta Militar birmanesa moderação e diálogo

Nações Unidas, 28 set (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu hoje à Junta Militar de Mianmar moderação e diálogo, em sua primeira declaração pública após o início da repressão aos protestos a favor da democracia.

"Os recentes eventos em Mianmar estão causando profunda preocupação. As autoridades deveriam agir com moderação, iniciar sem demora um diálogo, libertar os líderes detidos e iniciar um processo de reconciliação nacional", disse.

Ban fez estas declarações na sede das Nações Unidas na reunião anual dos ministros de Assuntos Exteriores do Movimento de Países Não-Alinhados, aos quais informou sobre a decisão de enviar a Mianmar seu conselheiro especial, Ibrahim Gambari, que iniciará amanhã uma visita ao país asiático. EFE fpb an

China fez generais aceitarem enviado da ONU, diz analista

Pequim, 28 Set (Lusa) - A viagem do enviado especial das Nações Unidas, Ibrahim Gambari, a Mianmar deve-se à pressão diplomática da China sobre a junta militar birmanesa, disse nesta sexta-feira à Agência Lusa o analista político birmanês Win Min.

"Foi a China que pressionou a liderança birmanesa a aceitar a ida ao país de Ibrahim Gambari para mediar a crise entre os manifestantes e a junta militar", disse Win Min, analista baseado na Tailândia, que fugiu de Mianmar durante o massacre de 1988, quando o Exército esmagou pelas armas as manifestações pacíficas pró-democracia, matando pelo menos 3 mil pessoas.

"Só a China tem o poder para pressionar a junta militar a deixar Ibrahim Gambari entrar", disse Win Min à Agência Lusa, adiantando que "só pode ser também a pressão chinesa que está prevenindo o governo de não atirar para matar contra os manifestantes, tal como aconteceu em 1988".

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, enviou o nigeriano Ibrahim Gambari - que se encontra ainda de viagem, tendo chegado nesta sexta a Cingapura - para tentar estabelecer o diálogo entre a junta militar e os ativistas pró-democracia.

Ban apelou ao governo birmanês para "aceitar o diálogo construtivo com Gambari" e para "tomar o caminho da reconciliação nacional pacífica e abrangente". A China ecoou na quinta-feira as palavras de Ban, com Pequim apelando para a "moderação".

"Esperamos que Mianmar se possa dedicar ao retorno o mais rápido possível da estabilidade, à melhoria do bem-estar do seu povo e à manutenção da harmonia social", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Jiang Yu.

A China, que faz fronteira com a Mianmar, é dos poucos aliados da junta militar birmanesa e é um dos maiores parceiros econômicos do país, do qual compra gás natural. A maioria do material militar birmanês é também vendido pela China.

Em janeiro passado, a China e a Rússia vetaram no Conselho de Segurança das Nações Unidas sanções contra o regime birmanês.

Na quinta-feira, as forças de segurança birmanesas mataram pelo menos nove pessoas, incluindo um jornalista japonês, e fizeram centenas de prisões, numa manobra de repressão armada contra as manifestações pacíficas no país.

Gol leva um ano para indenizar 32 famílias afetadas por acidente


da Folha Online


Em quase um ano, a Gol indenizou apenas 32 famílias afetadas pelo acidente que matou 154 pessoas em 29 de setembro de 2006, em Mato Grosso. O balanço das ações adotadas pela empresa aérea nos últimos meses foi divulgado nesta sexta-feira, um dia antes de a tragédia completar um ano. De acordo com a Gol, todas as indenizações pagas asseguram aos 82 beneficiados a mesma renda que a vítima tinha quando morreu.


No sábado, parentes das pessoas mortos irão sobrevoar a região da queda em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Outro grupo irá participar de uma cerimônia oferecida pela Gol no Jardim Botânico de Brasília (DF). O translado será por conta da empresa.


O acidente com o vôo 1907 ocorreu no final da tarde. O avião seguia de Manaus (AM) para o Rio, com escala em Brasília (DF), quando bateu em um Legacy da empresa de taxi aéreo dos Estados Unidos ExcelAire. Os destroços do Boeing caíram em uma mata fechada, a 200 km do município de Peixoto de Azevedo (MT). Mesmo avariado, o Legacy, que transportava sete pessoas, conseguiu pousar em segurança em uma base na serra do Cachimbo (PA).


Com o aniversário de um ano da tragédia, as 210 pessoas que utilizavam um plano de saúde pago pela Gol perdem seu direito à assistência. Pelo próximo ano, elas contarão apenas com assistência psicológica.


Na nota divulgada hoje, a Gol ressaltou as providências adotadas pouco após o acidente --o envio de assistentes sociais às cidades de origem dos mortos; o fornecimento de alimentação e hospedagem aos parentes em Brasília; e a abertura de um site e de um número de telefone direto para o contato entre as famílias e a empresa.


O comunicado afirma ainda que a Gol "não descuidou de suas responsabilidades em relação aos destroços da aeronave, que permanecem no local da queda".


"Um laudo preliminar encomendado pela Companhia apontou que não há possibilidade de contaminação do ar e do solo pelo combustível do avião, mas, como as peças continuam na superfície, espalhadas por centenas de metros ao redor da clareira principal, a companhia avalia a viabilidade de enterrá-las", afirmou.

Acidente fecha Régis Bittencourt e causa 16 km de congestionamento


Da Folha Online


A rodovia Régis Bittencourt está interditada na região de Miracatu (180 km a sudoeste de São Paulo) desde as 7h desta sexta-feira devido ao tombamento de uma carreta que transportava produto explosivo. Por volta das 14h30, ainda não havia previsão para a liberação da via, e o congestionamento atingia 16 km no sentido São Paulo e 11 km no sentido Paraná.


O acidente aconteceu na altura do km 368, quando o veículo seguia em direção ao Paraná. O motorista ficou ferido e foi levado em estado grave para o pronto-socorro da cidade.


A rodovia chegou a ficar totalmente interditada. Por volta das 11h, de acordo com a Polícia Rodoviária, o tráfego começou a ser liberado, de forma alternada, por uma das pistas.


A rodovia será totalmente liberada somente após a empresa responsável pelo transporte remover a carga.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Mensalão mineiro não é igual ao petista, diz Aécio

Apontado como beneficiário de R$ 110 mil em 98, tucano se pronunciou pela primeira vez; para PSDB, valerioduto de Minas se resumiu a caixa 2


Eduardo Kattah, BELO HORIZONTE


O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), insistiu ontem em que o mensalão mineiro não tem "paralelo" com o escândalo que veio à tona no primeiro governo Lula. "Na minha avaliação, há uma diferença muito grande entre aquilo que ocorreu no plano federal e os problemas que ocorreram na campanha do então candidato Eduardo Azeredo. Acho que com serenidade e muita transparência Azeredo terá tempo de apresentar seus argumentos e demonstrar que não há paralelo entre uma questão e outra", afirmou.

Entenda o mensalão mineiro

Relatório da Polícia Federal aponta o esquema em Minas, de 1998, como o embrião do mensalão petista e Azeredo, que era governador na época e hoje é senador, como seu principal beneficiário. Segundo a investigação, pelo menos R$ 5,17 milhões, em valores da época, teriam saído de estatais mineiras para o esquema de arrecadação paralela de recursos da campanha de Azeredo, por meio da agência SMPB, do empresário Marcos Valério - o mesmo do mensalão petista. Os desvios teriam se dado por meio de cotas de patrocínio de eventos e publicidade fictícia.

Os tucanos argumentam que o mensalão mineiro se resumiu a caixa 2, enquanto no âmbito federal houve compra de apoio parlamentar. Aécio defendeu Azeredo ontem - "um homem de bem" -, mas salientou que "cada um tem de responder" às denúncias. "O partido tem enorme confiança na trajetória política do governador, do senador Eduardo Azeredo", destacou, pedindo que ele tenha condição "isonômica" de se defender.

Desde a divulgação do relatório da PF, Aécio não havia se pronunciado sobre o escândalo. Ele próprio é citado em uma lista como sendo beneficiário de R$ 110 mil na campanha de 1998, quando era candidato a deputado federal. Em nota divulgada na última semana, sua assessoria negou o recebimento desses recursos e frisou que Aécio não é citado "no corpo do relatório da Polícia Federal".

A cúpula do PSDB decidiu ontem que só vai se manifestar sobre as denúncias contra Azeredo depois que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, se pronunciar. "Só falaremos sobre o assunto diante de um fato concreto", resumiu o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), ressaltando que, por enquanto, não há denúncia contra o colega. Foi no gabinete de Guerra que o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), reuniu-se ontem à tarde com Azeredo.

Logo na chegada, o senador mineiro se mostrou indignado com as acusações. "Para começar, essa campanha não foi minha, foi do PSDB todo, inclusive de Fernando Henrique à reeleição", disse, cobrando solidariedade.

O deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP) argumentou que, na hipótese de as acusações do mensalão de Minas e do mensalão do PT serem verdadeiras, a tese do tucanato é uma só: "Não dá para indiciar o Azeredo sem indiciar o Lula.

IRRITAÇÃO

O procurador-geral da República mostrou-se ontem incomodado com a publicação das conclusões da PF sobre o mensalão mineiro. A irritação chegou a tal ponto que Souza afirmou que não levará em consideração as conclusões da PF sobre o caso que foram divulgadas nas últimas semanas.

"Não vou me basear no relatório", afirmou Souza, reclamando que o texto da PF é opinativo. "O relatório tem que descrever os fatos. Quando dá opinião, deixa de ser relatório", argumentou. Além de Azeredo e Aécio, o relatório da PF cita o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, como responsável por movimentar mais de R$ 24 milhões, e outros 159 políticos.

COLABORARAM CHRISTIANE SAMARCO e FELIPE RECONDO

De braços cruzados


Cerca de 150 agentes administrativos da PF no estado deflagram greve por tempo indeterminado




Cilene Brito


Após várias paralisações de advertência, realizadas em junho deste ano, os agentes administrativos da Polícia Federal (PF) decidiram, ontem, cruzar os braços por tempo indeterminado. A greve foi a última alternativa encontrada para pressionar o governo federal a cumprir o acordo de reestruturação do plano de carreira para a categoria, pleiteado desde 2005. A ação faz parte do movimento nacional dos servidores administrativos do órgão. Em toda a Bahia, cerca de 150 servidores aderiram ao movimento.


Com a greve, ficam paralisados os serviços de emissão de passaportes e prorrogação de vistos para estrangeiros. A estimativa é que cerca de 350 passaportes deixem de ser expedidos por dia. Também estão suspensas as emissões de carteira de estrangeiros, registro de porte de arma e as licenças para comercialização e transporte de produtos químicos. Ao todo, 140 produtos são controlados pela PF e necessitam do selo de certificação para terem comércio legalizado.
No posto da PF do aeroporto, a rotina não foi alterada. Segundo o chefe da polícia aeroportuária da PF, Francisco Gonçalves, apenas três agentes administrativos que trabalhavam em conjunto com policiais no registro de estrangeiros não compareceram. “O serviço ficou apenas um pouco mais lento”, garantiu.


Segundo a diretora de comunicação do Sindicato dos Servidores do Plano Especial de Cargos da PF (Sinpecpf), Elisabeth Saraiva, em 2005, os ministérios da Justiça e do Planejamento se comprometeram a fazer a reestruturação do plano de carreira da categoria, que seria encaminhado ao Congresso, em 2006, o que não aconteceu. Na ocasião, foi formado um grupo de estudos com a participação do governo federal e PF para analisar a proposta. Os estudos foram reiniciados em junho, mas, até hoje, não houve nenhuma sinalização positiva por parte do Planalto.


“O governo está protelando as negociações. Eles pediram mais dois meses para reavaliar o relatório, mas o prazo expirou em 31 de agosto”, ressaltou Elisabeth. Ela afirma que a categoria também já avaliou o relatório e discordou de diversos pontos. “Não há consenso. Vamos discutir alguns pontos que não foram aceitos”, garantiu. Os agentes exigem a nomeação de apenas dois cargos para a categoria _ o de técnico e de analista de Polícia Federal, a incorporação da gratificação específica de apoio técnico-administrativo à atividade policial federal (GEAPF) e a concessão da gratificação de qualificação aos portadores de pós-graduação, a exemplo de especializações e mestrados.


Reivindicações - A estruturação do plano de carreira dos servidores administrativos da PF prevê a criação de nomenclaturas e tabelas próprias. A categoria pede também o fim da terceirização e a possibilidade de contratação, por meio de concurso público, de mais servidores para desempenhar as atribuições típicas do plano especial de cargos (funções administrativas). Essa medida, segundo o sindicato, atende às decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que consideram irregular a terceirização na PF.


De acordo com a sindicalista, em todo o país existem apenas 3,5 mil agentes administrativos na ativa. Ela informa que o próprio Ministério da Justiça já autorizou a abertura de três mil novas vagas. No entanto, as contratações só poderão ser efetuadas através de concurso público, o que requer um plano de carreira.


Ainda segundo a diretora do sindicato, existem muitos funcionários desviados de suas funções para atender à demanda extra. “Estamos com um déficit muito grande de funcionários administrativos. Temos muitos servidores que foram capacitados para atividade policial e que estão atuando na parte administrativa. Eles deveriam reforçar as atividades na área operacional e no combate ao tráfico”, analisou.

Câmara de São Paulo anula concurso sob suspeita


EVANDRO SPINELLI

FÁBIO TAKAHASHI

Da Folha de S.Paulo


A Câmara Municipal de São Paulo anulou ontem o concurso público para a contratação de 197 pessoas para 32 cargos com salários que variam de R$ 755,66 a R$ 5.137,57. Inscreveram-se para a prova, feita em 22 de julho, 110.097 pessoas.


A Câmara aponta irregularidades supostamente cometidas pela Vunesp (Fundação para o Vestibular da Unesp), contratada para realizar a prova. Chega a falar em quebra de sigilo.


Em uma primeira nota oficial, emitida às 15h, a Mesa da Câmara afirmava que sindicância interna da Vunesp concluíra que a impressão das provas, feita pela Imesp (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo), "pode ter se tornado vulnerável quanto ao seu sigilo".


Em nova versão da nota oficial, enviada às 19h15, a Câmara retirou a referência à Imesp. A justificativa para anular a prova passou a ser o fato de a Vunesp ter subcontratado a impressão das provas --o que não estava previsto no contrato.


A suspeita de irregularidade no concurso surgiu após candidatos terem descoberto que, dos sete primeiros colocados para o cargo de técnico administrativo, quatro têm relações de parentesco, sendo que três têm o mesmo sobrenome -Borghi. Também foi apontado que uma dessas pessoas seria estagiária da Imesp.


Para esse cargo, foram abertas 104 vagas e se inscreveram 63.856 pessoas.


Sindicância interna da Vunesp não constatou fraude no processo. A fundação diz que até agora só constatou que a máquina que fazia a impressão parou para a troca da bobina de papel, o que teria atrasado a confecção do material.


O Ministério Público Estadual também apura o caso.


O primeiro-secretário da Câmara, José Américo (PT), disse que a suspeita envolvendo a disputa pelo cargo de técnico administrativo compromete todo o processo. "Para ficar um concurso tão importante para nós sob suspeita, preferimos fazer isso [anular a prova]."


Ele disse não acreditar em má-fé da Vunesp, mas afirmou que a Câmara "deu bastante tempo" para a fundação "tomar as atitudes que deveria tomar".


Além de anular o concurso, a Câmara determinou à Vunesp que realize novamente a prova sem cobrar nada e multou a fundação em 15% de tudo o que ela arrecadou. A multa foi aplicada por suposta quebra do contrato que, de acordo com a Câmara, não permitia a subcontratação da impressão.


Nem a Câmara nem a Vunesp confirmam, mas a Folha apurou que a fundação arrecadou cerca de R$ 3,8 milhões. O valor é referente às taxas de inscrições pagas pelos candidatos -R$ 21, R$ 31 ou R$ 51, dependendo do cargo.


A Vunesp informou que irá aplicar de novo a prova. Ainda não há data para o novo concurso, do qual só poderão participar os candidatos já inscritos. Ainda não está definido se quem não quiser refazer a prova terá o direito de receber o dinheiro da inscrição de volta.


Além dos "Diário Oficiais" do Estado e do município, a Imesp tradicionalmente é responsável também pela impressão dos vestibulares da USP, Unesp e Unicamp, entre outros.


Outro lado


A Vunesp divulgou nota na qual afirma que irá refazer o concurso. No texto, a fundação diz que foi avisada pela imprensa sobre a decisão do Legislativo de anular todo o exame.


"A Vunesp aguarda pela manifestação oficial da Câmara para avaliar as medidas que deve adotar, estranhando que aquela Casa (...) tenha optado por gerar fato jornalístico, renunciando a buscar um entendimento prévio para pôr em prática a reaplicação do concurso", diz.


Afirma ainda que a Câmara fez vários questionamentos --respondidos no último dia 17. Desde então, diz, o Legislativo não se manifestou mais.


Na nota, a Vunesp declarou que "o interesse público deve se sobrepor às controvérsias e que, portanto, não se opõe à reaplicação de todas as provas do concurso em questão, nos moldes a ser acordados entre as partes".


Sem dar detalhes, a fundação nega que tenha quebrado o contrato ao contratar a Imesp para a impressão das provas.


Também por meio de nota, a Imesp afirmou que seguiu as normas de segurança e que a Vunesp não indicou falha nenhuma.

Câmara retoma hoje votação da CPMF

Deputados votarão destaques e emendas à proposta aprovada. Estão marcadas duas sessões para esta terça (25).


Do G1, em São Paulo

A Câmara dos Deputados retoma nesta terça-feira (25) a votação dos destaques e emendas da proposta que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a DRU (Desvinculação de Receitas da União) até 2011.

O texto base da proposta foi aprovado em primeiro turno por 338 votos a 117 e duas abstenções na última quarta-feira (19).

Estão marcadas para esta terça duas sessões, para que os deputados analisem os destaques e emendas ao substitutivo aprovado, o que deve ocorrer até quinta (27).

A oposição apresentou dez destaques e 65 emendas aglutinativas que, em tese, poderiam eliminar a CPMF ou reduzir a alíquota do tributo. Após análise da Secretaria-Geral da Mesa, o número de emendas foi reduzido para 33, segundo a Agência Câmara.



Esses instrumentos regimentais serão votados e o governo terá que repetir o quórum qualificado de 308 votos favoráveis à matéria para derrubá-los. Após a votação das emendas, a prorrogação do ‘imposto do cheque’ deve ser votada ainda em segundo turno na Câmara e em dois turnos no Senado para ser promulgada.


Impostos


A CPMF, conhecida como 'imposto do cheque' tem alíquota de 0,38% e incide sobre todas movimentações financeiras. Deve resultar em arrecadação de R$ 39 bilhões em 2008 para o Tesouro Nacional, conforme a proposta orçamentária encaminhada pelo Planalto ao Congresso. Neste ano, o governo espera arrecadar R$36 bilhões com o tributo.

A DRU desvincula 20% da receita tributária da União, dando ao governo federal mais liberdade para distribuir os recursos do Orçamento entre os programas que julgar prioritários. Segundo o governo, a DRU é responsável por cerca de 60% do total dos recursos que a União tem liberdade de gastar.

Caso Esmeralda: Tribunal entrega menina a pai biológico


O Tribunal de Relação de Coimbra atribuiu a custódia da pequena Esmeralda ao pai biológico, Baltazar Nunes, no âmbito do processo de regulação do poder paternal que o opunha ao casal que tinha a menor à sua guarda. A decisão será hoje enviada às partes envolvidas no processo.





Luís Filipe Coito




O pai biológico Baltazar Nunes






A notícia foi avançada esta quarta-feira pela RTPN, que refere que o acórdão já foi redigido e deverá ser hoje enviado às partes, confirmando a decisão da primeira instância que já havia sido favorável a Baltazar Nunes.




O TRC anunciou, entretanto, que o acórdão sobre a regulação do poder paternal da menor só estará disponível online amanhã, na sua página.




Em comunicado, o TRC informa que o acórdão, proferido ontem, “não foi ainda disponibilizado a qualquer jornalista ou sujeito processual”, afirmando que “só hoje, cópias do mesmo serão enviadas aos advogados dos sujeitos processuais, sendo, depois, o respectivo conteúdo inserido, neste site (página do TRC), o que se prevê ocorra amanhã”.




No entanto, fonte ligada ao processo confirmou a sentença do Tribunal da Relação de Coimbra.




Esta decisão confirma uma sentença já favorável que datava de Julho de 2004. Assim, Baltazar Nunes terá de ter acesso semanal à menina e por ele passarão todas as responsabilidades legais inerentes ao poder paternal.




A mesma fonte revelou que a transição da criança será “gradual”, respeitando “os superiores interesses da menor” e apenas após uma decisão das equipas de acompanhamento psiquiátrico e psicológico que irão dar apoio a todas as partes.




Os contactos entre Esmeralda Porto e o pai biológico deverão ser mais frequentes, e modo a aumentar a convivência da menor com o pai, cabendo ao casal adoptante acompanhar e estimular essa relação.




Ainda de acordo com a fonte, no acórdão, cujo relator é o juiz Jacinto Meca, é estabelecido também que a menor deverá manter-se no jardim-de-infância de Torres Novas até entrar na escola primária, pelo que a transição definitiva só deverá ocorrer nessa altura.




No texto pode ainda ler-se a aprovação por parte dos juízes da Relação de Coimbra a decisão do juiz Domingos Mira, redactor da primeira sentença, em Julho de 2004.






Esmeralda Porto tem cinco anos e foi entregue aos três meses pela mãe, Aidida Porto, ao casal Luís Gomes e Adelina Lagarto, sem a autorização do pai biológico, Baltazar Nunes. A menina foi registada pela mãe como filha de pai incógnito. No entanto, ainda antes da criança completar um ano de idade, Baltazar Nunes fez testes de paternidade e decidiu perfilhar a menina. O poder paternal sobre Esmeralda está desde então a ser disputado pelo casal que a cria e pelo pai biológico.


MP exige da prefeitura explicação sobre caos na saúde


Prefeito João Henrique pode responder ação de improbidade administrativa pelo abandono das unidades municipais




Mariana Rios


Aprefeitura de Salvador será oficiada pelo Ministério Público Estadual para que apresente explicações sobre o caos verificado na saúde pública municipal. Caso se confirme a omissão do Executivo municipal, o prefeito João Henrique pode responder a uma ação de improbidade administrativa. Quatro vereadores encaminharam ontem ao MP um relatório com informações sobre o descaso verificado em postos de saúde e no abandono de ambulâncias do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e de veículos que deveriam estar transportando agentes de combate à dengue. A promotora Rita Tourinho irá analisar o panorama descrito pelos vereadores e investigar as denúncias.


Motivado pelo assassinato em janeiro do servidor da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o MP já analisa, com o Ministério Público Federal (MPF), os contratos celebrados pelo município para admissão de agentes de endemia e do Programa Saúde da Família. “Estamos em fase de finalização do relatório que irá apontar as irregularidades detectadas. Vamos analisar o que foi detectado pelos vereadores e somar às nossas investigações. Vamos oficiar o município buscando informações quanto ao teor do relatório”, afirmou Rita, adiantando que no início da próxima semana se conhecerá o conteúdo do relatório.


No início, a iniciativa dos vereadores, realizada anteontem, seria apenas uma visita para verificar as ações de combate à dengue adotadas pelo município. Mas o que foi descortinado surpreendeu os parlamentares. Os atrasos nos repasses para o pagamento dos profissionais da rede básica suspenderam o atendimento em alguns postos e deixam a população desassistida. Sem a visita de agentes – parados por falta de pagamentos, com o atendimento deficiente nos postos, e com 20 das 39 ambulâncias do Samu encostadas, sobrariam as emergências hospitalares, também em colapso.


Além da ausência de ações para conter o avanço da dengue, os vereadores acabaram descobrindo ambulâncias quebradas e veículos que transportam agentes de combate à dengue fora de circulação por falta de recursos. Os atrasos nos repasses para o pagamento dos profissionais da rede básica foram também verificados pela comissão formada pelos vereadores Antonio Lima, Jorge Jambeiro, Paulo Câmara e Téo Sena.


“Os repasses fundo a fundo estão sendo realizados, mas falta a contrapartida do município que tem que destinar 15% do orçamento para o setor”, afirmou Jambeiro.


Segundo ele, até agosto, Salvador recebeu mais de R$130 milhões apenas do Fundo de Participação dos Municípios. Quinze por cento desse valor são R$19,5 milhões. “Onde está esse dinheiro?”, indagou o vereador. Os problemas verificados pelos vereadores vão de ausência de médicos até materiais como luvas, por falta do repasse de recursos da prefeitura.


Até o mês passado, a capital baiana registrou 1,1 mil casos de dengue – o dobro do mesmo período do ano passado. Como o município recebe verba específica para o combate à doença, os vereadores querem uma explicação para a explosão do número de casos. Mais de 220 agentes comunitários e de combate à endemia estão sem receber salário e as visitas às casas da população, que deveriam acontecer sete vezes no ano, estão suspensas. As visitas aos postos de saúde continuam na próxima semana. A meta dos vereadores é de que as blitze abarquem pelo menos 20% do total de postos.


Situação permanece crítica


Nos postos de saúde, a situação permanece cada vez mais precária. Ontem, a reportagem percorreu novamente alguns deles. Da orla marítima ao subúrbio ferroviário da capital baiana o cenário é de precariedade nas unidades municipais de saúde. Nas emergências e nos ambulatórios faltam médicos, remédios e infra-estrutura básica. No 14º Centro de Saúde, no Péla Porco, há filas imensas.


O desempregado Rubens dos Santos, 43 anos, por exemplo, esperou três horas pelo atendimento ao filho de 4 anos. No entorno, o matagal toma conta, água empoçada do esgoto vem dos canos quebrados de uma das paredes. Em uma pequena sala, caixas de papelão se acumulam. “Será que não tem um administrador por aqui?”, reclamou. Para variar, os funcionários da unidade contratados pela empresa Conservadora Mundial também estão há dois meses sem receber salários.


Há oito dias, os 300 funcionários do posto de Pau Miúdo, administrado pela entidade, fecharam o ambulatório – apenas a emergência funciona. Os profissionais estão sem vencimentos há dois meses. “A minha última consulta de pré-natal foi marcada para esta semana, mas não tenho informação se vou ser atendida”, diz a grávida de oito meses, Aline Gonçalves, 24 anos.


Outros 110 médicos deixaram de trabalhar. Na emergência 24 horas de Itapuã, 18 profissionais não cumprem os plantões. A oferta de atendimento caiu pela metade. Há duas semanas, no início da greve, a desempregada Josefa Cristina, 31 anos, chegou ao local durante uma crise de bronquite, às 23h, e encontrou tudo escuro. “Não tinha ninguém para me atender”, lembra. Outros pacientes encontraram, a unidade fechada em plena luz do dia. O pintor de paredes Cléber Araújo, 27, denuncia a morte de um paciente vítima de ataque cardíaco, na sexta-feira passada, por falta de um ressuscitador. O gerente da unidade, Eduardo Florentino, nega a falta de desfibrilador cardíaco e diz que a morte foi ocasionada por uma segunda parada cardíaca, após a ressuscitação. Na emergência de Tancredo Neves “não tem médico, só dia de sexta-feira”, informa a aposentada Isabel de Jesus, 82 anos. O gerente da unidade, Jorge Magalhães, confirmou que desde as 19h de domingo nenhum plantonista compareceu à emergência. O secretário municipal de Saúde, Carlos Alberto Trindade, está em Brasília, e não pode ser contatado pelo Correio da Bahia.


Crise atinge também unidades do PSF


A crise na saúde pública de Salvador atinge também em cheio as unidades do Programa Saúde da Família (PSF). Responsáveis pelo atendimento básico à população, as unidades sofrem não apenas com a falta de médicos e de reposição de medicamentos e com infra-estrutura precária. Ontem, os agentes aguardavam pagamento de salários atrasados de agosto, que segundo a Secretaria Muncipal de Saúde (SMS) seriam depositados nas contas.


O PSF de Alto do Cruzeiro, subúrbio ferroviário, funciona há um ano e oito meses num espaço em cima de um bar. O local é tomado por infiltrações, as paredes estão mofadas, um banheiro foi interditado e não há ventilação. Os moradores reclamam da falta de água para os atendimentos. “A dentista quando atende as crianças tem que pedir água para os vizinhos”, diz a moradora Maria Conceição, que foi escolhida como uma das três fiscais do posto pela comunidade. Condenado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder), o prédio onde funcionava a unidade foi esvaziado para uma reforma prometida pela prefeitura que até hoje não veio.


Funcionários da unidade, que não se identificaram, admitem a dificuldade em realizar o trabalho e informam que os medicamentos são comprados em menores quantidades por conta da impossibilidade de armazenamento. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) suspendeu as “visitas domiciliares” feitas por médicos e enfermeiros às residências de pacientes que não podem se locomover. É o caso da aposentada Djenira Matos Oliveira, 85 anos. Cega, com ferimentos no pé e na região da bacia, ela está sem receber atendimento pelo médicos da PSF. “Nós tentamos marcar uma audiência com o secretário de Saúde (Carlos Alberto Trindade), mas até agora não fomos atendidos. A situação está péssima”, denuncia a sobrinha da aposentada, a dona de casa, Elídia Matos Oliveira.


A dona de casa Ednaldina Santos afirma que o péssimo atendimento leva as pessoas a buscarem alternativas em postos em outros bairros. O mais procurado é a unidade de emergência de Periperi, que no fim de semana sofre com a falta de médicos nos plantões. “A solução é ir para emergência do Hospital Batista Caribé ou pegar um ônibus e ir buscar atendimento em outro bairro”.


Ednaldina só não deve buscar atendimento no PSF de Ilha Amarela, onde são escassos medicamentos como antitérmicos e analgésicos e para tratamentos de hipertensão, diabetes e anemia. Como é de praxe, o pagamento do salário de quem trabalha no local também está atrasado. Estudantes de enfermagem da Universidade Federal da Bahia (Ufba) mantêm o posto funcionando, mas nada podem fazer quanto às consultas odontológicas: o aparelho de limpeza dentária está quebrado, faltam filmes de revelação para o aparelho de raios-x e luvas para os dentistas.


Uma reunião estaria sendo agendada para discutir a regularização dos pagamentos e a contratação de 225 agentes que ainda não foram incorporados ao quadro da secretaria. Outros 1.175 já foram anexados, mas, segundo a SMS, não há registro no órgão da seleção pública feita pelos 225 restantes.



Boicote ao SUS deve agravar situação


A primeira área em que o boicote da rede privada ao SUS será sentido é a de traumatologia e ortopedia, que responde atualmente por cerca de 85% dos procedimentos médicos realizados na capital. Um exemplo do colapso que se avizinha para os próximos dias é a Clínica São Bernardo, que possui unidades em Brotas e Pau da Lima. Diariamente, ambas atendem cerca de 350 pacientes por dia. Com a paralisação, todos deverão procurar os hospitais e postos de saúde públicos.


“Estamos atingindo o teto estipulado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no máximo, no dia 10 de cada mês. Agora mesmo (ontem), já estouramos o limite há 15 dias”, lamentou o diretor-médico da clínica, Marcos Mascarenhas, que até fevereiro deste ano respondia pela direção médica do Hospital Geral Roberto Santos. Segundo Mascarenhas, o estabelecimento pode realizar 2.300 procedimentos por mês, recebendo até cerca de R$45 mil pelos serviços, valor que foi cortado em 25% em comparação com abril de 2006.


Referência no atendimento traumatológico em Salvador, a unidade da clínica situada em Brotas recebe em média 14 pacientes somente do Hospital Geral do Estado. “São pessoas que vêm para cá fazer um curativo, tirar um raio-X de acompanhamento, trocar gesso, fazer exames e revisões, gente que necessita do serviço e que não é atendido nas unidades básicas, pois não há profissionais e muito menos material. Os postos de saúde também os encaminham para nós”, informou Mascarenhas.


No momento, Mascarenhas garante que a clínica está atendendo pelo SUS, mas apenas os casos de urgência. “O setor de ambulatório só abrimos até o limite. Mas há casos que não podemos deixar de lado. Imagine mandar para casa uma pessoa precisando de sutura (grosso modo, “levar ponto”) ou com curativo por fazer. Isso seria desumanidade”, salientou. Para ele, que conviveu anos no Roberto Santos, grande parte da população ficará à míngua com o boicote.

“Salvador será, nesses dias, uma cidade sem assistência médica”, profetizou.


O Hospital Santa Izabel, um dos maiores da cidade com atendimento via SUS, também está limitando a assistência até o limite estipulado pela SMS. Segundo informações da entidade mantida pela Santa Casa de Misericórdia, quando o teto é batido, a unidade fecha as portas para o SUS, mantendo apenas os casos mais graves, em que não pode haver recusa de pacientes.

(JCJ)


Impacto maior na traumatologia


A primeira área em que o boicote da rede privada ao SUS será sentido é a de traumatologia e ortopedia, que responde atualmente por cerca de 85% dos procedimentos médicos realizados na capital. Um exemplo do colapso que se avizinha para os próximos dias é a Clínica São Bernardo, que possui unidades em Brotas e Pau da Lima. Diariamente, ambas atendem cerca de 350 pacientes por dia. Com a paralisação, todos deverão procurar os hospitais e postos de saúde públicos.


“Estamos atingindo o teto estipulado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no máximo, no dia 10 de cada mês. Agora mesmo (ontem), já estouramos o limite há 15 dias”, lamentou o diretor-médico da clínica, Marcos Mascarenhas, que até fevereiro deste ano respondia pela direção médica do Hospital Geral Roberto Santos. Segundo Mascarenhas, o estabelecimento pode realizar 2.300 procedimentos por mês, recebendo até cerca de R$45 mil pelos serviços, valor que foi cortado em 25% em comparação com abril de 2006.


Referência no atendimento traumatológico em Salvador, a unidade da clínica situada em Brotas recebe em média 14 pacientes somente do Hospital Geral do Estado. “São pessoas que vêm para cá fazer um curativo, tirar um raio-X de acompanhamento, trocar gesso, fazer exames e revisões, gente que necessita do serviço e que não é atendido nas unidades básicas, pois não há profissionais e muito menos material. Os postos de saúde também os encaminham para nós”, informou Mascarenhas.


No momento, Mascarenhas garante que a clínica está atendendo pelo SUS, mas apenas os casos de urgência. “O setor de ambulatório só abrimos até o limite. Mas há casos que não podemos deixar de lado. Imagine mandar para casa uma pessoa precisando de sutura (grosso modo, “levar ponto”) ou com curativo por fazer. Isso seria desumanidade”, salientou. Para ele, que conviveu anos no Roberto Santos, grande parte da população ficará à míngua com o boicote. “Salvador será, nesses dias, uma cidade sem assistência médica”, profetizou.


O Hospital Santa Izabel, um dos maiores da cidade com atendimento via SUS, também está limitando a assistência até o limite estipulado pela SMS. Segundo informações da entidade mantida pela Santa Casa de Misericórdia, quando o teto é batido, a unidade fecha as portas para o SUS, mantendo apenas os casos mais graves, em que não pode haver recusa de pacientes.

(JCJ)

Schincariol lança linha de produtos

Graciela Alvarez


Líder em vendas de cerveja no Norte e Nordeste, o Grupo Schincariol acaba de lançar mais um produto que passará a integrar o mix de bebidas não-alcoólicas da empresa, é a linha Fruthos, sucos prontos que começarão a ser comercializados em todo o país na segunda quinzena de outubro. Além desta novidade, o grupo também está lançando dois novos sabores do Skinka: o de frutas verdes (maçã e kiwi) e frutas roxas (uva, jabuticaba e framboesa), que podem ser experimentados em todo o Brasil, a partir da próxima semana. Segundo o diretor de marketing da companhia, Marcel Sacco, os investimentos são da ordem de R$18 milhões, sendo R$8 milhões somente em publicidade.


Com um design gráfico diferenciado, remetendo a idéia de um caixote de frutas, o Fruthos será disponibilizado em duas versões, em um litro e 200 ml, e em seis sabores: laranja, goiaba, pêssego, uva, maracujá e manga, sendo que os quatro últimos também terão na versão light. “Queremos que o consumidor tenha a sensação de que a fruta saiu direto do pomar para a sua casa”, afirma o gerente do grupo de não-alcoólicos da Schin, Guilherme Moraes, complementando que, inicialmente, o produto será fabricado na unidade de produção do Rio de Janeiro e chegará para o cliente com um preço médio de R$3,49 e R$3,59.


Com slogan “Para crianças de até 80 anos”, o Skinka – um suco menos concentrado –, além dos dois novos sabores, teve as embalagens totalmente reformuladas e podem ser encontradas no formato de pet de 450 ml ou na versão cartonada de 200 ml, esta última desenvolvida especialmente para o público infantil. Na tentativa de atrair cada vez mais a criançada e assim continuar também como líder em vendas de bebida mista no Nordeste, os rótulos das embalagens menores são estampadas com os personagens do desenho animado A mansão forter para amigos imaginários, do canal de TV por assinatura Cartoon Network. “Esse produto está sendo fabricado em quatro fábricas da Schin, incluindo a de Alagoinhas, na Bahia”, ressalta Moraes.


Ele informa que a expectativa do grupo é daqui a menos de um ano subir no ranking nacional no segmento de bebidas não-alcoolicas, passando de sexto para terceiro lugar no player. “O mercado de sucos prontos é o que mais cresce no Brasil, 20% ao ano em faturamento (valor) e 15% em volume”, diz o gerente do grupo de não-alcoólicos da Schin, justificando o porquê dos investimentos da empresa no ramo. Na oportunidade, Moraes divulgou ainda que a Schincariol estará inaugurando dentro de um mês uma nova fábrica de cerveja, na cidade de Horizonte, no Ceará. “Quanto aos valores que serão aplicados neste empreendimento, ainda não podemos divulgar”, adianta ele, finalizando que o objetivo é transformar a companhia numa empresa de bebidas completa.


A repórter viajou a convite do Grupo Schincariol

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Nelsinho Baptista é confirmado como novo técnico do Corinthians

Após reunião nesta terça-feira, diretoria alvinegra acertou os últimos detalhes com o novo comandante


Da Agência PlacarSÃO PAULO - Nelsinho Baptista é o novo técnico do Corinthians. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira, após nova reunião do treinador com o vice-presidente de futebol do clube, Antoine Gebran. Nelsinho assume no lugar de Zé Augusto, que voltou às categorias de base.

O novo comandante será apresentado no início da tarde. A contratação começou a ser discutida na noite da última segunda-feira, numa reunião entre Nelsinho e os dirigentes do clube. Embora as partes tenham chegado a um acordo sobre as bases do contrato, a diretoria alvinegra informou que faltavam alguns detalhes, resolvidos nesta terça, para fazer o anúncio oficial.

Campeão Brasileiro pelo Timão em 1990, o treinador é a solução de emergência encotrada pela diretoria para tentar apagar o incêndio após a derrota para o Palmeiras por 1 x 0, no domingo. Com 33 pontos, o time está em 17º lugar no Brasileirão, dentro da zona de rebaixamento.

A situação do Corinthians também é delicada fora de campo. Alberto Dualib renunciou à presidência na semana passada após ter seu nome envolvido em diversas acusações por conta da parceria Corinthians/MSI. O clube, que tem o presidente Clodomil Orsi como interino, marcou novas eleições para o dia 9 de outubro.

Acordo com oposição abre caminho para votar CPMF no Senado

Para liberar a pauta , governo cede e aceita votar sessão aberta nesta 4ª, após MPs e de projeto 'urgente'


Cida Fontes, do Estadão



BRASÍLIA - Um acordo entre o governo e a oposição para desobstruir a pauta de votações do Senado a partir desta quarta-feira poderá abrir caminho para a tramitação da emenda constitucional que prorroga a Contribuição Provisória de Movimentação Financeira (CPMF) que ainda está na Câmara.



Veja também:
Especial sobre a CPMF
Votação da CPMF é adiada para quarta, diz líder do governo



"Não vamos antecipar esse problema no Senado, mas a normalização do clima político é um fato positivo para a CPMF", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), após uma rodada de reuniões separadas com os líderes do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), e do DEM, senador José Agripino (RN).



Virgílio afirmou que a oposição só aceitou desobstruir a pauta diante do compromisso de Jucá de votar nesta quarta, depois de quatro medidas provisórias e de um projeto de urgência, o projeto de resolução que torna aberta a sessão plenária para julgar pedidos de cassação de mandatos.



A preocupação maior dos aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é sobre o projeto de resolução que prevê o afastamento automático dos senadores em cargos da Mesa, corregedoria e presidência de comissões que estiverem com processos no Conselho de Ética. "Corremos o risco de instituir a banalização do denuncismo por disputa local", esclareceu Jucá. Esse projeto será votado amanhã em reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e tem parecer favorável do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).



Em relação à PEC que torna também aberto o voto desses julgamentos, Romero Jucá também confirmou que a discussão e votação dessa proposta serão iniciadas depois da votação do projeto de resolução. Jucá disse que é um tema polêmico e, por isso, vai gerar muita negociação. Os senadores não têm consenso sobre a extensão do voto aberto para presidenciais e autoridades do Judiciário. Em relação a cargos administrativos como dirigentes do Banco Central e agências reguladoras, ele acha que o voto pode ser aberto.



Caso Pagot



O acordo de procedimento, que não inclui o mérito das propostas em tramitação, joga para depois a votação do nome de Luiz Antonio Pagot para o Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transporte (DNIT), que vem causando muita polêmica entre os senadores. O PSDB tem restrições a Pagot, que tem como principal padrinho político o governador Blairo Maggi (MT). "Tudo que é relacionado ao Dnitt ficamos com um pé atrás", afirmou Arthur Virgílio.



"Pagot não é importante, acho que a indicação de embaixadores é que tem prioridade", completou. Antes de votar a indicação de Pagot, deverá ser apreciado pelo plenário a nomeação de Paulo Lacerda, ex-diretor da Polícia Federal para a presidência da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).

Deputados criticam relatório final de CPI

O relatório final do deputado Marco Maia (PT-RS), apresentado hoje (25) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara, desagradou aos partidos de oposição. Insatisfeitos principalmente por não terem sido indiciados diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), nem apontados os responsáveis pelos acidentes aéreos da Gol e da TAM, os oposicionistas afirmam vão se unir para que suas conclusões constem do documento final da CPI.

O deputado Miguel Martini (PHS-MG) classificou de “lamentável” o relatório. “Incriminar os controladores de vôo e não indiciar os diretores da Anac por agir em favor das empresas aéreas é muito grave. Os indícios [contra a diretoria colegiada da Anac] eram muito fortes. Já os controladores foram vítimas de um sistema questionado nacional e internacionalmente”.

Martini também criticou o documento por não recomendar a desmilitarização do setor aéreo. “Os argumentos contrários à desmilitarização [do tráfego aéreo, hoje sob responsabilidade da Aeronáutica] são sofismas. Não é verdade que as despesas aumentem, se desmilitarizar . Agora, se a desmilitarização não for feita, continuará a insegurança”.

Alegando querer apontar os verdadeiros responsáveis pela crise do setor aéreo e não culpar inocentes, Martini adiantou que, junto com outros parlamentares, vai participar da mobilização dos que querem uma mudança no documento. O discurso é semelhante ao da deputada Luciana Genro (PSOL-RS), que afirma que vai trabalhar para derrubar o relatório, caso não consiga incluir itens como o indiciamento da diretoria da Anac, da diretoria de engenharia da Infraero e a desmilitarização do controle de tráfego aéreo. “Já estávamos preparando um voto em separado com as questões que consideramos essenciais”, revelou Luciana.

Para a deputada, o relatório só não aponta as causas do acidente da TAM porque o relator Marco Maia não quis. Referindo-se ao acidente da Gol, Luciana defendeu os controladores de vôo. “O que vimos no relatório é inaceitável, é absolutamente escandaloso, porque ele não toca nos problemas centrais discutidos pela CPI . Mais uma vez a corda arrebenta do lado mais fraco, e apenas os controladores que estavam de serviço no dia do acidente da Gol [29 de setembro de 2006] estão sendo indiciados pelo relator”.

Luciana não descarta a hipótese do relatório ser aprovado sem grandes mudanças, já que, segundo ela, o governo tem a maioria dos membros da CPI. “Mas, se for aprovado apenas com os votos governistas, o documento ficará fraco em credibilidade e será, com certeza, condenado pela sociedade”.

O deputado Wanderlei Macris (PSDB-SP) também adiantou a estratégia dos tucanos. “Evidente que a bancada do PSDB vai apresentar um voto em separado discordando de várias questões”. Para o parlamentar, havia elementos suficientes para que os diretores da Anac fossem indiciados.

Já em relação à Infraero, Macris atribuiu à base governista a responsabilidade pela falta de provas. “Nós não tivemos a oportunidade de investigar a Infraero porque a maioria governista não deixou. Além disso, tivemos dificuldades de investigações e uma maioria contrária. Desde o começo o governo tentou impedir essa CPI, e continuou atuando aqui dentro para proteger e blindar alguns setores”.


Da Agência Brasil

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Premier israelense é investigado por corrupção


A Justiça israelense anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação contra Ehud Olmert por corrupção, uma decisão potencialmente embaraçosa, mas não ameaçadora, a curto prazo para o primeiro-ministro de Israel.





JERUSALÉM (AFP) — A Justiça israelense anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação contra Ehud Olmert por corrupção, uma decisão potencialmente embaraçosa, mas não ameaçadora, a curto prazo para o primeiro-ministro de Israel.





Menahem Mazuz, procurador-geral do Estado hebreu e conselheiro jurídico do governo, ordenou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação contra Olmert em um caso de corrupção imobiliária, informou o ministério da Justiça em comunicado.





A investigação tem como objetivo "analisar as suspeitas de corrupção" que envolvem uma transação imobiliária, frisou.





O premier israelense é suspeito de ter se beneficiado de um "desconto" de 300.000 dólares na compra de um apartamento num bairro chique da parte oeste de Jerusalém. Este desconto teria sido concedido por um empresário.





De acordo com a imprensa local, pessoas próximas a Olmert, ex-prefeito de Jerusalém, teriam ajudado o empresário a obter em seguida licitações para obras no mesmo edifício, tombado por seu valor histórico. Estas licitações permitiram a ele duplicar a superfície total do imóvel.





Este caso vem à tona num momento em que o primeiro-ministro, muito impopular desde a guerra no Líbano em 2006, vinha crescendo nas pesquisas de opinião após um audacioso ataque contra a Síria, no início deste mês, atribuído a Israel.





O ministério da Justiça ressaltou que "depois da primeira fase da investigação, a polícia apresentará suas conclusões ao procurador, que decidirá em seguida a atitude a ser tomada".





Os trâmites devem, portanto, durar vários meses, e o cargo de Olmert não está ameaçado a curto prazo.





Num comunicado, os assessores do primeiro-ministro lamentaram a decisão de seguir adiante com a investigação, que consideram "inútil".





Eles reafirmaram "a certeza absoluta da inocência de Ehud Olmert e da ausência de qualquer irregularidade", e disseram estar "seguros" de que a transação imobiliária foi realizada "de maneira correta e legal, mediante um preço justo".





O caso havia sido examinado no início deste ano pelo controlador do Estado, Micha Lindestrauss.
As primeiras conclusões de seu relatório haviam sido em seguida transmitidas ao primeiro-ministro para que ele possa apresentar sua versão.





Em 2006, Olmert já havia sido interrogado por representantes do controlador do Estado, encarregado de conduzir auditorias na administração israelense, sobre suspeitas referentes a esta mesma transação imobiliária.





Também no ano passado, o premier havia sido inocentado num outro caso de supostas irregularidades envolvendo outra transação imobiliária.





Além disso, uma investigação foi aberta contra ele por um escândalo financeiro envolvendo a privatização do Leumi, o segundo maior banco do país.





Em agosto, Mazuz havia autorizado a polícia a interrogar Olmert sobre este caso, para completar uma investigação sobre a privatização do Leumi.





O primeiro-ministro é suspeito de ter intervido, quando era ministro interino das Finanças em 2005, em favor de um empresário australiano, Frank Lowy, candidato à aquisição de parte do capital do banco. A licitação acabou sendo vencida por outro candidato, sem relação com Lowy.





Ehud Olmert já clamou diversas vezes sua inocência total neste caso.





Ele também é acusado por Lidenstrauss de nepotismo. Segundo o controlador do Estado, o premier teria aprovado, quando era ministro da Indústria e do Comércio, subvenções públicas para uma empresa representada por um de seus amigos advogados.





Ehud Olmert também é suspeito de designações políticas abusivas.


Confrontos no oeste do Afeganistão deixam 24 mortos

Pelo menos 21 alegados insurgentes e três seguranças de uma empresa privada norte-americana foram mortos, e mais 20 guardas desapareceram durante um combate no oeste do Afeganistão, informou hoje o Ministério do Interior afegão.


O combate, que durou pelo menos quatro horas, começou no domingo. Um comboio da empresa privada de segurança USPI sofreu uma emboscada de um grupo de insurgentes.


Segundo o Ministério, no combate morreram 21 alegados insurgentes e três agentes. Outros 20 empregados da USPI estão desaparecidos e quatro ficaram feridos. Oito camiões foram incendiados.


A USPI é uma companhia norte-americana que recruta agentes da polícia afegã para missões de escolta no Afeganistão.

Ministro confirma morte de soldados do contingente espanhol no Afeganistão

O ministro da Defesa da Espanha, José Antonio Alonso, confirmou a morte de dois soldados do contingente espanhol hoje, quando o veículo blindado no qual viajavam passou por cima de uma bomba na região de Farah, no Afeganistão.

Os mortos são Stanley Mera Vera, de origem equatoriana, e o espanhol Germán Pérez Burgos.

Outros três soldados identificados como Rubén López García, Julio Alonso Sanjuán e Oscar Bertoméu ficaram gravemente feridos.

O ministro da Defesa espanhol disse em entrevista coletiva que a explosão foi causada por "uma bomba ativada pela roda traseira do blindado".

O veículo blindado atingido era o "primeiro de um comboio de cinco" que encerrava uma missão que agora seria assumida por "uma unidade italiana".

Participavam da missão, junto aos soldados espanhóis, 207 militares do corpo do Exército afegão e forças da Polícia do país.

Segundo o ministro, as tropas "não estavam exercendo nenhuma operação fora dos planos da Força de Assistência à Segurança no Afeganistão da ONU (Isaf)".

Alonso disse também que o veículo blindado contava com inibidores de freqüência para evitar atentados e "é dos melhores" utilizados no Afeganistão.

"Mantemos nosso compromisso com a missão da Isaf das Nações Unidas", acrescentou o ministro, que disse que é preciso permanecer no Afeganistão para "evitar que o terrorismo controle o país" e que os talibãs recuperem o poder, "o que desestabilizaria a região".

Ele expressou os pêsames às famílias dos soldados mortos e afirmou que o Governo espanhol estará ao lado dos seus familiares, da mesma forma que no caso dos feridos, "para tudo o que for necessário".

Os militares gravemente feridos foram levados a um hospital de Farah, e os com ferimentos leves foram para Herat (oeste), mas o Governo espanhol tentará enviar ainda hoje um avião para transferir à Espanha os casos mais graves, segundo o ministro.

O ataque contra o contingente espanhol aconteceu apenas um dia depois que dois militares italianos e seus intérpretes foram seqüestrados também na província de Herat.

Os italianos foram libertados hoje em uma operação conjunta de tropas italianas e britânicas, na qual cinco dos seqüestradores morreram.

A Espanha contribui na missão da Isaf no Afeganistão com 690 soldados que estão desdobrados principalmente na província de Herat.EFE mlg pp/dgr

domingo, 23 de setembro de 2007

Abbas defende presença de Síria e Líbano em reunião de paz

Estados Unidos, organizador do encontro, considera a Síria um dos Estados que compõem o 'eixo do mal'


Efe


JERUSALÉM - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que se reunirá na próxima semana com o americano George W. Bush, quer que os Estados Unidos convidem a Síria e o Líbano para participar da conferência internacional de paz marcada para novembro, segundo a assessoria da presidência palestina.



Nimer Hamad, assessor de Abbas, disse ao jornal Ha'aretz que a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice (que presidirá a conferência), se comprometeu a convidar o Comitê de Supervisão da Liga Árabe, no qual estão representados Arábia Saudita, Egito, Marrocos, Síria e Líbano.



A Síria, atualmente sob tensão com Israel, é um dos Estados incluídos por Bush no que ele chama de "eixo do mal", junto com o Irã e a Coréia do Norte.



A conferência também terá a participação do Quarteto de Madri - Estados Unidos, União Européia, Rússia e ONU - e os membros do G8 (grupo dos sete países mais industrializados mais a Rússia).



Hamad disse que, enquanto isso, prosseguem as conversas entre representantes da ANP e Israel para elaborar um documento que sirva de marco para retomar as negociações de paz. Abbas e o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, se propõem apresentar o texto na conferência em Washington. Por enquanto, as duas partes estão ainda divididas em assuntos substanciais e não conseguiram um acordo preliminar.



O chefe dos negociadores palestinos, Saeb Erekat, também se manifestou em favor da participação da Síria e do Líbano, que oficialmente está em estado de beligerância com Israel

desde 1948.

Hamad informou também que o presidente palestino voltará a se reunir com Olmert no dia 1.º de outubro. Será a sexta reunião entre os dois desde agosto.



Segundo fontes palestinas, a Arábia Saudita também pressiona Washington para convidar a Síria e o Líbano para a conferência. O próprio Governo libanês tem condicionado sua participação à da Síria.

Japão: o conservador Yasuo Fukuda foi nomeado primeiro-ministro


Michael Caronna/Reuters











Yasuo Fukuda toma posse na terça-feira









O conservador moderado Yasuo Fukuda, de 71 anos, foi nomeado oficialmente hoje pelo Partido Liberal-Democrata (PLD), no poder no Japão, para suceder ao primeiro-ministro demissionário Shinzo Abe.








Antigo número dois do Governo, Fukuda foi escolhido (como se previa) por uma larga maioria, obtendo 330 votos dos deputados e representantes regionais do PLD, contra 197 do seu único adversário, o nacionalista Taro Aso, de 67 anos. Houve um boletim de voto considerado nulo.







Yasuo Fukuda vai tomar posse na terça-feira e deverá formar governo pouco depois.