sábado, 12 de dezembro de 2009

Polícia prende 400 em protesto em Copenhague

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Cartaz pede ação imediata contra as mudanças climáticas (Foto: Getty Images)

A polícia informou que quase 400 pessoas foram detidas neste sábado durante a manifestação em favor de medidas para proteger o ambiente que reuniu dezenas de milhares de pessoas em Copenhague, onde se realiza a cúpula da ONU sobre as mudanças climáticas.

"A polícia deteve aproximadamente 400 pessoas", afirmou um comunicado oficial, acrescentando que os detidos são membros dos "Blacks Blocs", grupos violentos que chamaram a atenção na Cúpula da Otan em Estrasburgo, no leste da França, em abril.

A capital dinamarquesa recebe desde segunda-feira passada, até 18 de dezembro, delegados de 193 países, encarregados de assinar um acordo sobre as mudanças climáticas que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2013.

Cerca de 30 mil manifestantes, segundo a polícia, e 100 mil, de acordo com os organizadores, foram às ruas enfrentando o frio no início da tarde.

Do Parlamento, no centro da cidade, o cortejo saiu em direção ao Bella Center, onde está sendo realizada a cúpula sobre o clima.

Centenas de metros após o início da passeata, um grupo de quase 300 manifestantes inteiramente vestidos de preto, munidos com picaretas e martelos, atacou vitrines no percurso, constatou um jornalista da France-Presse no local. Eles foram cercados por 50 policiais antimontins, que os mobilizaram no chão para depois interrogá-los.

Os desordeiros se dispersaram em seguida em pequenos grupos de cinco ou seis para se juntar à passeata, de onde saíam para quebrar vidraças.

"Estamos vigiando os pequenos grupos extremistas", disse antes à France-Presse o porta-voz da polícia, Henrik Jakobsen, enquanto helicópteros das forças de segurança sobrevoavam a manifestação.

O grupo de extrema esquerda "Never Trust a Cop" ("Nunca confie em um policial") convocou uma manifestação anticapitalista no centro da cidade.

A maioria dos manifestantes, vindos de carro e de trem das grandes cidades da Alemanha, de Londres, de Amsterdã e de Milão, era de origem europeia, mas numerosos asiáticos, entre eles chineses e coreanos, estavam presentes, assim como alguns africanos.

A manifestação era acompanhada por dezenas de delegados nas televisões instaladas nos corredores da conferência de Copenhague.

Quase 3.000 pessoas, a maioria vestida de azul claro, realizaram pela manhã um primeiro ato em Copenhague, convocado pelo grupo Amigos da Terra, com o objetvo de formar uma "maré azul" em nome da defesa do ambiente.

Um manifestante fantasiado de Papai Noel dizia com um cartaz que o aquecimento avança duas vezes mais rápido no Ártico: "Meu Rudoph (a rena que o acompanha) não pode mais suportar".

Na sexta-feira, 75 pessoas foram interrogadas e três, duas britânicas e uma francesa, foram expulsas do país.

"Toda semana, ouvimos muitas desculpas da parte dos países do Norte, responsáveis pela crise ecológica", disse Lidy Nacpil, militante filipina da Jubilee South Coalition, em Copenhague. "Hoje, estamos nas ruas para pedir a divisão da dívida ecológica em favor do Sul".

Antiglobalização - Pela primeira vez na história da diplomacia climática, nascida em 1992 com a adoção da Convenção da ONU, o movimento antiglobalização se aproximou das organizações ambientais.

O eurodeputado francês José Bové, símbolo da luta contra a globalização, declarou ter ido a Copenhague "aliar a justiça climática à justiça social": "Hoje, não existe diferença entre o combate ao aquecimento global e a luta por um mundo diferente".

A organização Oxfam mobilizou várias personalidades, entre elas a modelo dinamarqueza Helena Christensen, a cantora Angelique Kidjo e a ex-comissária da ONU para os refugiados Mary Robinson, que deveriam falar à multidão.

No final da tarde, o ex-arcebispo sul-africano Desmond Tutu deveria participar de uma vigília no Bella Center.


(Com agência France-Presse)



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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Karzai pede ajuda aos EUA para ter forças autossuficientes em 15 anos

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Cabul, 8 dez (EFE).- O presidente afegão, Hamid Karzai, prometeu hoje formar um Governo capaz de combater a corrupção e pediu ajuda aos EUA para que o Afeganistão possa ser capaz de ter forças de segurança autossuficientes em 15 ou 20 anos.
"Esperamos que a comunidade internacional, e em particular os Estados Unidos como nosso principal aliado, nos ajudem a ter também a capacidade econômica para manter uma força que proteja o país com o número (de membros) e equipamentos adequados", disse Karzai em entrevista com o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates. de Defesa dos EUA, Robert Gates.

O presidente admitiu que o Afeganistão "não será capaz de manter uma força dessa natureza, com seus próprios recursos, durante os próximos 15 e 20 anos".

Gates considerou realista que o Afeganistão necessite "de algum tempo para ser capaz de se manter, inteiramente com os próprios meios e suas forças de segurança".

"Se serão 15 ou 20 anos, esperamos um desenvolvimento econômico acelerado no Afeganistão e também é certo que os EUA deixaram claro aos parceiros internacionais que esperamos uma responsabilidade compartilhada", acrescentou.

Os EUA enviaram hoje o secretário de Defesa ao Afeganistão para supervisionar com Karzai a formação de seu novo Governo e expor a nova estratégia afegã do presidente Barack Obama, que na semana passada anunciou o envio de 30 mil soldados.

Poucos dias depois, a Otan anunciou outros 7 mil militares, o que colocará o total de 137 mil soldados no Afeganistão, quase 100 mil norte-americanos.

Os EUA, que começarão a retirar as tropas da frente afegã em julho de 2011, se propõe em melhorar a formação das forças nacionais para transferir progressivamente a responsabilidade da segurança no país, onde os talibãs aumentaram a presença e as ações violentas.

Em seu discurso de posse, em 19 de novembro, Karzai se comprometeu para que sejam suas forças as que assumam, nos próximos cinco anos, a liderança das operações contra a insurgência em todas as províncias afegãs, o que agora só fazem em Cabul, e hoje reiterou esse compromisso.

O objetivo é chegar a contar com forças de segurança afegãs de 400 mil soldados - 160 mil policiais e 240 mil soldados -, frente aos 95 mil com os quais contam atualmente o Exército e os 93 mil da Polícia.

Gates reconheceu que a formação destes efetivos levará "vários anos" e disse que "está sendo analisado se demorará dois, três ou quatro (anos)".

"Assim que melhorar a situação de segurança e o restante da relação (dos EUA com o Afeganistão), a econômica e desenvolvimento se transformará no elemento profundo de conexão entre os dois países", afirmou.

Karzai, colocado no poder após a queda do regime talibã em 2001 com forte apoio dos EUA, foi perdendo o respaldo americano e tem em Obama um sócio mais exigente que seu antecessor, George W. Bush.

A corrupção é uma das pedras no caminho da relação bilateral e hoje Karzai se comprometeu novamente a combatê-la de forma prioritária.

O presidente disse que já tem pronto 40% de seu novo Gabinete, mas que a pedido do Parlamento, enviará a lista completa aos deputados entre quarta-feira e quinta-feira.

Karzai explicou que não mudará todo o Governo, pois nele há ministros que são "pessoas trabalhadoras" e deverá mantê-los no posto, situação que Gates demonstrou concordância.

O secretário tinha chegado de madrugada à base americana de Bagram, nas proximidades de Cabul, e após visitar as tropas foi a Cabul para se reunir com Karzai e outros dirigentes afegãos. EFE lo-ja/dm







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