sábado, 24 de maio de 2008

Velório de Jefferson Péres já recebeu 5 mil pessoas







Velório de Jefferson Péres já recebeu 5 mil pessoas






Agencia Estado






Os dois livros que registram a presença de visitantes no velório do senador Jefferson Péres (PDT) contabilizavam, até o meio-dia, a passagem de cinco mil pessoas pelo Palácio Rio Negro, no Centro de Manaus, onde o parlamentar está sendo velado. O caixão de Péres está envolto às bandeiras do Brasil e do PDT.






Às 10h30, horário de Manaus (11h30 pelo horário de Brasília), uma comitiva com 13 senadores chegou ao Centro Cultural Palácio Rio Negro. Entres eles estão o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB), e os senadores Pedro Simon (PMDB), João Pedro (PT) e Patrícia de Sabóia (PDT). O senador Eduardo Suplicy (PT) não esperou pela comitiva e está em Manaus desde esta manhã. A ex-senadora Heloísa Helena (P-Sol), amiga de Péres, está em Manaus desde a tarde de ontem.






O vice-presidente da República, José Alencar, chega meia hora antes do sepultamento de Péres. O enterro do parlamentar está marcado para às 16 horas no cemitério São João Batista, na Zona Centro-Sul de Manaus.






Todos os parlamentares presentes ao velório citam a morte de Péres como uma "perda irreparável". "Era um senador combativo, intransigente no trato da coisa pública, um senador que trabalhou em defesa da Amazônia, o senador do Petróleo é Nosso, alguém que, apesar da aparência sisuda, fechada, era um grande coração", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que também foi ao velório. "Ele sempre será um exemplo para todos aqueles que atuam no serviço público", disse Eduardo Suplicy. "Perdi um amigo", afirmou Garibaldi Alves.




www.atarde.com.br/politica/noticia.jsf?id=888616

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Crescem rumores de chapa conjunta entre Obama e Hillary, diz "NYT"

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da Folha Online

Embora a equipe da senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton reafirme sua determinação em vencer a disputa pela indicação à candidatura democrata à Casa Branca, crescem os rumores de uma chapa conjunta formada por ela e seu rival, Barack Obama.




As informações, divulgadas nesta sexta-feira pelo jornal "New York Times", surgem em meio às especulações de que Obama estaria procurando "secretamente" um vice para sua chapa.




Leia a íntegra da reportagem do "Times" em inglês.




A possibilidade da chamada "chapa dos sonhos" integrada pelos dois candidatos vem sendo discutida há vários meses por líderes democratas, que dizem acreditar que essa seria uma maneira de unificar o partido. No entanto, as campanhas e Obama e Hillary rejeitaram a idéia.




De acordo com o "Times", que cita amigos próximos de Bill Clinton --ex-presidente e marido de Hillary-- que falaram ao jornal em condição de anonimato, embora diga publicamente que não aceitaria ser vice da chapa de Obama, na verdade Hillary considera essa possibilidade.




Segundo o jornal, o casal Clinton acredita que as vitórias de Hillary em primárias importantes -- como as de Ohio e Pensilvânia-- a colocam como a melhor opção para vice de Obama.




"Se ela não for a indicada, ela quer o segundo lugar", disse ao "Times" um amigo dos Clinton. "Essa é a melhor maneira de ela se candidatar novamente à Presidência em 2016", afirmou.




"Segredo"

Ontem, foi divulgado que a equipe de Obama já estaria agindo "secretamente" para achar um candidato a vice para o senador por Illinois, visando a corrida nacional contra os republicanos, já que --na visão dos pró-Obama-- a disputa contra Hillary estaria terminada.




Segundo a Associated Press, a informação foi divulgada por integrantes do Partido Democrata em condição de anonimato, pois a campanha de Obama quer manter "secreto" o processo de escolha do vice enquanto Obama não for declarado o candidato oficial do partido.




"Eu não vou comentar sobre o assunto de um vice-presidente porque ainda não venci a corrida", afirmou Obama nesta quinta-feira.




A campanha de Obama está empenhada em terminar as prévias restantes em Porto Rico, Dakota do Sul e Montana e por isso também se recusa a comentar o assunto.




"Nós não iremos falar sobre esse tema", disse o porta-voz de Obama, Bill Burton.




De acordo com a última contagem da agência Associated Press, faltam apenas 61 delegados para o senador democrata atingir os 2025 necessários para ser o candidato oficial do partido.
A ex-primeira-dama, após as primárias de terça-feira, tem 1.777 delegados e Obama, 1.962, segundo a CNN.




As votações das primárias acabam em 3 de junho.



www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u404682.shtml

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Secretário-geral da ONU reúne-se com premiê birmanês

















Ban Ki-moon tenta convencer o governo de Mianmar a aceitar a ajuda humanitária internacional





EFE





YANGUN - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se reuniu nesta quinta-feira, 22, em Yangun com o primeiro-ministro birmanês, o general Thein Sein, e com outras autoridades para tentar convencer o governo de Mianmar (antiga Birmânia) a aceitar a ajuda humanitária internacional para as cerca de 2,5 milhões de vítimas do ciclone Nargis.



Veja também:

linkONU pede que Mianmar não veja ajuda como questão política

linkApós destruição, birmaneses ainda têm de viver em meio aos cadáveres




Ban participou em sua chegada de uma reunião de aproximadamente 20 minutos com o primeiro-ministro em um luxuoso hotel na área residencial de Yangun, antiga capital birmanesa.




Depois visitou o pagode de Shwedagon, o coração espiritual de Yangun e um dos pontos de concentração dos grandes protestos antigovernamentais de setembro do ano passado.




"Estou convencido de que seremos capazes de superar a tragédia. Vim com uma mensagem de esperança. Espero que seu povo e governo possam coordenar o fluxo de ajuda e voluntários para que a assistência possa acontecer de uma maneira mais sistemática", disse Ban.




Em seguida, o Secretário-geral da ONU se transferiu à casa de hóspedes do governo, onde voltou se reunir com o general Thein Sein e com representantes de agências humanitárias durante uma hora e meia.




Ban, que havia dito que viajava a Mianmar para salvar vidas e não para fazer política, também falou com o ministro de Assuntos Exteriores birmanês, Nyan Win.




A tarde ele sobrevoará em um helicóptero a região devastada pelo ciclone, com mais de 77.738 mortos, 55.917 desaparecidos e cerca de 2,5 milhões de desabrigados, segundo dados ainda provisórios.




O ciclone Nargis, que atravessou o sul de Mianmar entre 2 e 3 de maio, deixou até o momento 77.738 mortos e 55.917 desaparecidos.




www.estadao.com.br/internacional/not_int176577,0.htm

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Caso Isabella: Sanguinetti vê erros em laudos












Portal Terra





SÃO PAULO - O vereador e médico legista George Sanguinetti (PV) afirmou que viu erros nos laudos periciais sobre a morte da menina Isabella Nardoni, 5 anos. Sanguinetti, que ficou conhecido por sua atuação na investigação da morte de Paulo César Farias, aceitou o convite da defesa do pai e da madrasta da menina para analisar laudos oficiais apresentados pela perícia.





Segundo informações da rádio Jovem Pan, após a revisão dos documentos, o legista alagoano de 63 anos produzirá um parecer médico. Sem dar detalhes, ele afirmou ter constatado pontos em que haveria a necessidade de "correções".





O especialista disse que pretende atuar independentemente do trabalho dos advogados de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. O médico ressaltou que seu parecer produzirá documentos de interesse para a defesa do casal, Ministério Público e Justiça.





O inquérito policial apontou que Isabella foi agredida, asfixiada e jogada do sexto andar do edifício.





No dia 18 de abril, Alexandre e Anna Carolina foram indiciados por homicídio doloso, triplamente qualificado. No dia 6 de maio, o promotor Francisco Cembranelli denunciou e pediu a prisão preventiva do casal, aceita pela Justiça.





Alexandre está preso na Penitenciária Dr. José Augusto Salgado (P-2), em Tremembé (SP), e Anna Carolina, na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, também em Tremembé.



http://jbonline.terra.com.br/extra/2008/05/21/e210521163.html

terça-feira, 20 de maio de 2008

Jogo político justifica permanência de Hillary; ouça professor

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da Folha Online




A campanha para a candidatura democrata à presidência dos Estados Unidos pode estar chegando ao fim para ex-primeira-dama e senadora Hillary Clinton. Nesta terça-feira, estão sendo realizadas primárias em Kentucky e Oregon, local onde pode ser definida a vitória do senador Barack Obama.




As informações são de Carlos Melo, professor do Ibmec São Paulo e cientista político doutor pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo. Ouça outros podcasts sobre as eleições nos EUA.




"A pergunta que pode se fazer é porque que Hillary, que tem perdido de goleada de Barack Obama, não desiste logo?" questiona. Segundo Melo, a crença na vitória pode ser um fator, mas é o jogo político para as eleições de 2012 que justifica a lógica nesta disputa.




"A candidata não tende a renunciar ou a desistir apenas por uma pressão do partido. Efetivamente ela assim o fará quando chegar o seu momento diante dos seus interesses em relação a agora e à 2012", explica o professor.




O cientista político diz que a campanha vai chegando perto de um ponto de exaustão e afirma que os democratas não podem continuar dando o espaço de tranqüilidade que estão oferecendo ao candidato republicano John McCain.




De acordo com o professor, para Barack Obama existem os desafios de como vencer as primárias, unificar o seu partido e anular aqueles que torcerão pelo seu fracasso.




Quer ser avisado dos podcasts sobre as eleições nos EUA? Basta utilizar seu canal em RSS. Para aprender a mexer no RSS, clique aqui.



www1.folha.uol.com.br/folha/podcasts/ult10065u403776.shtml

segunda-feira, 19 de maio de 2008

China silencia para lembrar os mortos em terremoto

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Por Lucy Hornby





PINGTONG, China(Reuters) - Dos acampamentos da Província de Sichuan à praça Tiananmen, em Pequim, sirenes soaram e milhões de chineses realizaram três minutos de silêncio, na segunda-feira, a fim de homenagear as dezenas de milhares de mortos pelo terremoto da semana passada. O momento de luto foi observado em todo esse país de 1,3 bilhão de habitantes, às 14h28, exatamente uma semana depois de um abalo sísmico de magnitude 7,9 ter atingido Sichuan (noroeste).





"Acho que esses três minutos de silêncio foram importantes porque isso significa que todo mundo, do governo federal até cada uma das pessoas, está pensando na gente. Porque isso é pior do que uma guerra", afirmou He Ling, um policial da cidade de Pingtong, destruída quase totalmente pelo terremoto.





Mesmo quando os trabalhos de resgate foram interrompidos, um novo tremor de terra chacoalhou a região e provocou um pequeno desmoronamento em uma montanha próxima de Pingtong.





As Forças Armadas e equipes médicas entraram em formação enquanto uma imensa bandeira chinesa era hasteada por sobre uma grande pilha de destroços.





O número de pessoas mortas pelo terremoto elevou-se para mais de 34 mil na segunda-feira, mas essa cifra pode aumentar bastante ainda já que o chefe do Partido Comunista em Sichuan disse que quase 30 mil chineses continuavam desaparecidos. E, segundo estimativas, há outros 5.000 ainda sob os escombros.





O governo chinês calcula que os prejuízos em Sichuan apenas somam cerca de 67 bilhões de yuans (9,6 bilhões de dólares).





Sirenes de bombardeio, bem como as buzinas de carros, trens e navios, soaram em todo o país para lembrar a data. Bandeiras foram hasteadas a meio mastro e os cinemas receberam ordens de interromper as projeções a fim de observar o período de luto.





Em Beichuan, outra cidade devastada pelo terremoto, várias centenas de membros de equipes de resgate curvaram a cabeça e espalharam coroas de flores feitas com galhos e pedaços de papel retirados dos escombros.




http://br.reuters.com/article/topNews/idBRB29715620080519

domingo, 18 de maio de 2008

Jogo sujo de Hillary e McCain não abala Obama

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Mário Vargas Llosa




Quando a senadora Hillary Clinton compreendeu ser quase impossível ser indicada candidata do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos - pois seu rival, o senador Barack Obama, já tem uma vantagem em votos, delegados e Estados que ela não conseguirá igualar -, a ex-primeira-dama recorreu, como é hábito entre os políticos, a armas proibidas. No caso, a questão racial. E declarou que as eleições primárias, até então, mostravam que ela era a preferida dos eleitores da "América branca".





Embora tenha sido bastante criticada por ter ressuscitado um tema tão execrável e explosivo num país como os Estados Unidos - até o jornal The New York Times, que apoiou sua candidatura, censurou-a em um editorial -, pelo menos aparentemente, o recurso utilizado acabou dando bom resultado: na terça-feira, nas primárias da Virgínia Ocidental, o Estado mais "branco" do país, Hillary obteve uma vitória esmagadora, com mais de 100 mil votos de vantagem sobre seu concorrente.





Um triunfo sugestivo, mas insignificante na prática. Isso porque, por causa da sua escassa população, a Virgínia Ocidental tem um número muito pequeno de delegados - e Obama continua conquistando superdelegados entre os independentes.





Aliás, alguns dos que prometeram respaldar a senadora acabaram decidindo apoiar Obama. E na semana passada John Edwards, que foi pré-candidato nas primárias e vinha sendo cortejado insistentemente pelos dois competidores, decidiu-se também pelo senador. O apoio de Edwards é importante porque ele tem muita influência no meio operário e sindical, onde Hillary é bastante
popular.





CHOQUE RACIAL

Mas, como sublinham os analistas, apesar de Obama, aparentemente, ter sua candidatura assegurada, sem importar o que acontecer nas poucas primárias que ainda faltam, a suja operação de contornos racistas lançada por Hillary poderá ter conseqüências sinistras na futura disputa pela presidência entre ele e o candidato republicano, John McCain. Essa disputa poderá se transformar num confronto entre a América "branca" e a América "negra". Não é algo inevitável, mas há indícios alarmantes.





Todas as pesquisas feitas desde que a senadora se proclamou a favorita dos "brancos" indicam que um número crescente de americanos afirma hoje que o tema racial ou étnico passou a ser importante para eles em suas preferências eleitorais. O que é um sério revés para Obama, que fez da solidariedade entre as diferentes raças, tradições, crenças, convicções e costumes um dos temas fundamentais do seu discurso, desde o inicio da campanha.





FRIEZA

Hillary Clinton não é racista, é claro. Ela é um animal político, frio, tenaz, inteligente e sem escrúpulos. Com a mesma serenidade glacial e destreza com que soube sair dos escândalos e humilhações a que foi submetida por seu marido, Bill Clinton, durante o governo dele, Hillary prosseguiu em sua campanha sem perder o sorriso nem o ânimo, enquanto era derrotada uma e outra vez por um rival que, segundo as sondagens deopinião, é o favorito dos jovens, dos profissionais liberais, dos empresários, dos universitários e, em síntese, dos setores mais modernos e cultos da sociedade americana, deixando para ela os mais incultos, primitivos e provincianos.





Antes dessa manobra racial, a campanha de Hillary já tinha lançado uma outra guerra suja - de índole machista -, que não prosperou. Essa estratégia consistiu em apresentar a senadora como o verdadeiro "macho", nessa disputa. Obama, por outro lado, seria o fraco, o frouxo, o indeciso e - horror dos horrores - o intelectual, alguém a quem seria algo arriscado e suicida confiar o mais alto posto do país no caso de um conflito bélico.





ATITUDE BELIGERANTE

Os anúncios pagos de Hillary apresentaram a senadora numa atitude marcial e beligerante, com a seguinte pergunta: "Quem você preferiria como comandante-chefe das Forças Armadas dos Estados Unidos?" E, ao lado da senadora, um Obama extenuado, esquálido e submisso, com a fisionomia de uma pessoa indecisa e assustada.





No entanto, essa tentativa para prejudicar Obama não surtiu efeito. Então a senadora, num desses gestos audazes que a caracterizam, decidiu que, como já não era realista pensar na sua indicação, seria possível, sim, contribuir para a futura derrota de seu rival nas eleições presidenciais de novembro, ante o republicano McCain.





Não se trata de uma vingança pessoal, nascida da frustração, mas de um simples cálculo matemático de um político de grandes aspirações. Se Hillary Clinton pretende ser a candidata dos democratas à presidência em 2012, é preciso que nestas eleições o vencedor seja um republicano e não um democrata. Isso porque, se Obama for o próximo presidente, a senadora terá fechadas as portas para sua candidatura à Casa Branca até 2016, o que seria muito tarde para ela. Nada disso pode ser deixado claro publicamente, mas por meio de mensagens indiretas enviadas para o subconsciente e os preconceitos instintivos do eleitorado.





Segundo uma sondagem, 50% dos partidários democratas de Hillary na Virgínia Ocidental afirmam que não votarão em Obama para presidente: se for ele o candidato do partido, eles simplesmente não vão votar ou então vão apoiar McCain.





GUERRA SUJA

Ao mesmo tempo que a senadora envenenava a campanha com racismo, o candidato republicano iniciava sua própria guerra suja, utilizando outro ingrediente explosivo para desacreditar seu quase garantido adversário nas eleições de novembro.





Em uma entrevista coletiva, o candidato republicano disse que, entre ele e Obama, o verdadeiro amigo de Israel era ele próprio, o senador McCain. Afinal, argumentou o republicano, será que isso não ficou provado pelo fato de o líder da organização terrorista Hamas dizer que simpatizava com a candidatura de Barack Obama?





Dessa maneira, uma acusação ventilada sem muita eficácia há alguns meses foi ressuscitada e retornou ao primeiro plano do debate eleitoral: Obama seria um muçulmano disfarçado (pois seu pai o foi), um amigo dos palestinos e, portanto, potencialmente, um presidente que daria as costas a Israel, o maior aliado dos Estados Unidos, e estenderia a mão para os terroristas palestinos.





A acusação de McCain tem um amplo alcance e, se emplacar, pode ser decisiva na campanha. Os judeus são uma pequena minoria em número na sociedade americana, mas o lobby judaico, as organizações que apóiam Israel e fazem campanha em favor de políticos que consideram pró-israelenses, hostilizando os que não são, exerce uma poderosa influência econômica e publicitária em toda campanha eleitoral. E, embora nem sempre os seus candidatos sejam vitoriosos, aqueles considerados seus inimigos sempre perdem.





CONDENAÇÃO DO HAMAS

Desde que McCain fez aquela declaração, Obama multiplicou os desmentidos perante diversas associações judaicas e pró-israelenses. O senador democrata recordou novamente as posições que assumiu no Legislativo do Estado de Illinois e no Senado americano em prol de Israel, condenando em termos inequívocos o terrorismo do Hamas. E repetiu que, embora seu pai fosse muçulmano, sua mãe o educou como cristão, e o mesmo ocorreu com sua mulher, Michelle.





Muitos judeus americanos respaldaram suas afirmações, desmentindo as insinuações de McCain.





Tudo isso é uma indicação de que, desta vez, a campanha presidencial será mais virulenta do que as outras. Obama será bem sucedido ao enfrentar essas guerras sujas lançadas contra ele? Acredito que sim, embora isso vá lhe custar muito trabalho - e ele não pode se permitir cometer um único erro.





Meu otimismo não se baseia tanto nas pesquisas, mas na atitude que ele tem mantido, em meio à sujeira e insídia lançadas contra ele. Não respondeu com as mesmas armas nem com vitupérios. Continua imperturbável, com seu discurso reformista, de idéias, pedindo união, repudiando toda forma de sectarismo e intolerância, com suas propostas concretas e realistas a favor dos fracos, dos marginalizados, dos lutadores, dos entusiastas, e uma fé contagiante nas instituições democráticas.





É verdade que, com freqüência, Obama se expressa mais como um intelectual do que como um político profissional, mas isso, por sorte, em vez de desprestigiá-lo, faz com que ele conquiste a simpatia e o entusiasmo de milhões de seus compatriotas. Seu discurso continua atraindo sobretudo os jovens, de todas as raças, que se apresentam aos milhares para trabalhar como voluntários em sua campanha em todo o país, fortalecendo um mecanismo que provou ter uma eficácia contundente.





Esperemos que as campanhas de guerra suja não prevaleçam e, por uma vez, o idealismo e os princípios derrotem as manobras dos políticos.




www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080518/not_imp174552,0.php