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O presidente francês, Nicolas Sarkozy (C), ao lado do chanceler, Bernard Kouchner (E) e do ministro da Defesa, Hervé Morin (D), discursa a soldados do 8º regimento de pára-quedismo, em Cabul |
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CABUL (AFP) — O presidente francês, Nicolas Sarkozy, viajou nesta quarta-feira a Cabul, onde participou em um ato em homenagem aos dez soldados franceses mortos na segunda-feira em um ataque talibã.
Falando aos soldados em uma das bases de seu país no Afeganistão, pediu às tropas do país que continuem trabalhando e mantenham a cabeça erguida mesmo depois das mortes registradas entre suas fileiras na véspera.
"A melhor forma de ser fiéis aos seus companheiros é continuar, levantar a cabeça, reagir como profissionais", disse no campo Warehouse, quartel-general do comando regional de Cabul da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan.
O presidente manifestou pêsames diante dos caixões dos 10 soldados, na capela ardente instalada no campo.
"Queria dizer a vocês que o trabalho que fazem aqui é indispensável. Porque estamos aqui? Porque aqui se trava uma parte da liberdade do mundo. Aqui acontece um combate contra o terrorismo. Estamos aqui não contra os afegãos, e sim com os afegãos, para não deixá-los sós diante da barbárie", afirmou Sarkozy aos militares.
Além de ir à capela ardente erguida em homenagem aos soldados mortos, visitou o hospital de campanha para ver os 21 soldados que ficaram feridos no ataque.
Mais tarde, o dirigente se encontrou com os militares do Oitavo Regimento de Pára-quedistas de Infantaria da Marinha, para receber explicações como ocorreram a emboscada e os combates contra os talibãs, em um vale do distrito de Sarobi, a 50 km a leste de Cabul.
Por fim, Sarkozy se reuniu com o presidente afegão, Hamid Karzai.
O presidente francês viajou acompanhado por seu ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, e pelo ministro da Defesa, Hervé Morin.
A emboscada que terminou com a morte dos 10 soldados perto de Cabul foi o ataque mais violento sofrido pelo Exército francês desde o atentado em Beirute contra o edifício Drakkar, em 1983, que matou 58 pessoas.
Ao partir da França, Sarkozy expressou sua determinação em continuar a luta contra "o terrorismo" junto com os americanos no Afeganistão.
Atualmente, 3.000 militares franceses estão baseados no Afeganistão no contingente da Isaf, a maioria na capital, Cabul, e na província de Kapisa.
Antes do drama de segunda-feira, 13 soldados franceses haviam morrido no Afeganistão desde 2001, em acidentes, operações e atentados. A última baixa tinha ocorrido em setembro de 2007, num atentado suicida com carro-bomba em Cabul.
Ao todo, 176 soldados estrangeiros, a maioria americanos, morreram no Afeganistão este ano, segundo um balanço da AFP a partir de números oficiais.
Um Boeing C135 transportando 11 dos 21 soldados franceses feridos partiu com direção ao aeroporto de Orly, periferia de Paris, e será recebido pelo secretário de Estado francês para a Defesa, Jean-Marie Bockel, e o chefe do Estado-Maior do exército de terra, Elrick Irastorza.
Os corpos dos dez soldados mortos também serão repatriados nesta quarta-feira para Paris, conforme anunciou Bockel.
http://afp.google.com/article/ALeqM5hPYmYADGTzEDACxW7vNOMV8R3akA