De volta de suas breves férias no Havaí, o candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, retomou não apenas sua campanha, mas as críticas duras a seu rival republicano, John McCain.
Em comício para sindicalistas neste domingo, Obama criticou o plano de McCain de retomar a exploração das reservas costeiras de petróleo --banida há décadas. "McCain diz: "Aqui está meu plano, Eu vou explorar aqui". um plano que ele bolou há apenas dois meses quando ele começou a olhar as pesquisas", disse.
O senador republicano se tornou um grande defensor da exploração das reservas americanas como opção a curto prazo para reduzir os preços dos combustíveis. McCain critica ainda seu oponente por não apoiar a medida, que, segundo mostram as pesquisas, é aprovada pelos eleitores.
Diante dos trabalhadores --um eleitorado no qual Obama tem vantagem--, o senador por Illinois também criticou a tática republicana e os conselheiros de seu rival, "os mesmos caras que trouxeram a vocês George W. Bush".
Sob a forte campanha negativa de McCain contra sua imagem, Obama disse: "Eles dizem que este outro cara não é patriota ou que este cara gosta de pessoas francesas. Isso é o que eles disseram sobre Kerry", disse, referindo-se ao candidato democrata de 2004, John Kerry.
"Eles dizem que os democratas não são duros o suficiente, não são machos o suficiente. É a mesma estratégia", completou.
Resposta
A resposta, como sempre, veio rápido. O porta-voz de McCain, Brian Rogers, disse que o senador nunca questionou o patriotismo de Obama, mas "claramente questiona sua experiência e julgamento".
Sobre a exploração de petróleo, Rogers destacou que eles "têm opiniões diferentes sobre o melhor modo de reduzir nossa dependência do petróleo do Oriente Médio, trazer empregos de volta à América e manter nossa nação segura".
Cautela
Embora tenha assumido postura crítica ao rival, Obama manteve-se cauteloso diante das críticas de seus eleitores. Quando um dos presentes criticou a experiência de McCain no Vietnã.
"Respeitosamente eu discordarei de você sobre McCain e seu tempo de serviço", disse Obama, que, em um fórum neste sábado havia dito que ele era "um americano patriota genuíno". "Eu acho que seu serviço foi honorável. Ele merece respeito", completou.
McCain passou cinco anos e meio como prisioneiro de guerra no Vietnã, período no qual afirma ter sido torturado.
Abraço
Neste sábado, Obama e McCain participaram --separadamente-- de um fórum religiosos patrocinado pelo pastor evangélico Rick Warren. Diante da atenção especial dos eleitores evangélicos, os dois se abraçaram e falaram sobre suas crenças religiosas, sobre aborto, casamento e o fracasso moral pessoal e dos Estados Unidos.
Obama defendeu seu apoio pelo aborto e pelas uniões civis homossexuais, mas ressaltou que o casamento deve ser apenas entre um homem e uma mulher --um sinal de sua nova postura centrista.
Já o republicano McCain, que é contra o aborto, demonstrou seu apoio pelo status do casamento. "Serei um presidente próvida e meu mandato terá políticas pró-vida. Esse é meu compromisso com vocês", disse o republicano.
Questionado sobre sua opinião a respeito do fracasso moral dos americanos, o republicano McCain disse que "talvez não tenhamos nos dedicado a causas maiores que nosso próprio interesse".
www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u434672.shtml
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