sábado, 31 de maio de 2008

Brasil cria rede de pesquisa com células-tronco










Trabalho deve começar a partir de segunda-feira e o governo pretende investir R$25 milhões no programa




RIO - Os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia irão lançar, agora em junho, uma rede nacional de pesquisas com células-tronco. De acordo com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, inicialmente, serão investidos R$25 milhões no programa, mas ele garantiu que “o ministério está absolutamente disposto a dar apoio institucional, técnico, político e financeiro aos grupos de pesquisa que existem no Brasil”. O objetivo, segundo ele, é criar uma rede de conhecimento que integre instituições e entidades que trabalhem com projetos em conjunto.




“É uma área em que o Brasil tem condições de estruturar um grau de conhecimento e competir com os países centrais no desenvolvimento de novas tecnologias para o futuro”, afirmou Temporão, após inaugurar o novo prédio do ambulatório de tratamento de hanseníase da Fundação Oswaldo Cruz, ontem, no Rio. “Infelizmente, o Brasil ficou três anos aguardando essa decisão. Isso foi muito prejudicial para um grande número de pesquisadores, mas é possível recuperar o tempo perdido”, afirmou o ministro.




Sobre o resultado do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que anteontem confirmou a constitucionalidade do artigo sobre pesquisas com células-tronco embrionárias da Lei de Biossegurança, Temporão disse acreditar que “a decisão do Supremo não foi apenas de defesa da vida, mas também permite ao país desenvolver tecnologia própria e depender menos de tecnologia desenvolvida fora”.




A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), responsável pela autorização e pela fiscalização de pesquisas que envolvem seres humanos no país, vinculada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), deve passar por uma ampla reformulação, segundo defende o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. Com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar as pesquisas com células-tronco embrionárias, a tendência é que a comissão seja cada vez mais procurada para autorizações desse tipo de estudos.




Uma série de propostas para mudar a Conep será encaminhada ao CNS por uma comissão formada por técnicos do Ministério da Saúde. Outro grupo deverá ser formado para discutir um anteprojeto de lei para regulamentar as atribuições da Conep. Segundo Guimarães, a Conep, criada em 1996 por uma resolução do CNS, “tornou-se ineficiente pelo aumento exponencial da demanda” por pesquisas envolvendo seres humanos. Uma das principais mudanças sugeridas pelo secretário é que todas as decisões da Conep “sejam homologadas pelo Ministério da Saúde”. Atualmente, a comissão é autônoma em suas decisões. “Mesmo que permaneça vinculada ao Conselho Nacional de Justiça, no meu ponto de vista, deve haver um papel do Ministério da Saúde na Conep.





A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que, em 2005, três projetos de pesquisa com células-tronco humanas embrionárias receberam R$813,8 mil do governo e R$812,6 foram destinados para dois projetos com células-tronco humanas tanto adultas quanto embrionárias. O estudo de terapias celulares obteve R$11 milhões dos ministérios da Saúde e de Ciência e Tecnologia, em 2005, e R$25 milhões serão investidos entre 2008 e 2009, sendo R$11 milhões para pesquisas com células-tronco, adultas ou embrionárias.





A seleção das pesquisas a serem financiadas pelos dois ministérios, que investirão R$140 milhões entre 2008 e 2009 em redes de estudo, será feita no segundo semestre por uma comissão formada por especialistas e gestores em dez áreas do Sistema Único de Saúde (SUS). Os técnicos se reuniram esta semana em Brasília para discutir as prioridades do biênio.(AE)




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Especialistas baianos comemoram momento histórico




Cilene Brito




Especialistas baianos comemoram a aprovação do uso de células-tronco pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmam que este é um novo momento na história da pesquisa científica no Brasil. No entanto, ressaltam que serão necessários muitos estudos para que a técnica seja utilizada com sucesso. Os resultados dessas pesquisas podem durar anos. Doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, podem levar mais de cinco anos para encontrar respostas favoráveis.





Para o presidente da Associação Brasileira de Terapia Celular e pesquisador titular da Fiocruz-BA, Ricardo Ribeiro, apesar da grande importância da aprovação das pesquisas com células embrionárias, é preciso ter bastante cautela nos estudos. Ele adverte que a euforia pode gerar uma falsa expectativa nos pacientes. “A aprovação das pesquisas representa um avanço e possibilidade de aperfeiçoamento dos estudos, mas os resultados podem durar de cinco a dez anos. Sabemos que o potencial das células-tronco embrionárias é muito maior que as células adultas, mas ainda não existe nada comprovado sobre o uso clínico. O Brasil precisa estabelecer um protocolo nacional sobre o uso da técnica”, ressalta.




O especialista pontua que as células-tronco originadas de embriões humanos possuem potencial para formação de tumores, portanto, os pesquisadores precisam aprender a manipulá-las com muito rigor. Ribeiro acredita que as pesquisas devem obter grande êxito nas compreensões da formação dos tumores e o sobre o processo de envelhecimento. O pesquisador pontua ainda que a Bahia já possui pesquisas avançadas com células-tronco adultas. O estado se destaca no tratamento da Doença de Chagas, no Hospital Santa Izabel, e no tratamento de doenças crônicas do fígado, no São Rafael.




A necessidade de cautela nas pesquisas é reforçada pelo cardiologista e diretor de pesquisa de células-tronco do Hospital Santa Izabel, Joilson Feitosa. O especialista afirma, no entanto, que está bastante otimista quanto aos resultados positivos da técnica. “Antes de começar a usar a técnica é necessário conhecê-la bem”, opina. O cardiologista ressalta que uma das grandes expectativas é que, no futuro, essas células possam oferecer um meio de produzir órgãos completos para transplantes. Segundo Feitosa, a possibilidade de estudos com células do embrião humano também permitirão que os pesquisadores aperfeiçoem a manipulação das células-tronco adultas que já são usadas em tratamento.




O diretor do Laboratório de Reprodução Assistida do Cenafert - Centro de Medicina Reprodutiva, o ginecologista especialista em reprodução humana Joaquim Lopes, é ainda mais otimista. Com 416 embriões congelados no laboratório, ele acredita que o material possa ser bastante útil para as pesquisas. Segundo ele, a maioria dos embriões está passível de servirem para as pesquisas, mediante a autorização dos pais. “Tenho certeza que muitos pais serão favoráveis”, opina.




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Explicações




O que são células-troncos?
As células-tronco podem se diferenciar e dar origem a diferentes tecidos ou órgãos do corpo humano. Elas possuem a capacidade de auto-renovação, ou seja, podem gerar cópias idênticas de si mesmas, garantindo uma reserva de células com capacidade de reparo, de regeneração.




Qual a diferença entre células-tronco adultas e embrionárias?
As células-tronco embrionárias são derivadas daqueles embriões de cinco dias, daqueles embriões que sobram das fertilizações in vitro. As células embrionárias conseguem se transformar em qualquer tecido do corpo humano. Já as células-tronco adultas é uma célula indiferenciada encontrada em um tecido diferenciado, que pode renovar-se e com certa limitação.




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Dom Geraldo Majella não se conforma




O arcebispo primaz do Brasil e cardeal de Salvador, dom Geraldo Majella, afirmou, indignado, que o aborto poderá deixar de ser crime depois que o STF decidiu liberar as pesquisas com células-tronco embrionárias, autorizando a continuação dos estudos iniciados após a aprovação da Lei de Biossegurança, em 2005. Ele conversou com a reportagem do Correio momentos antes de iniciar a celebração da missa das seis na igreja de Nossa Senhora das Dorotéias, ontem à tarde, no Garcia. “Será que só a Igreja pode defender a vida humana?”




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Flávio Novaes




CB - Como o senhor recebeu a decisão do Supremo?




Geraldo Majella - Em primeiro lugar, faço minha a mensagem que a Presidência da CNBB publicou. Em segundo lugar, vejo com preocupação porque muitas vezes se pensa que o legal é moral. Muitas leis são iníquas e essa é uma lei iníqua. O mundo está cada vez mais distante da moral e da ética. O quinto mandamento diz “não matarás” e a vida começa com a concepção humana, quando se unem as partes masculina e feminina e ali (no embrião) já há um destino, uma história que vai acontecer mesmo que ele seja abortado ou eliminado.




CB - Mas e os benefícios que as pesquisas podem trazer? Isso não conta? Já não se faz pesquisas em células-tronco adultas?




GM - Hoje se promete tanto, se faz tanto alarde que com o emprego das células-tronco será feito milagre. Uma das próprias defensoras das pesquisas disse que isso não vai acontecer amanhã, mas daqui a alguns anos. Parece até que tudo vai estar disponível nas farmácias em poucos dias. E com a pesquisa no embrião se interrompe uma vida, mesmo que esteja prejudicada.




CB - O secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara, afirma que se abre um precedente com a decisão do Supremo. É isso mesmo?




GM - Agora tudo vai ser desencadeado, o aborto, tudo que estava reprimido. Não vai ter mais limites ou referências morais que possam coibir. Elas já não mais existem, mas agora não teremos também as legais.




CB - Qual o sentimento dos representantes da Igreja Católica com a decisão?




GM - Há um sentimento de inconformidade, de medo com a forma como está se tratando a vida humana. Será que só a Igreja pode defender a vida humana? E nós continuaremos a dizer que não é possível conviver com isso. Faço questão de repetir: não é porque a lei é considerada legal ipso facto (por isso mesmo) que se torna justa, que se torna boa.



www.correiodabahia.com.br/poder/noticia.asp?codigo=154780

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Um Apêlo e uma idéia ao Governo

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Um Apêlo e uma idéia ao Governo





O Governo, do mês de Dezembro passado até aqui, vem lutando incansavelmente para recuperar a forma de manter a soma de reais que deixou de arrecadar com a CPMF.



O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse ontem que o Projeto de Lei Complementar 306/08, que regulamenta a Emenda 29, seria votado mas com a possibilidade de obstrução pela oposição.



O projeto prever a ampliação de quase 10 bilhões de reais para a saúde, em verbas federais.



O Governo está fazendo a lição de casa sim. A saúde pública, hoje se pode dizer que é um abandono total; o pessoal que ganha um e dois salários mínimo, responsáveis por custear suas casas, morrem no dia que tiverem a infelicidade de ter que pagar por um tratamento complicado e necessário á manutenção de sua saúde.



As Pessoas de 60 anos acima, enquadradas na categoria de um e dois salários mínimos, deveriam, nem ao menos pensar em pagar um plano de saúde, porém, sabem que é impossível fazer isto, e, sabe também que quanto a isso, ele, trabalhador, pagador de impostos, não tem direito à saúde que deveria ter, pois o sistema não lhes permitem. O tal indivíduo só tem o direito de pensar, e isto, porque o ato de pensar é um dom dato por Deus, pois se dependesse do homem, nem isso faria.



Nas grandes cidades, hoje é vergonhoso de ver, a lotação dos bares, todos bebendo, embriagando-se e brigando, ferindo-se uns aos outros, matando e morrendo. No trânsito; os bêbados atropelando e matando aos transeuntes nas ruas, e negando que não estão embriagados.



O banditismo; é uma assolação. Nos grandes centros urbanos e nas pequenas cidades, rola o tráfico de drogas. O alcoolismo é a primeira porta de entrada para toda e qualquer falta de lucidez, as irresponsabilidades começam aí. Toda pessoa que se preza deve envergonhar-se de andar para um bar, festas ou outro local onde se endeusa bebida alcoólica, pois existem pobres miseráveis que acham prazeroso sentar-se à porta da casa em que moram, e na calçada, põe a garrafa de cerveja e o copo, ali mesmo, achando que estão arrasando; quando na verdade, o arrasado é ele próprio.



Todos os dias passam os carros de propaganda, anunciando cerveja e festas para os desocupados e vendidos ao erro, e para isso, convergem mais uma vez para somar-se à falta de bom senso. O ponto mais crítico, começa na quinta-feira à noite, e vai até Domingo também à noite, como se não bastasse, alguns amanhecem a segunda-feira ainda bebendo e dizendo que é para tirar a ressaca. Está certa uma coisa desta magnitude, responda para você mesmo.



Já é demais. Por que o Governo não taxa as bebidas alcoólicas de qualquer gênero que seja? Isso é o ponto que deve ser atacado por altas taxas, só beberia o ignorante que pudesse, e mais ninguém. Então os cofres públicos teriam o dinheiro que necessitam para tratar não só ao trabalhador necessitado, o desempregado, como também o baixo-assalariado e todos os que necessitarem neste país, até mesmo os que têm a saúde danificada pela bebida e o alcoolismo.



O Governo deve combater as drogas, e sem começar pelas bebidas alcoólicas, tirando-as das festas diárias e dos finais de semanas, não chegará a lugar nenhum. Falta fazer com as bebidas alcoólicas o que etá sendo feito ao tabagismo. Taxe a bebida alcoólica pelo menos em 300 ou 400% e haverá dinheiro nos cofres da saúde e menos alcoólatras nas ruas. Com certeza teremos um povo mais saudável e com boa sanidade e pura avidez, que deseje o bom desenvolvimento deste País.





A venda de bebidas alcoólicas é muito grande nesta nação, e isso causa uma matança semelhante semelhante a uma grande guerra. Quantos jovem tiveram suas vidas ceifadas por essas drogas e que bem poderiam está produzindo, sucumbiram por envolver-se em brigas, depois de tomar alguns copos de cachaça, cerveja ou outra bebida semelhante. Outros, as vezes em uma parada de ônibus esperando seu momento de embarcar para seu destino, ou mesmo atravessando a rua, um embriagado o atropela e mata ou o deixa paraplégico.




Não necessitamos fechar as fábricas dessas bebidas, só precisamos taxá-los, e nada mais e não teremos mais que recriar a CPMF e o dinheiro suprirá a necessidade da saúde pública, porque sempre haverá quem beba.




Costa







quarta-feira, 28 de maio de 2008

McCain faz rara aparição ao lado de Bush


O candidato republicano à Casa Branca, John McCain (E), aparece ao lado do presidente George W. Bush, em Phoenix





McCain faz rara aparição ao lado de Bush







PHOENIX, EUA (AFP) — Pela primeira vez em três meses, o candidato republicano à Casa Branca, John McCain, apareceu ao lado do presidente George W. Bush, por ocasião de um comício realizado nesta terça-feira em Phoenix, no Arizona.




Bush foi à terra do senador McCain para ajudar o candidato republicano a arrecadar fundos para a campanha à presidência.




Devido à baixa popularidade de Bush, o encontro com MacCain foi discreto, e os dois se reuniram em uma residência particular, próxima ao Centro de Convenções de Phoenix.




O aperto de mão entre os dois políticos, que não discursaram na ocasião, ocorreu quando Bush já se preparava para tomar o avião presidencial Air Force One, com a mínima cobertura da mídia.




O pré-candidato democrata Barack Obama ironizou o encontro "sem câmeras ou jornalistas", após o fechamento dos jornais.




O encontro precedente entre Bush e McCain ocorreu no dia 5 de março, quando o presidente declarou oficialmente seu apoio ao senador pelo Arizona, em uma breve cerimônia nos jardins da Casa Branca.




Segundo uma pesquisa Wall Street Journal/NBC, apenas 27% dos americanos tinham uma opinião favorável a Bush em abril, o mais baixo índice desde o início do mandato, em janeiro de 2001.




Na véspera, em um discurso em Denver (Colorado), McCain se distanciou mais uma vez das posições de Bush ao sugerir uma redução do arsenal nuclear americano.




"Há um quarto de século o presidente Ronald Reagan declarou: 'nosso sonho é ver o dia em que as armas nucleares serão desterradas da face da terra'. Esse é também o meu sonho", disse McCain, explicando que atuaria no campo do desarmamento com "prudência e pragmatismo" para não pôr em risco a segurança dos Estados Unidos e de seus aliados.




http://afp.google.com/article/ALeqM5iWeN3vWhMwnYL9pToyhJFX61qycA

terça-feira, 27 de maio de 2008

O fiasco da Unasul












No discurso de abertura da reunião de cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou os elevados propósitos que levaram o Brasil a propor a criação de mais um organismo internacional: 'Uma América do Sul unida mexerá com o tabuleiro do poder no mundo.' Nesta frase tão curta há dois erros fundamentais. Em primeiro lugar, a América do Sul, mesmo unida, não terá a influência imaginada pelo presidente Lula nos negócios globais. A região carece dos elementos de poder necessários para mudar as posições no tal 'tabuleiro'. Não tem poder militar ou econômico e não dispõe de um capital de influência suficiente para satisfazer as ambições do presidente. Mas isso, na verdade, é secundário, pois o fato é que a América do Sul não é unida e acontecimentos recentes mostram que as brechas entre alguns países estão se alargando, e não se estreitando.






A própria cúpula da Unasul deixou evidente que, mesmo que a retórica de todos seja a da integração econômica e política, as condições objetivas conduzem vários países para direções diferentes e para posições irreconciliáveis. A concepção da Unasul, afinal, foi marcada pelo pecado original. A criação de um organismo regional desse gênero deveria ser a etapa final de um processo de união do Mercosul e da Comunidade Andina. Mas, até agora, esses dois blocos não passam de sacos de gatos, que não conseguem pôr-se em harmonia nem mesmo para alcançar objetivos mínimos.






Com a Unasul não poderia ser diferente. Presidentes de vários países consideram ter criado mais um foro de discussões. Outros, como o presidente Lula, acham que criaram um organismo internacional que terá voz e influência nos assuntos globais. A discrepância não acaba aí. O presidente Tabaré Vazquez, do Uruguai, nem sequer se deu ao trabalho de ir a Brasília. Mandou seu vice-presidente, por considerar que a reunião não produziria nada de útil. Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez - que já havia ridicularizado o nome originalmente dado pelo Itamaraty ao novo bloco, 'Casa' -, e do Equador, Rafael Correa, somente concordaram em assinar o ato constitutivo na undécima hora. O presidente do Peru, Alan Garcia, retirou-se após assinar o ato, sem participar do debate entre presidentes.






O Conselho Sul-Americano de Defesa, outra proposta do governo de Brasília que deveria adquirir vida jurídica durante a cúpula da Unasul, encontrou resistências maiores. Na definição do ministro Nelson Jobim, o Conselho 'não terá nenhum poder de intervenção militar, não terá nenhuma característica de aliança militar e será, em essência, um órgão de articulação de políticas de defesa entre países sul-americanos'. Para os governantes que querem constituir uma aliança militar regional, obviamente sem a participação dos Estados Unidos, esse formato não serve. E também não serve para quem apenas deseja dispor de um organismo sub-regional que se substitua à OEA - onde os Estados Unidos estão representados - na solução de crises localizadas, pela simples e boa razão de que só países membros de uma aliança militar podem articular suas políticas de defesa. Ou seja, a proposta brasileira contém um paradoxo e, justamente por isso - e para que a rejeição cabal do tal Conselho não fosse um fiasco retumbante para o governo Lula -, a presidente do Chile, Michele Bachelet, sugeriu a criação de um grupo de trabalho para 'estudar' o assunto.






Não bastasse tudo isso, o documento constitutivo da Unasul é uma bofetada nos parlamentos nacionais dos 12 países signatários. O documento contém um dispositivo que autoriza a nova organização a funcionar antes mesmo que o tratado receba a aprovação dos Congressos nacionais. Em Brasília, falava-se que o Itamaraty introduziu a Medida Provisória no direito internacional - o que seria uma piada, se não fosse um precedente da maior seriedade.






E não foi essa a única precipitação que marcou a criação da Unasul. Antes mesmo de ser constituída, ela já tinha um secretário-executivo em pleno exercício de suas funções. Para completar o fiasco, nas véspera da reunião de cúpula, o secretário-executivo, o ex-presidente do Equador Rodrigo Borja, renunciou ao cargo. Para ele, a Unasul é um foro de discussões e não uma 'instituição orgânica'. Em outras palavras, não quis se comprometer com uma academia de debates - pois foi isso o que se criou.




http://txt.estado.com.br/editorias/2008/05/27/edi-1.93.5.20080527.3.1.xml

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Bancos privados cobiçam a Nossa Caixa









O Banco Nossa Caixa virou o ativo mais cobiçado do mercado brasileiro, após o anúncio de intenção do Banco do Brasil de comprar a instituição.





Integra do texto

26 de Maio de 2008 - O Banco Nossa Caixa virou o ativo mais cobiçado do mercado brasileiro, após o anúncio de intenção do Banco do Brasil de comprar a instituição. Na última sexta-feira, grandes bancos brasileiros manifestaram a mesma intenção e insistiram que um leilão deve ser realizado para a venda, enquanto o preço das ações da Nossa Caixa disparava, chegando a alcançar alta acima de 40% na metade do dia. O governador José Serra, do Estado de São Paulo, que detém o controle do banco - o 12 maior em ativos do País -, afirmou, contudo, que a única proposta recebida para iniciar negociações foi a do BB e que o critério para decidir será o que for melhor para o Estado e funcionários da instituição.




"O que vamos defender é que se obtenha o máximo de recursos para fazermos investimentos em estradas, transporte, metrô, saúde, educação, saneamento", disse Serra, quando questionado sobre a possibilidade de fazer um leilão. O governador afirmou que está aberto a novas propostas. "Se quiserem fazer, podem fazer", disse, acrescentando, entretanto, que é natural pensar que a proposta do BB será sempre a melhor para o Estado do que "em princípio, propostas dos bancos privados", pelo interesse que o Banco do Brasil tem nos depósitos judiciais da Nossa Caixa, de R$ 16 bilhões. "Esses depósitos só podem ficar em banco público." Se uma empresa privada comprar o banco não poderá levar tais depósitos, o que, teoricamente, a levaria a fazer uma oferta menor do que a do BB, que os considera relevantes, já que formam um funding de baixo custo.




Mesmo sem esses ativos, a instituição paulista é vista como uma das operações mais interessantes em um mercado ainda em consolidação. Essa é a avaliação do Unibanco, 6 colocado do País em ativos. "Não restaram muitas opções. A Nossa Caixa é um dos poucos ativos remanescentes de qualidade em um mercado (São Paulo) onde temos planos de expansão. Porém, acreditamos que, como o controlador do banco é estatal, qualquer iniciativa de transferência deve ser feita em um leilão, procedimento que garantiria transparência ao negócio", afirma o vice-presidente de varejo do Unibanco, Márcio Schettini.




Bradesco e Banco Itaú, respectivamente, 1e 2 colocados em ativos, e Banco Santander também marcaram posição no mesmo sentido. "O leilão traz as coisas às claras, com o preço correto, que seria formado da concorrência entre os interessados", afirmou o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão, em nota. Santander e Itaú confirmaram, por meio da assessoria de imprensa, que um leilão seria a forma mais adequada para a venda da Nossa Caixa.




Segundo Erivelto Rodrigues, presidente da Austin Rating, agência classificadora de risco, a competição elevaria o preço da Nossa Caixa, mas o processo seria mais demorado, principalmente, porque tem de ser aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado, mais propensa a um acordo entre as instituições públicas.




Serra também lembrou que tanto um leilão mais amplo como um menor devem ser examinados pela Assembléia e observou que a Nossa Caixa desperta tanta atenção por ser um banco enxuto e profissional. "Não há troca-troca político algum. É um ativo interessante e São Paulo tem muita demanda por investimento. Se houver uma proposta boa, vamos aceitá-la. Se não convier, não vamos vender", disse, rebatendo especulações de que teria acertado a venda diretamente com o presidente Lula.




Uma eventual incorporação da Nossa Caixa pelo BB também será analisada pelo Banco Central (BC). O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse à Agência Brasil, que ela será observada "do ponto de vista prudencial e de concentração bancária, e caso o negócio seja fechado, nós vamos olhar como temos olhado todas as demais fusões e aquisições normalmente".




As ações ordinárias da Nossa Caixa valorizaram-se 31,5% no fechando o último pregão da semana passada, negociadas a R$ 36,30. O efeito foi oposto com os papéis do BB, que reagiram à notícia registrando queda de 2,81% - mais do que o dobro das perdas do Ibovespa na sessão - a R$ 28,33. "O comportamento de alta das ações da Nossa Caixa é fácil de ser explicado. O percentual de subida foi até modesto e pode ser acentuado nos próximos dias", afirmou o analista de bancos da corretora Ágora, Aloisio Lemos. "Como o banco está listado no Novo Mercado, seus acionistas minoritários terão direito a receber pelos papéis 100% do valor que for desembolsado ao bloco de controle em caso de a venda vingar", disse Lemos.




A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) está atenta à negociação e investigará o comportamento das ações dos dois bancos nos pregões que antecederam as negociações para saber se algum participante do mercado obteve informações privilegiadas.




(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Luciano Feltrin e Iolanda Nascimento)



www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.

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domingo, 25 de maio de 2008

Obama critica política dos republicanos para veteranos







Obama critica política dos republicanos para veteranos







Agencia Estado







O virtual candidato do Partido Democrata na eleição presidencial norte-americana de novembro, senador Barack Obama, elevou neste domingo o tom de suas críticas ao candidato do Partido Republicano, o também senador John McCain. O foco das críticas são as políticas do presidente George W. Bush, de quem McCain é aliado, para os veteranos militares.







Em campanha em Porto Rico, Obama disse não conseguir entender por que McCain se opõe a um projeto de lei que daria bolsas de estudo em universidades para pessoas que tenham servido às Forças Armadas. "Agora, deixe-me ser claro: ninguém contesta o amor de John McCain por seu país, ou sua preocupação pelos veteranos. Mas isto é o que eu não entendo: por que McCain se aliou a George W. Bush para se opor a nosso plano de tornar as universidades mais acessíveis para os veteranos? Talvez Bush e McCain achem que nosso plano é generoso demais. Eu não poderia discordar mais disso", afirmou Obama.







O ataque foi feito no fim de semana prolongado do Memorial Day, o feriado de homenagem aos militares norte-americanos mortos em guerras. McCain foi piloto da Força Aérea dos EUA durante a Guerra do Vietnã e passou seis anos como prisioneiro de guerra do Vietnã do Norte.







Brian Rogers, um dos porta-vozes de McCain, reagiu às críticas dizendo que "enquanto Barack Obama se engaja no mesmo tipo de política partidária antiquada, que deixou de ajudar nossos veteranos repetidamente, John McCain apresentou projetos de lei que vão expandir os necessários programas educacionais para os veteranos e, ao mesmo tempo, reter mais deles em nossas Forças Armadas".







A campanha de McCain diz que ele se opõe ao projeto de lei que amplias as bolsas de estudo para militares porque ele beneficia pessoas que serviram às Forças Armadas por três anos; ele teme que a aprovação desse projeto encoraje as pessoas a deixarem as Forças Armadas mais cedo, num momento em que os EUA estão em duas guerras simultâneas (Iraque e Afeganistão).







Enquanto McCain já assegurou o número necessário de votos a favor na convenção do Partido Republicano, entre os democratas a disputa ainda está aberta, embora pareça cada vez mais provável que Obama seja o escolhido. Neste fim de semana, Obama obteve a adesão de mais quatro delegados para a convenção nacional do Partido Democrata, enquanto sua oponente, a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, obteve apenas um. Com isso, Obama chegou a 1.974 delegados comprometidos a votar nele na convenção nacional, apenas 52 a menos do que o necessário, enquanto Hillary tem 1.779.







Pesquisa divulgada neste domingo indica que Obama tem 52% das preferências entre os eleitores democratas no Estado de Montana, onde haverá primárias no dia 3 de junho, enquanto Hillary tem 35%; 13% dos entrevistados disseram-se indecisos. A pesquisa, da Mason-Dixon Polling & Research, ouviu 400 eleitores de Montana entre os dias 19 e 21 de maio; a margem de erro é de 5 pontos porcentuais.





www.atarde.com.br/mundo/noticia.jsf?id=889240