sábado, 29 de março de 2008

Organização da Conferência Islâmica condena filme holandês "Fitna"

Riad, 29 mar (EFE).- A Organização da Conferência Islâmica (OCI) condenou hoje o filme "Fitna" ("Caos", em árabe), do parlamentar holandês de extrema direita Geert Wilders, por considerá-lo uma ofensa a todos os muçulmanos do mundo.


Segundo a OCI, o curta-metragem tem "uma visão deformada do Islã" e é um insulto ao Corão, livro sagrado dos muçulmanos, que aparece no filme, e cujos versículos são citados nele.


O secretário-geral da OCI, Ekmeleddin Ihsanoglu, expressou hoje em comunicado seu descontentamento com o polêmico filme.


Segundo ele, o objetivo de "Fitna" é "discriminar os muçulmanos e despertar o ódio contra eles".


Ainda segundo Ihsanoglu, o documentário "pretende incitar a violência, ameaça a segurança e a estabilidade no mundo" e estimula a inquietação social.


Na nota, Ihsanoglu apoiou a rejeição generalizada que está sendo gerada pelo filme e ressaltou que Wilders desafiou a comunidade internacional divulgando "Fitna" pela internet depois que "os meios de comunicação holandeses e internacionais se negaram a exibi-lo".


"Este filme justifica e confirma as exigências feitas pela OCI sobre a necessidade de as Nações Unidas elaborarem normas sobre esse tipo de provocação", acrescentou.


Também de acordo com a OCI, esses acontecimentos destacam a necessidade de se elaborarem leis em todos os países que proíbam essas obras, que "incitam a violência e o ódio, insultam a religião e fazem mau uso da liberdade de expressão".


"Fitna" pôde ser vista ontem pela internet, mas antes de sua estréia oficial causou grande polêmica, já que a Europa teme uma nova crise parecida com a surgida com as caricaturas do profeta Maomé em 2007, na qual mais de cem pessoas morreram.



O documentário foi condenado pelo Governo holandês, pela União Européia (UE) e pela ONU, e recebeu duras críticas de alguns países muçulmanos, assim como anúncios de denúncias judiciais de várias comunidades islâmicas. EFE fc-jfu/wr/fb





http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/03/29/
organizacao_da_conferencia_islamica_condena
_filme_holandes_fitna_1248559.html

Brasil e emergentes ganham mais poder no FMI

SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Washington




O Brasil foi um dos quatro países mais beneficiados pelo realinhamento da divisão de cotas e de votação anunciado nesta sexta-feira (28) pelo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. A medida é resultado direto da pressão exercida nos últimos anos por países-membros para que economias emergentes tenham mais peso e a instituição recupere parte da legitimidade perdida.




De acordo com o revelado ontem à tarde pelo francês, o Brasil passa a ter uma cota de 1,78% no Fundo, ou 40% a mais do que antes. Passa a ter também um poder de voto de 1,72%, ou 22% mais do que antes. Só tiveram elevações maiores a China, a Coréia do Sul e a Índia. São 185 os países-membros da instituição.




Entre as medidas do pacote anunciado pelo diretor-gerente, a mais importante é a revisão a cada cinco anos da divisão de cotas e votação, uma das bandeiras das economias emergentes que até a manhã de ontem encontrava resistência de países desenvolvidos liderados pelos Estados Unidos. Assim, o país que crescer no período terá seu poder de fogo dentro da instituição aumentado --e vice-versa.




Como as economias que mais cresceram neste século até agora foram as emergentes, esse é o bloco que teoricamente mais ganha com a medida.




Além disso, muda o cálculo e o peso do PIB (produto interno bruto) para que o crescimento de um país seja quantificado, outra velha reivindicação dos emergentes. Com 50%, passou a ser a variável de maior peso na fórmula, que leva em conta também itens como reserva de mercado, abertura da economia e reservas.




Muda ainda qual o PIB será considerado. Até então, só valia o medido pela taxa de câmbio do mercado; agora, será uma mistura desse e do chamado PIB de paridade do poder de compra (PPP, na sigla em inglês), numa proporção de 60% e 40%, respectivamente.




A vantagem para as economias emergentes é que, numa crise financeira, a moeda local geralmente se deprecia e com isso leva para baixo o valor nominal do PIB tradicional. Já o chamado PPP é mais estável. "Sempre achei que mudar é melhor do que ficar como estava", disse ontem Strauss-Kahn a jornalistas do mundo inteiro reunidos na sede do Fundo, em Washington. "Somos a primeira e única instituição das criadas após a Segunda Guerra [1939-45] que se mostra capaz de organizar uma mudança assim."




"É um passo significativo, sem dúvida, mas é parte de um processo que tem de continuar", disse à Folha Paulo Nogueira Batista Jr., diretor-executivo do FMI, para quem o Brasil foi um dos grandes beneficiados. O brasileiro representa no Fundo um grupo de nove países --além do Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Haiti, Panamá, República Dominicana, Suriname e Trinidad e Tobago.




Ele cita como exemplo sua cadeira. Com as mudanças de ontem, o peso foi de 2,4% para 2,8%, e a posição no poder de voto, de 21º para 18º. Ainda assim, para o economista e colunista da Folha, ainda há o que fazer: "Foi um passo na direção certa, mas não resolve os problemas de governança e de legitimidade da instituição".




Agora, os chamados "governadores", representantes de cada país na instituição, devem votar até o final de abril se aprovam ou não as medidas. No Brasil, o cargo é ocupado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que deve votar a favor (leia texto nesta página).




É preciso que pelo menos 85% dos países-membros estejam de acordo; nos cálculos de Strauss-Kahn, se a votação fosse hoje, haveria "pouco mais de 86% a favor".




Aprovado o pacote, cada um dos países-membros leva as medidas ao seu Legislativo, para que sejam discutidas e aprovadas. Esse processo final pode levar vários meses.



www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u386992.shtml

quinta-feira, 27 de março de 2008

Lula tem melhor avaliação desde que assumiu, diz Ibope

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve em março sua melhor avaliação desde o início do primeiro mandato em 2003, mostrou nesta quinta-feira pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).


Lula tem melhor avaliação desde que assumiu, diz Ibope

Foto: Agência Estado Clique para ampliar a imagem




O bom desempenho da economia, com aumento da formalização do emprego, crescimento do consumo e elevação da renda pesaram no resultado da pesquisa.





Outro indicador, divulgado esta semana, revela que a classe C recebeu no ano passado o acréscimo de quase 20 milhões de pessoas e passou a representar 46 por cento da população.





Segundo o Ibope, a avaliação ótima ou boa subiu para 58 por cento em março, enquanto em dezembro, data da pesquisa anterior, ela tinha sido de 51 por cento.





A avaliação ruim ou péssima caiu de 17 para 11 por cento. Outros itens apontados pelo entrevistados também estão em alta. A aprovação do governo Lula subiu de 65 por cento para 73 por cento enquanto a nota média dada à gestão pulou de 6,6 para 7,1.





Também a confiança no presidente Lula aumentou, de 60 para 68 por cento.





O Ibope entrevistou 2.002 pessoas em 141 municípios do país, entre os dias 19 e 23 de março. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.






Fonte: Reuters




http://midiacon.com.br/materia.asp?id_canal=10&id=8904

Comando de campanha já admite derrota de Hillary, relata Dávila

Colaboração para a Folha Online




Segundo reportagem do correspondente da Folha de S. Paulo em Washington, Sérgio Dávila, membros do comando da campanha da ex-primeira-dama que preferem não ser identificados disseram a jornalistas americanos que Hillary Clinton está cada vez mais convencida de que não tem mais chances de ser indicada à sucessão presidencial nos EUA pelo Partido Democrata.




A reportagem explica que os assessores da pré-candidata acham que ela chegará ao final das primárias em agosto com menos votos populares, delegados e o mesmo número de superdelegados, o que inviabilizaria sua indicação.




Por isso, o "tom" dos ataques a Barack Obama pelos integrantes da campanha de Hillary têm subido e deve subir ainda mais, com o intuito de enfraquecer a campanha do senador por Illinois e abrir caminho para a vitória de John McCain .




Ataques



Nos últimos dias, Bill Clinton retomou a crítica ao ex-pastor de Obama Jeremiah Wright, e afirmou que o senador não era tão patriota quanto sua esposa e o republicano McCain.




O marqueteiro dos Clinton James Carville chamou o governador do Novo México, Bill Richardson, de "Judas", por ter supostamente traído a família Clinton ao apoiar Obama --ele trabalhou no governo de Bill Clinton, então presidente.




Segundo Dávila, a tática dos assessores de Hillary leva em conta que McCain, com 72 anos, caso vença, será o político mais velho a assumir a Presidência, e um concorrente mais fácil de derrotar nas eleições para a Casa Branca em 2012 que Obama.




Se o senador por Illinois ganhar, ele deve ser o candidato natural à reeleição em 2012. Por isso a idéia de "minar" a campanha de Obama.




Quebrar as pernas



A estratégia foi batizada "tática Tonya Harding", em referência à ex-patinadora americana que em 1994 mandou quebrar os joelhos de Nancy Kerrigan, sua concorrente, durante as eliminatórias de um campeonato.




A tese de que a campanha de Hillary já esteja entregando os pontos e estaria visando 2012 encontra justificativa também em uma pesquisa divulgada na quarta-feira pelo instituto Gallup.




A enquete aponta que 3 em cada 10 eleitores de Hillary votariam em McCain em uma eventual disputa do republicano com Obama.



www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u386478.shtml

quarta-feira, 26 de março de 2008

No Reino Unido, Sarkozy promete enviar tropas ao Afeganistão

da Folha Online




O presidente francês, Nicolas Sarkozy, prometeu nesta quarta-feira em discurso ao Parlamento britânico que irá enviar mais soldados para combaterem no Afeganistão, e elogiou o que chamou de relação "fraterna" entre a França e o Reino Unido.




"Eu vim propor ao povo britânico que escrevamos, juntos, uma nova página em nossa história comum, o início de uma nova fraternidade entre franceses e britânicos", afirmou Sarkozy.




Kieran Doherty/Reuters
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao lado da mulher Carla Bruni durante a visita
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, ao lado da mulher, Carla Bruni, durante a visita oficial



Em uma visita de dois dias de duração, Sarkozy e o premiê britânico, Gordon Brown, devem discutir pontos-de-vista comuns nas áreas da economia e da imigração.




Durante o discurso no Parlamento, Sarkozy defendeu a cooperação entre os dois países, e disse que seu país enviará mais tropas ao Afeganistão para combater o Taleban [milícia que controlava 90% do Afeganistão até a invasão da coalizão liderada pelos EUA em 2001].




O governo francês não divulgou quando deve enviar soldados, nem quantos serão destacados.




Brown, que se reunirá amanhã com Sarkozy, disse que uma nova era começa para o Entente Cordiale --tratado assinado entre os dois países em 1904, que pôs fim a anos de rivalidades coloniais entre as duas nações-- com a discussão de uma reforma econômica comum.




"Eu acredito nas instituições internacionais. Nós agora votaremos a respeito de áreas cruciais, entre elas a reforma econômica internacional", disse o premiê britânico ao Parlamento.




Brown disse ainda esperar que Reino Unido e França concordem em intensificar o controle da imigração ilegal no porto francês de Calais.




Recepção da rainha



Acompanhado de sua nova mulher, a ex-modelo Carla Bruni, o presidente francês foi recepcionado pela rainha Elizabeth 2ª em uma procissão de carruagens no Castelo de Windsor, perto de Londres, onde o casal deve passar a noite desta quarta-feira.




Também hoje, um leilão de uma foto de Bruni nua causou polêmica em vários jornais ingleses.




Foi a primeira visita de um presidente francês desde o início do governo de Jacques Chirac, em 1996.




Brown e Sarkozy mantêm uma boa relação desde que assumiram o poder, no ano passado.




Analistas dizem que Sarkozy tenta se aproximar do Reino Unido porque não tem uma boa relação com a chanceler alemã, Angela Merkel.




Os governos alemão e francês tradicionalmente dominavam a União Européia (UE).



www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u386052.shtml

terça-feira, 25 de março de 2008

China ficaria 'extremamente vulnerável' sem o Tibete, diz especialista

Tibetano diz que China tem interesses estratégicos, econômicos e ideológicos na região.
Para ele, conflitos começaram como em Mianmar, após violência da polícia contra monges.




Giovana Sanchez Do G1, em São Paulo

Foto: Reprodução de TV/CCTV/Reuters
Reprodução de TV/CCTV/Reuters
Pacientes em camas de hospital em Lhasa, capital do Tibete, em imagem sem data revelada, mas que foi liberada no dia 19 (Foto: Reprodução de TV/CCTV/Reuters)




Os recentes conflitos no Tibete desafiam a China a aceitar a independência da região. Mas, se ceder ou se perder o Tibete para outra potência, o país ficará extremamente vulnerável militar e estrategicamente, o que justifica a reação dura de Pequim ao anseio por autonomia da região. Essa é a opinião do tibetano Tsering Topgyal, especialista no conflito e doutorando da London School of Economics.


Entenda os protestos no Tibete


Em seu doutorado, Topgyal se debruça justamente nos confrontos na região, que se intensificaram na metade de março com protestos de monges budistas. Seu projeto é sobre "Ameaças, vulnerabilidade e segurança: O dilema da insegurança no conflito sino-tibetano". Em entrevista ao G1 por e-mail, ele disse que a violência atual no Tibete começou da mesma forma que os de Mianmar, onde um embate entre monges e a Junta Militar deixou centenas de mortos no final do ano passado.


Veja a cobertura completa da crise em Mianmar


Segundo o especialista tibetano, nos dois conflitos, a polícia começou a agir com violência diante dos protestos pacíficos de monges. "Isso enfureceu os cidadãos, que respeitam os monges e se juntaram às manifestações." Leia abaixo trechos da entrevista com Topgyal:




G1 - Qual o principal interesse da China no Tibete?
Topgyal –
Há interesses estratégicos e militares: o planalto dá à China uma vantagem militar sobre os países do sul asiático. Ela ficaria extremamente vulnerável se alguma outra potência tomasse conta do Tibete. O Himalaia oferece uma defesa natural.




Há também interesses econômicos: a presença de vários recursos minerais como o ouro e o urânio. Há ainda uma questão ideológica: o nacionalismo chinês, no qual uma nova versão foi construída para incluir o Tibete como parte da China, requer que a região esteja firmemente com a China. Caso contrário, os nacionalistas chineses poderiam pedir a saída do partido.




G1 - O que os tibetanos querem e quais são as reais intenções destes protestos recentes?

Topgyal – Alguns desejam a completa independência. Outros querem uma autonomia real. Todos aspiram pela volta do Dalai Lama para poder ouvir seus ensinamentos budistas, de direitos humanos, e de liberdade religiosa. Eles também querem liberdade para o Panchen Lama (o segundo maior lama no Tibete), que foi escolhido pelo Dalai Lama. Ele foi preso com sua família aos seis anos e ninguém sabe onde ele está.




G1 - A principal briga dos tibetanos com os chineses é por causa da religião, então?
Topgyal – A questão religiosa é apenas uma das questões que os tibetanos têm com os chineses. A China é governada por um partido comunista que é oficialmente ateu. Nos anos 1950 e 1960, o budismo foi praticamente destruído pelos chineses durante a Revolução Cultural.



Depois da revolução, ocorreu um tímido renascimento do budismo. No entanto, a presença de religiosos, de conventos e de monastérios era muito restrita. Os monges e freiras budistas são obrigados a criticar e denunciar o Dalai Lama. Para um budista isso é como se um cristão denunciar Jesus Cristo se ele estivesse vivo. Imagens suas são proibidas e qualquer um que guarde seu retrato é punido severamente.




G1 - Na sua opinião, qual deveria ser a postura do Dalai Lama? O senhor acredita que ele está certo em sua ameaça de renunciar caso a violência permaneça?
Topgyal – Acredito que ele está fazendo a coisa certa ao dizer que está aberto a conversar com os líderes chineses. A violência não ajuda a resolver nada a longo prazo. Só faz os chineses se voltarem mais contra os tibetanos.




G1 - Qual sua opinião sobre a versão chinesa do conflito?
Topgyal – A China culpa o Dalai Lama por organizar os protestos no Tibete. Isso é insano. Se alguém tivesse organizado os protestos antecipadamente, teria destruído as câmeras de controle antes. Como disse uma testemunha ocidental, eles simplesmente ignoraram as câmeras. Agora, os Chineses estão usando as imagens gravadas para identificar os manifestantes.




Tudo isso começou, como em Mianmar, quando a polícia começou a agir com violência diante dos protestos pacíficos de monges. Isso enfureceu os tibetanos comuns, que respeitam os monges e se juntaram às manifestações. Eles se tornaram violentos contra os chineses, pois os vêem como colonizadores. Esses chineses geralmente tratam os tibetanos com desdém, não os deixam entrar em suas lojas, assim como na África do Sul, na Índia e na América no passado, em que negros e indianos não podiam entrar em locais onde os brancos viviam e comiam. Isso irrita muito os tibetanos.


http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL361461
-5602,00-CHINA+FICARIA+EXTREMAMENTE+
VULNERAVEL+SEM+O+TIBETE+DIZ+
ESPECIALISTA.html

segunda-feira, 24 de março de 2008

Chinês é condenado à prisão por reunir assinaturas contra Olimpíadas de Pequim

O Globo OnlineAgências internacionais

Uma manifestante é detida pela polícia durante protestos na Antiga Olímpia, na Grécia - Reuters

WASHINGTON e PEQUIM - No dia em que protestos levaram a China a anunciar que vai reforçar a segurança para as Olimpíadas de Pequim, a Justiça chinesa condenou, nesta segunda-feira, a cinco anos de prisão um desempregado que reuniu 10 mil assinaturas contra os Jogos Olímpicos, em defesa do respeito aos direitos humanos na China. Yang Chunlin foi acusado de "incitar a subversão", segundo Li Fangping, um de seus advogados.




Protestos contra a repressão chinesa no Tibete e a violação dos direitos humanos no país que receberá as próximas Olimpíadas marcaram a tradicional cerimônia de acendimento da chama olímpica, nesta segunda-feira, na Antiga Olímpia, na Grécia. Um manifestante conseguiu furar o bloqueio policial e se aproximar do presidente do Comitê Organizador dos Jogos durante seu discurso, sendo imediatamente retirado pelos seguranças. (Saiba mais sobre os conflitos no Tibete)




Outros protestos marcaram os primeiros trechos do revezamento da tocha, que passará pelo Tibete. Manifestações pró-Tibete também foram registradas no Nepal, onde pelo menos 250 pessoas foram presas. A China acusou o líder espiritual tibetano, Dalai Lama, de estar por trás das ações. Pequim também acusa o líder de incitar a violência nos protestos iniciados, há duas semanas, por monges budistas em Lhasa, capital tibetana.




"O discurso político do monge em apoio aos Jogos Olímpicos de Pequim ficou provado como uma mentira; seus seguidos boicotaram o acendimento da tocha e utilizaram-se da violência em Lhasa e qualquer outro lugar", disse a agência oficial chinesa Xinhua sobre o Dalai Lama.




EUA pedem que China dialogue com o Dalai Lama

O incidente na cerimônia das Olimpíadas levou outros países a se pronunciarem, novamente, sobre a crise no Tibete. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu na segunda-feira que o governo chinês dialogue com o Dalai Lama.




" Continuaremos a encorajar o diálogo porque esta é a única política sustentável no Tibete "

- Acreditamos que a resposta para o Tibete é uma política mais sustentável por parte do governo chinês - disse Condoleezza, em coletiva de imprensa com o ministro de Relações Exteriores da Índia. - Continuaremos a encorajar o diálogo porque esta é a única política sustentável no Tibete.




O presidente da França, Nicolas Sarkozy, também pediu o fim da violência no Tibet e disse que a França está disposta a facilitar as conversas para resolver o problema. Em comunicado, a Presidência francesa afirmou que Sarkozy mandou uma mensagem ao presidente chinês, Hu Jintao, a fim de expressar a sua preocupação em relação ao Tibete.




Governo tibetano no exílio diz que mortos em protestos chegam a 130

Monge tibtano enfrenta a polícia durante protestos em katmandu, no Nepal - Reuters

O governo tibetano no exílio, chefiado pelo Dalai Lama, disse nesta segunda-feira que os mortos nos conflitos em Lhasa já chegam a 130. A China reconheceu até agora 13 mortes de civis durante os protestos iniciados no último dia 10, para marcar os 49 anos de um levante pela independência da região autônoma do Tibete, reivindicada pela China como parte de seu território.




Dias depois dos episódios mais violentos, o governo chinês culpou os próprios manifestantes pelas mortes. Pequim enviou soldados para reforçar a segurança no Tibete, mas afirma que os militares não usaram armas letais na repressão aos protestos.




A entrada de estrangeiros é proibida no Tibete. Além disso, o trabalho dos jornalistas na China também estaria sendo obstruído pelo governo. O Clube de Correspondentes Estrangeiros da China enviou mensagem a seus integrantes afirmando que pelo menos uma grande organização de mídia estrangeira começou a sofrer ameaças por telefone e fax, a menos de cinco meses das Olimpíadas de Pequim, em agosto, quando são esperados na capital chinesa cerca de 20 mil jornalistas.



http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/03/24/

chines_condenado_prisao_por_reunir_assinaturas

_contra_olimpiadas_de_pequim-426514238.asp

domingo, 23 de março de 2008

Hillary e Obama aproveitam Páscoa para tirar folga na campanha

Reuters/Brasil Online






Por Jeff Mason




NOVA YORK (Reuters) - Hillary Clinton e Barack Obama aproveitaram o domingo de Páscoa para tirar um dia de folga em sua campanha presidencial dos Estados Unidos, algo mais do que necessário já que sua acirrada disputa pela indicação do Partido Democrata parece propensa a se prolongar por meses.




O republicano John McCain, que já assegurou sua nomeação, retornou de uma viagem ao exterior onde tentou aprimorar suas credenciais em política externa e se prepara para uma campanha de arrecadação de recursos esta semana, nos Estados do oeste.




Enquanto McCain se concentrava na viagem e na arrecadação de fundos, os democratas, que bateram recordes na coleta de recursos no mês passado, se voltam para o próximo prêmio na corrida das primárias: o Estado da Pensilvânia, que realiza sua prévia no dia 22 de abril.




A votação na Pensilvânia é crucial para Hillary, que está atrás de Obama em número de delegados que, na convenção dos democratas, em agosto, vão escolher o candidato do partido para a eleição presidencial de 4 de novembro.




Assessores da campanha de Hillary disseram no sábado que a forte arrecadação de fundos no partido mostrou que os democratas ainda não estão prontos para o fim da disputa entre ela e Obama, mas eles rejeitaram as insinuações de que Hillary esteja enfrentando pressão para desistir da campanha.




A disputa entre os democratas provavelmente vai continuar pelo menos até junho, quando se realizam as últimas prévias do partido.




Portanto, ambos os candidatos estão descansando para o longo caminho pela frente.




Hillary retomará as atividades da campanha na segunda-feira, na Pensilvânia. Obama fez campanha no Oregon, no sábado, e depois tirou férias com a família. Ele só retornará ativamente à campanha na quarta-feira, na Carolina do Norte.




Os assessores de Obama não informaram para onde ele se dirigiu com a família. Ele não foi à igreja que frequenta, em Chicago, a Igreja Unida da Trindade de Cristo, que causou controvérsia por causa dos sermões inflamados feitos pelo pastor, reverendo Jeremiah Wright.




Na terça-feira, Obama fez um discurso sobre raça, no qual rejeitou os comentários de Wright, acusados de terem conotação racial, e fez um chamado aos norte-americanos para que superem seu "impasse racial".




Obama foi prejudicado pela controvérsia na semana passada, caindo nas pesquisas de opinião, mas uma sondagem feita pelo instituto Gallup diariamente, divulgada no sábado, mostrou que ele recuperou o terreno perdido com a polêmica. Segundo a pesquisa, 48 por cento dos democratas preferem Obama e 45 por cento ficam ao lado de Hillary.



http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/03/23/hillary
_obama_aproveitam_pascoa_para_tirar_folga_na
_campanha-426503594.asp