A Justiça israelense anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação contra Ehud Olmert por corrupção, uma decisão potencialmente embaraçosa, mas não ameaçadora, a curto prazo para o primeiro-ministro de Israel.
JERUSALÉM (AFP) — A Justiça israelense anunciou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação contra Ehud Olmert por corrupção, uma decisão potencialmente embaraçosa, mas não ameaçadora, a curto prazo para o primeiro-ministro de Israel.
Menahem Mazuz, procurador-geral do Estado hebreu e conselheiro jurídico do governo, ordenou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação contra Olmert em um caso de corrupção imobiliária, informou o ministério da Justiça em comunicado.
A investigação tem como objetivo "analisar as suspeitas de corrupção" que envolvem uma transação imobiliária, frisou.
O premier israelense é suspeito de ter se beneficiado de um "desconto" de 300.000 dólares na compra de um apartamento num bairro chique da parte oeste de Jerusalém. Este desconto teria sido concedido por um empresário.
De acordo com a imprensa local, pessoas próximas a Olmert, ex-prefeito de Jerusalém, teriam ajudado o empresário a obter em seguida licitações para obras no mesmo edifício, tombado por seu valor histórico. Estas licitações permitiram a ele duplicar a superfície total do imóvel.
Este caso vem à tona num momento em que o primeiro-ministro, muito impopular desde a guerra no Líbano em 2006, vinha crescendo nas pesquisas de opinião após um audacioso ataque contra a Síria, no início deste mês, atribuído a Israel.
O ministério da Justiça ressaltou que "depois da primeira fase da investigação, a polícia apresentará suas conclusões ao procurador, que decidirá em seguida a atitude a ser tomada".
Os trâmites devem, portanto, durar vários meses, e o cargo de Olmert não está ameaçado a curto prazo.
Num comunicado, os assessores do primeiro-ministro lamentaram a decisão de seguir adiante com a investigação, que consideram "inútil".
Eles reafirmaram "a certeza absoluta da inocência de Ehud Olmert e da ausência de qualquer irregularidade", e disseram estar "seguros" de que a transação imobiliária foi realizada "de maneira correta e legal, mediante um preço justo".
O caso havia sido examinado no início deste ano pelo controlador do Estado, Micha Lindestrauss.
As primeiras conclusões de seu relatório haviam sido em seguida transmitidas ao primeiro-ministro para que ele possa apresentar sua versão.
Em 2006, Olmert já havia sido interrogado por representantes do controlador do Estado, encarregado de conduzir auditorias na administração israelense, sobre suspeitas referentes a esta mesma transação imobiliária.
Também no ano passado, o premier havia sido inocentado num outro caso de supostas irregularidades envolvendo outra transação imobiliária.
Além disso, uma investigação foi aberta contra ele por um escândalo financeiro envolvendo a privatização do Leumi, o segundo maior banco do país.
Em agosto, Mazuz havia autorizado a polícia a interrogar Olmert sobre este caso, para completar uma investigação sobre a privatização do Leumi.
O primeiro-ministro é suspeito de ter intervido, quando era ministro interino das Finanças em 2005, em favor de um empresário australiano, Frank Lowy, candidato à aquisição de parte do capital do banco. A licitação acabou sendo vencida por outro candidato, sem relação com Lowy.
Ehud Olmert já clamou diversas vezes sua inocência total neste caso.
Ele também é acusado por Lidenstrauss de nepotismo. Segundo o controlador do Estado, o premier teria aprovado, quando era ministro da Indústria e do Comércio, subvenções públicas para uma empresa representada por um de seus amigos advogados.
Ehud Olmert também é suspeito de designações políticas abusivas.
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