sábado, 29 de setembro de 2007

Categoria pode entrar em greve na próxima semana


Os bancários do estado podem entrar em greve por tempo indeterminado a partir do dia 4 de outubro, caso as negociações que envolvem cerca de 90 pontos de reivindicação - incluindo reajuste salarial - não avancem até a próxima assembléia da categoria, marcada para terça-feira. O primeiro sinal do movimento foi experimentado ontem pelos clientes, que se depararam com as atividades nas instituições públicas e em parte da rede privada paralisadas por 24 horas e alguns cartazes e faixas já indicando a greve.

Pelo menos durante a tarde, o movimento era tranqüilo nas agências centrais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Os clientes formavam algumas filas nos caixas eletrônicos, mas não reclamavam da paralisação. Segundo o coordenador geral do Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte, Liceu Carvalho, 70% e 95% dos funcionários, respectivamente, aderiram à greve temporária nos dois bancos. Também participaram do movimento funcionários do HSBC, do Unibanco, do Santander Banespa e do Banco do Nordeste, segundo informações dele e da assessoria de imprensa da entidade.

Entre as reivindicações da categoria estão a ampliação do horário de atendimento nas agências, que passaria a ser das 9h às 16h, o reajuste salarial de 29,27% para a rede privada e a recuperação de 80% a 100% para os bancários da rede pública, referente a perdas acumuladas desde a instituição do Plano Real. Eles também pedem isonomia entre novos e antigos funcionários e planos de cargos e salário.

Com a paralisação de ontem, o Sindicato do RN, o de Baurú (SP) e o do Maranhão estavam acompanhando o movimento nacional da categoria. Eles encampam, entretanto, um movimento isolado, com pauta de reivindicações diferente das demais entidades representativas no país. Mais de 100 sindicatos e federações estão sendo representados pelo Comando Nacional dos Bancos, entidade coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).

Os pleitos do Comando incluem questões econômicas como o reajuste de 10,3%, equivalente à inflação do período mais 5,5% de aumento real, participação nos lucros e resultados, a chamada PLR, equivalente a dois salários mais R$ 3.500 por bancário. Na tarde de ontem mais uma rodada de negociações estava em curso, mas não havia encerrado até o fechamento desta edição. Na anterior, os banqueiros propuseram 4,82% de aumento, valor que excluiria a possibilidade de ganhos e não agradou aos funcionários.

A expectativa era que de ontem saísse uma proposta maior, que possa ser apresentada à categoria nas assembléias que deverão ocorrer em todo o país na próxima terça. Segundo o secretário de imprensa da Contraf, William Mendes, a negociação conduzida pelo Comando dos Bancos deve prevalecer sobre a proposta dos três sindicatos, incluindo o do RN. Em nível nacional, a possibilidade é que a greve valha na prática a partir do dia 3. Como aqui será feriado, a paralisação só seria sentida pelos clientes no dia 4, uma quinta-feira.

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