Dado alarmante foi denunciado em conferência mundial sobre o HIV, na Austrália
Efe
Apenas 15% das crianças infectadas pelo vírus da aids em todo o mundo recebem tratamento médico contra a doença. O dado alarmante foi denunciado na Conferência sobre Patogêneses e Tratamento do HIV, encerrada nesta quarta-feira (25) em Sidney, na Austrália.
Annettee Sohn, professora de doenças pediátricas infecciosas da Universidade da Califórnia, advertiu que, portanto, a indústria farmacêutica responsável por produzir medicamentos genéricos para combater o HIV deveriam criar tratamentos específicos para as crianças.
doutora pediu ainda que se incrementem os estudos sobre a presença da aids nos pequenos pacientes, pois muitas vezes a identificação desses casos ocorre muito tarde. "Ainda estamos partindo as doses de adulto para medicar as crianças. E alguns remédios, que vêm em pílulas, não é possível partir para ministrá-los a bebês", destacou a especialista.
Segundo o diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alergias dos Estados Unidos, Anthony Fauci, por ano nascem cerca de meio milhão de bebês portadores da aids em nível mundial.
O cientista argumentou que essas crianças não desenvolvem o sistema imunológico em seu primeiro ano de vida, o que as torna mais susceptíveis a adquirir doenças graves. De acordo com os cientistas, se bebês infectados começarem a ser tratados com anti-retrovirais antes de completarem 12 semanas de vida, é possível reduzir o índice de mortalidade dessas crianças em cerca de 75%.
A recomendação de se começar o tratamento de bebês infectados o quanto antes integra um estudo iniciado em julho de 2005 em Soweto e na Cidade do Cabo (África do Sul), em que foram analisados 377 bebês entre seis e 12 semanas de vida.
A pesquisa já foi apresentada à Organização Mundial de Saúde (OMS) e deve prosseguir até 2011. Efeitos secundários nos pacientes ainda não foram detectados, mas o acompanhamento médico dos bebês submetidos ao tratamento continuará sendo feito nos próximos anos.
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