terça-feira, 24 de julho de 2007

Leonel RochaDo Correio Braziliense

Um primeiro semestre pífio. É assim o balanço final dos trabalhos do Senado no primeiro semestre deste ano. A Casa, que tem como patrono Ruy Barbosa, o jurista que temia o triunfo das nulidades, aprovou apenas 528 matérias. Trata-se da segunda pior performance dos últimos cinco anos. Maior apenas que o mesmo período de 2004, quando foram aprovadas 478 proposições. O ponto alto não foi a eficiência dos parlamentares, mas os escândalos.

Os principais foram a denúncia de que o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria suas despesas pessoais pagas pelo lobista da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, e a renúncia de Joaquim Roriz (PMDB-DF), que abandonou o cargo para não ser cassado depois de flagrado em grampo da Polícia Civil de Brasília tratando de uma partilha de R$ 2,2 milhões. O Senado deixou de ser a “casa revisora” dos projetos aprovados na Câmara dos Deputados, como prevê a Constituição, para se transformar na casa do escândalo.

Do total de projetos aprovados, apenas 88 originaram-se nos gabinetes dos senadores. Na média, pouco mais de um por parlamentar. O centro das atenções no Senado nos últimos seis meses passou a ser o Conselho de Ética, onde os temas policiais ganharam destaque e está sendo definido o futuro de Renan.

O julgamento passou a ser a agenda da Casa. Além do presidente do Congresso, o conselho também passou a tratar do novo senador Gim Argello (PTB-DF), que tomou posse no lugar de Roriz e, antes mesmo de trabalhar pela primeira vez no plenário azul do Legislativo, o PSol já tinha protocolado uma representação farta em documentos e denúncias contra o novo parlamentar, que vão desde crime eleitoral à grilagem de terras no DF.

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