Oito estudantes islamitas armados foram hoje capturados, quando tentavam sair da Mesquita Vermelha de Islamabad, onde estão refugiados cerca de 60 dos seus colegas, anunciou um responsável das forças paquistanesas estacionadas em redor do edifício.
«Tentaram fugir e nós capturámo-los. Procuramos saber de onde vêm e o que faziam na mesquita», disse um oficial da polícia.
Um tiroteio precedeu o anúncio destas prisões. Segundo indicações fornecidas pelos militares, os oito estudantes radicais capturados abriram fogo durante a sua tentativa de fuga.
Os confrontos armados que opõem há três dias os estudantes às forças armadas fizeram já 19 mortos, segundo um novo balanço fornecido pelo ministro do Interior, Aftab Sherpao.
«Há ainda cerca de 60 estudantes radicais no interior e estão armados com carabinas de assalto AK-47, granadas e bombas artesanais. Alguns mantêm retidas mulheres e crianças«, adiantou o ministro.
Várias explosões e disparos de armas automáticas ouviram-se perto da Mesquita Vermelha, sobrevoada por helicópteros de combate Puma, e veículos blindados encaminhavam-se para o edifício, indicaram jornalistas no local.
«Houve uma troca de tiros. Os soldados aproximaram-se da mesquita e foram acolhidos por disparos. Ripostaram e o tiroteio prolongou-se por vários minutos», declarou um responsável das forças de segurança, que solicitou o anonimato.
«Não houve feridos do nosso lado«, acrescentou.
As explosões deviam-se provavelmente a granadas lançadas pelos estudantes, indicaram responsáveis.
Segundo o ministro dos Assuntos Religiosos, Ijaz-ul Haq, cerca de 30 radicais islamitas mantêm como »escudos humanos« mulheres e crianças no interior da mesquita, apesar de um apelo a que se rendessem do dirigente capturado do local de culto, sitiado há dois dias.
De acordo com o ministro, os radicais são guarda-costas do líder da mesquita, Abdul Aziz, detido quarta-feira à noite quando tentava sair do edifício cercado, disfarçado de mulher.
Um alto responsável governamental indicou que o presidente Pervez Musharraf proibiu para já o lançamento de um assalto devido à presença de mulheres e crianças na mesquita.
«O presidente considerou que deviam ser desenvolvidos esforços para fazer sair as mulheres e as crianças», declarou o responsável.
Musharraf afirmou também que não admitia negociações com o chefe adjunto da mesquita, Abdul Rashid Ghazi, e que este devia render-se.
Cinco mil rapazes e quatro mil raparigas estudantes, com idades entre os 10 e os 20 anos, seguem as aulas da escola corânica da Mesquita Vermelha.
Contudo, segundo as autoridades, a mesquita é considerada um viveiro de militantes islamitas e suspeita de servir de refúgio aos talibãs que combatem no Afeganistão.
Diário Digital / Lusa
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