sexta-feira, 29 de junho de 2007

Polícia encontra dois carros-bomba no centro de Londres


Por Luke Baker e Michael Holden







LONDRES (Reuters) - A polícia encontrou dois carros-bomba cheios de gasolina, gás e pregos no popular bairro dos teatros de Londres nesta sexta-feira, evitando ataques que poderiam ter matado centenas de pessoas e que remetem a um plano anterior da Al Qaeda.







Um terceiro carro suspeito fez com que a polícia fechasse outra rua do centro de Londres.







O primeiro carro-bomba encontrado, um Mercedes verde, estava parado diante de uma casa noturna, pouco depois da 1h (21h de quinta-feira pelo horário de Brasília), quando ainda havia centenas de pessoas no bairro, que fica a um quilômetro da residência oficial do primeiro-ministro britânico.







A polícia, avisada por funcionários de uma ambulância que acharam ter visto fumaça dentro do carro, desarmou a bomba, que segundo a Sky News estava montada para ser detonada através de um telefone celular.







As autoridades afirmaram não saber quem era o responsável pela bomba, mas deram início a uma investigação no setor antiterrorismo. "É óbvio que, se o dispositivo tivesse sido detonado, haveria um número significativo de feridos ou mortos", disse Peter Clarke, chefe da polícia antiterrorismo de Londres.







Segundo ele, havia semelhanças entre o incidente de sexta-feira e uma trama revelada em 2004, na qual um militante da Al Qaeda pretendia detonar bombas dentro de carros alugados em Londres, entre outros alvos. Também pode haver referências a uma outra trama recente para atacar alvos como uma casa noturna de elite, afirmou Clarke.







O premiê Gordon Brown, apenas dois dias depois de assumir o cargo no lugar de Tony Blair, reuniu o principal comitê de segurança britânico, o Cobra. "Estamos diante de uma ameaça gravíssima e constante por parte do terrorismo internacional", disse Jacqui Smith, a nova ministra do Interior, depois da reunião.







Uma extensa área do centro de Londres permanecia isolada horas depois de a bomba ter sido encontrada. Imagens da TV mostraram um butijão de gás que tinha sido retirado do carro. O butijão era verde, de um tipo facilmente comprável em lojas de material de construção na Grã-Bretanha.







Especialistas em explosivos disseram ter encontrado "quantidades significativas" de gasolina e de pregos no carro, afirmou Clarke.







A segunda bomba foi identificada dentro de um carro no começo da noite em Londres, e era feita também de pregos e combustível.







Brown prometeu respeitar os compromissos assumidos por Blair, seu aliado, no Iraque, mas há especulações de que ele pode acelerar a retirada das tropas britânicas do país.







Há dois anos, uma série de ataques coordenados suicidas matou 52 pessoas no sistema de transporte londrino. Desde então, Londres tem se mantido em alerta máximo. Fontes da inteligência disseram não poder descartar uma ligação do carro-bomba com a Al Qaeda.







"Estamos seguindo várias pistas e esperamos obter algum progresso, mas ainda estamos abertos a todas as possibilidades", disse uma fonte.







"Há uma tendência bem grande ao terrorismo internacional", afirmou. Mas acrescentou que as autoridades não vão fazer acusações enquanto não souberem quem foi o responsável.







Brown disse que o incidente ressalta a necessidade de se manter vigilante. "A primeira obrigação de um governo é a segurança de seu povo", disse ele a repórteres.







A segurança em torno do Parlamento foi reforçada.







Foi durante uma operação de segurança desse tipo, semanas depois dos ataques de 2004, que o brasileiro Jean Charles de Menezes foi morto por engano, confundido com um terrorista, dentro do metrô de Londres.







(Reportagem adicional de Avril Ormsby, Mark Trevelyan, Guy Dresser, Adrian Croft, Katherine Baldwin e Paul Majendie)

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