quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Visitantes da Campus Party buscam mais que tecnologia

THIAGO FARIA




da Folha Online



Nem só de games, blogs e softwares vivem os participantes do megaevento Campus Party, que começou na segunda-feira (11), no parque do Ibirapuera (zona sul de SP). Entre os visitantes, a opinião é de que o acampamento também será uma ótima oportunidade para se divertir, conhecer pessoas e até curtir a família. (confira galeria de imagens do evento)



Dos 3.000 inscritos, 1.800 devem ficar acampados no próprio prédio da Bienal, em barracas cedidas pela organização.




Na tarde de ontem (12), muitos ainda chegavam ao evento e se viravam para encontrar sua toca. "Disseram que tinha uma reservada para a gente", conta o carioca Bruno Dulcetti, 24, que havia acabado de chegar do Rio junto com outros dois amigos.




Thiago Faria/Folha Online
Amigos Erick Xavier (à esq.), Rodrigo Yoda e Bruno Dulcetti foram atrás das mulheres
Amigos Erick Xavier (à esq.), Rodrigo Yoda e Bruno Dulcetti foram atrás das mulheres



Dulcetti veio participar de palestras e falar sobre o Videolog, um site de hospedagem e compartilhamento de vídeos que os três amigos desenvolvem. Segundo ele, sua intenção é aproveitar ao máximo o evento para interagir com os participantes (ou melhor, as participantes). "Viemos para conhecer a mulherada", empolga-se.




A informação de que bebidas alcoólicas, cigarro e, inclusive, sexo estariam vetados nas dependências do evento não parece intimidar Dulcetti. "É inevitável [que aconteça], têm muita gente", diz.




Segundo Roberto Andrade, diretor de comunicação e marketing da Futura Networks no Brasil, organizadora do Campus Party, a regra sobre o sexo não existe e sua divulgação é "ridícula". No caso das bebidas alcoólicas, Andrade afirma que há proibição para evitar estímulo deste tipo de consumo com crianças. Já sobre o tabaco, há áreas limitadas para os fumantes.




No entanto, segundo apurou a Folha Online com dois seguranças do evento (que não quiserem se identificar), a orientação é clara: caso flagrem (ou ouçam) algum ato carnal mais ousado, aciona-se imediatamente a organização. A Campus Party pode até expulsar o "infrator" da festa, dizem os seguranças.




"Se pegar, a gente chama a organização", contou um deles à reportagem.




Os amigos consideram a proibição desnecessária e, segundo Rodrigo Yoda, 25, pretendem "dar um jeito" de entrar com bebidas. "Nem que seja camuflado em uma garrafinha de água."





Paulo Fehlauer/Folha Imagem
Evento de tecnologia Campus Party estreou oficialmente na noite de segunda-feira (11), no parque Ibirapuera
Evento de tecnologia Campus Party estreou oficialmente na noite de segunda-feira (11), no parque Ibirapuera

Sossego



O casal de namorados Mathias Kreutz Erdtmann, 24, e Cristiane Pescador Tonetto, 24, vieram de Florianópolis (SC) com uma proposta mais séria. Ele, mestrando em controle de automação pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), e ela, doutoranda em engenharia mecânica pela mesma universidade, relatam que buscaram o evento para conhecer novos produtos da área. "Vim para ver o Quasi", diz Erdtmann.




Thiago Faria/Folha Online
Luciana Nuccini e as filhas Raquel (à esq.) e Sabrina. Família toda está acampada
Luciana Nuccini e as filhas Raquel (à esq.) e Sabrina. Família toda está acampada




Os namorados, que estão dividindo a mesma barraca durante o evento, afirmam que não sabiam da restrição de sexo no acampamento. Eles também não estão preocupados com o barulho que outros participantes façam durante a noite."Acho que ninguém vai se preocupar com isso", afirma Tonetto.




Família



No evento também é possível encontrar famílias inteiras que pretendem acampar durante os sete dias. Mesmo perto de casa, o clã da atendente Luciana Nuccini, 27, de São Paulo, é uma delas.




Nuccini foi ao evento acompanhar o marido, que administra um site sobre tecnologia. Para não separar a família, ela levou as filhas, Sabrina, 9, e Raquel, 4, que ficarão em uma barraca ao lado da barraca dos pais.




Ela acredita que o ambiente não traz nenhum risco para as filhas e, pelo contrário, é propício para as crianças. "Elas estão envolvidas com a área de tecnologia desde que nasceram, por causa do pai. Eu trouxe porque, desta forma, ele pode curtir as filhas de perto", conta Nuccini.



www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u371847.shtml

Nenhum comentário: