FELIPE MAIA
da Folha Online
Uma festa à fantasia animou o início da madrugada desta quinta-feira (14) na Campus Party, que acontece no prédio da Bienal, no parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. O fato mais peculiar da balada acabou sendo a ausência (aparente) de álcool. Em vez de segurar copos, o público ocupou as mãos com câmeras digitais.
A restrição ao cigarro, entretanto, não foi cumprida. Era possível fumar sem ser coibido.
Por volta da meia-noite, os "campuseiros" foram convidados a desligarem suas máquinas e participar da festa, mas grande parte preferiu permanecer on-line.
| Felipe Maia/Folha Online |
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| Estudante Leonardo Spricigo, já de volta ao computador: sacola plástica e toalha viraram fantasia de Jesus Cristo; veja galeria |
Quem foi optou por trajes clássicos do mundo "off-line". Tiaras com bolinhas ou fios coloridos e máscaras que contornavam os olhos estavam entre acessórios mais recorrentes. Também havia bonecos de bichos, como de um pingüim [referência ao Linux], e um homem vestido de esqueleto.
Alguns cederam ao improviso: o estudante Leonardo Spricigo, 19, transformou toalha e saco plástico em uma fantasia de Jesus Cristo. Ele distribuía pedaços de bolacha aos companheiros de festa --em referência ao pão da Santa Ceia. "Todo mundo acabou pegando o que estava na mão e foi uma coisa bem criativa", avalia.
Antes da 1h, poucas pessoas ainda restavam na pista --localizada ao lado da arena onde estão instalados os PCs.
"Eu até, de certa forma, fico meio indignado. O pessoal já vive em contato pela internet, aí o pessoal se junta em um evento desse tamanho e fica na internet. Eu acho que deveria ser um negócio mais interação pessoal do que digital", afirma Wesley TP [é assim que ele se identifica], 22.
| Apu Gomes/Folha Imagem | ||
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| Megaevento Campus Party começou na segunda-feira e vai até o domingo (17), no parque Ibirapuera (zona sul) |
Registro
Na pista de dança, ao som de música eletrônica, uma minoria mais agitada ficava reunida no centro. Eles eram alvo de flashes constantes das câmeras fotográficas digitais e filmadoras. A impressão é que havia mais gente registrando a festa do que aproveitando o momento em si.
Uma das mais animadas era aposentada Maria Ângela Pereira, 56. Ela ganhou o ingresso para a Campus Party em uma promoção e disse à reportagem que "nunca se divertiu tanto" quanto no evento.
| Felipe Maia/Folha Online |
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| Aposentada Maria Ângela Pereira, 56, era a mais animada na pista de dança: "Nunca me diverti tanto", diz ela; confira galeria de fotos |
"Eu achava que o ambiente de internet, como eu tive umas experiências que foram meio duras para aprender, era de gente mais fechada e eu estou notando que o ambiente deles está muito humanizado", afirma.
Alguns participantes usaram a fantasia para promover seu trabalho. É o caso de Samara Spuldano, 21, que colocou o endereço de seu site de vídeos na máscara de coelhinha. Ali, ela promete colocar conteúdos educativos da área de gestão empresarial.
Questionados sobre a paquera do durante o evento, as pessoas ouvidas pela Folha Online disseram que "rola". "Às vezes acontece, mas como é um evento que tem maioria do público masculino, acaba sendo mais complicado", diz o estudante vestido de Jesus Cristo, quando ele já estava novamente usando o computador.
www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u372328.shtml
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