quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Timor Leste decreta prisão de 18 suspeitos; presidente pode ter alta

da Folha Online



A Justiça de Timor Leste divulgou nessa quarta-feira ordens de prisão de 18 suspeitos pelos atentados de segunda-feira (11) contra o presidente José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão. Também hoje, a equipe médica que atende Ramos-Horta anunciou que ele pode ter alta em duas ou três semanas.




O presidente foi atingido durante o ataque e está hospitalizado na Austrália, onde passou por três cirurgias. Gusmão saiu ileso.




"A lista preliminar contém 18 nomes, mas pode ser ampliada durante as investigações", disse o procurador-geral Longuinhos Monteiro.



Questionado sobre a validade das ordens de prisão, Monteiro disse que tem "99% de certeza sobre as acusações", mas não pretende mencionar os nomes dos acusados enquanto a polícia não os prender.



Analistas apontam que Timor Leste pode sofrer com uma onda de violência por conta da morte do líder rebelde Alfredo Reinado, que morreu no ataque a Ramos-Horta.




Alta

Bazuki Muhammad/Reuters
O presidente José Ramos-Horta pode receber alta em duas ou três semanas
O presidente José Ramos-Horta pode receber alta em duas ou três semanas



Após sobreviver à tentativa de assassinato do último domingo (10), Ramos-Horta, 58, foi levado de helicóptero à Austrália, onde está internado em condição estável no Hospital Real de Darwin, no norte do país.




Para o cirurgião Phil Carson, "caso tudo saia bem, imagino que em duas ou três semanas, ele esteja recuperado, antes mesmo de poder subir em um avião".




Carson disse que Ramos-Horta está sedado e continuará assim até sexta-feira (15). Até lá, ele deve passar por novas intervenções cirúrgicas.




"Mantemos a sedação porque ele sofreria muito caso estivesse consciente", declarou o médico.




Ele explicou que o líder timorense tem ferimentos decorrentes de duas balas que atingiram suas costas, sendo que uma passou pelo estômago e outra ficou alojada no pulmão direito.




"Viva Alfredo"



Centenas de aliados de Reinado --alguns gritando "Viva Alfredo"-- ocuparam a frente de sua casa, na capital Dili, durante o velório. Alguns queriam abrir o caixão para confirmar se o corpo era mesmo dele.




Arte Folha Online

Em 2006, Reinado liderou uma rebelião de 599 ex-militares que foram expulsos das Forças Armadas após fazerem denúncias de corrupção e nepotismo no governo. Mais de 10 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas e 37 morreram em combates promovidos pelos ex-militares chefiados por Reinado.




Apesar da apreensão sobre a retomada da violência no país, o parlamentar Adeito Hugo da Costa acredita que os atentados fortalecem o governo. "Os ataques mostraram quem tem boas intenções e quem não tem", disse.




Para garantir a segurança em Timor Leste, tropas australianas continuam a chegar diariamente a Dili, a fim de aumentar o contingente das forças internacionais de paz e da polícia especial mantida pelas Nações Unidas no país, com mais de 1600 policiais.




Com Reuters e Efe



http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u371905.shtml

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