segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Conselho afasta promotor acusado de assassinato

Do Diário OnLine


O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), em decisão unânime, determinou nesta segunda-feira o afastamento do promotor Thales Ferri Schoedl e suspendeu a condição de vitaliciedade de seu cargo. Ele é acusado de matar a tiros um jovem e de ferir outro em dezembro de 2004, na Riviera de São Lourenço, em Bertioga (SP).


A decisão do CNMP revoga votação do Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público de São Paulo, realizada na semana passada, na qual Thales foi mantido nas funções por um placar de 16 votos a 15. O mesmo órgão havia garantido o cargo vitalício (para sempre) do promotor, com direito ao salário de R$ 10,5 mil.


O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Rodrigo Pinho, manifestou nesta segunda-feira apoio à decisão do CNMP. Segundo ele, "quando os mecanismos formais falham, a solução é o controle externo". "O corporativismo não pode prevalecer sobre o interesse público", disse ele, referindo-se à decisão anterior do Órgão Especial do Ministério Público.

O afastamento de Thales tem caráter liminar e os advogados dele ainda podem recorrer.


Repercussão negativa – A 'absolvição' do promotor pelo Órgão Especial gerou a revolta dos familiares das vítimas e foi duramente criticada pela opinião pública. Além da manutenção no cargo e do salário de R$ 10,5 mil, Thales Schoedl havia conseguido o direito ao foro privilegiado, ou seja, não iria a júri popular pelo crime.


Para o procurador-geral Rodrigo Pino, a decisão em benefício do réu foi "lamentável".


O crime - No dia 30 de dezembro de 2004, Thales participava de um luau na praia de Bertioga quando um grupo de rapazes teria mexido com sua namorada. O promotor começou a discutir com eles e, em seguida, sacou uma arma e fez vários disparos.


Diego Mendes Modanez, 20 anos, foi atingido fatalmente. Já Felipe Siqueira Cunha de Souza, à época com 21 anos, foi baleado mas sobreviveu. Preso logo depois do crime, o promotor alegou legítima defesa.

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