N’DJAMENA, Chade - Tiros esporádicos foram ouvidos ontem em N’Djamena, capital do Chade, que se prepara para receber mediadores africanos. Depois de três dias de combates entre rebeldes e exército, a instabilidade aumentou na região, já insegura ao longo da fronteira com o Darfur, no Sudão. O ministro do Exterior, Ahmad Allam-mi, disse que os rebeldes que entraram na cidade no sábado foram afastados para cerca de 50km da capital e disse que N’Djamena estava calma.
Milhares de pessoas deixaram o país e mais de um mil foram feridas, inclusive muitos civis. “Acho que estão esperando reforços, mas a ameaça à segurança da capital foi afastada”, disse Allam-mi aos repórteres, depois de discutir com o ministro francês do Exterior, Bernard Kouchner.
O porta-voz do exército francês, Christophe Prazuck, relatou tiros no começo de ontem, mas disse que os rebeldes que buscavam derrubar o presidente Idriss Déby – que chegou ao poder encabeçando uma rebelião – parecem retidos nos subúrbios da capital. O chefe rebelde Mahamat Nouri disse à rádio francesa Europe 1 que aeronaves francesas bombardearam os rebeldes de domingo à noite até ontem. Nouri disse que os rebeldes estavam prontos para lançar uma nova ofensiva e que eles teriam conseguido tomar a capital se não fosse o exército francês.
O presidente francês Nicolas Sarkozy, falando aos repórteres de La Rochelle, disse que a França estaria pronta para lançar uma operação militar contra os rebeldes no Chade, mas apenas se fosse necessário. A França vai proteger oficiais e diplomatas da República Democrática do Congo e da Líbia que deveriam chegar ao país ontem, em missão da União Africana para mediar a crise. Há temores de que o conflito se alastre pela região. Oficiais chadianos acusaram repetidamente o presidente do Sudão, Omar al-Bashir, de apoiar os rebeldes. O Sudão nega o envolvimento e acusa, por sua vez, o Chade de ajudar rebeldes de Darfur.
Os combates na capital foram intensos nos últimos dias. Corpos estão espalhados pelas ruas e carcaças de tanques e outros veículos queimados permanecem abandonadas. Milhares de pessoas atravessaram o rio Chari em direção a Camarões. (AP)
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