sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Benazir: foi bomba, e não tiro

A contestada versão apresentada pelo governo do Paquistão para explicar a morte da ex-premiê Benazir Bhutto, em Rawalpindi, em dezembro, foi confirmada na manhã desta sexta-feira. A pedido do próprio presidente paquistanês, Pervez Musharraf, investigadores britânicos estudaram o caso para descobrir o que matou a líder da oposição -- e a conclusão da Scotland Yard foi de que Benazir Bhutto foi vítima da explosão de uma bomba.




Num primeiro momento, os próprios partidários de Benazir deram outra versão: segundo as testemunhas, Benazir havia sido atingida por tiros antes da explosão da bomba. O governo paquistanês deu outra versão, que chamou atenção em todo o planeta -- para as autoridades, ela havia batido a cabeça no teto do carro que a conduzia por um comício. A Scotland Yard confirmou que essa foi a causa da morte, mas ressaltou que o impacto foi produzido pela bomba, não pelo movimento do carro.




Quando as autoridades paquistanesas divulgaram a versão da lesão na cabeça, simpatizantes de Benazir protestaram, pois entenderam que o governo parecia culpá-la -- a ex-premiê teria se arriscado demais ao permanecer de pé com parte do corpo para fora do veículo. O relatório da Scotland Yard diz que Benazir foi vítima da explosão. Sua batida no teto do carro foi resultado do violento impacto dos explosivos detonados por um terrorista.




"A explosão causou uma violenta colisão entre sua cabeça e uma barra do veículo, provocando uma lesão grave e fatal", diz o relatório, assinado pelo investigador britânico John MacBrayne. O documento diz que há indícios de que o terrorista agiu sozinho -- antes, falava-se na participação de dois deles. O partido de Benazir rejeita a versão e continua dizendo que ela foi morta por um atirador. A polícia informa que o terrorista disparou uma arma antes de detonar a bomba, mas errou esses tiros.




A Scotland Yard trabalhou com um raio-x da cabeça de Benazir e com imagens do crime -- não foi possível fazer um exame no cadáver. O relatório garante, porém, que "há provas suficientes para a obtenção de conclusões confiáveis". "Os termos de referência foram limitados", contesta Sherry Rehman, porta-voz do partido de Benazir. "Ainda estamos examinando o relatíorio, mas é difícil acreditar em sua conclusão sobre a causa da morte."





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