terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Atentado suicida no sul de Israel deixa 1 morto e 11 feridos

Ataque é primeiro em um ano lançado por palestinos no território israelense; militantes podem ter entrado pelo Egito





Ap e Reuters




Um suicida palestino detonou ontem os explosivos que levava presos ao corpo em uma área comercial em Dimona, no sul de Israel, matando uma israelense e ferindo outras 11 pessoas. Foi o primeiro atentado suicida cometido por palestinos em Israel em mais de um ano. A polícia impediu um segundo ataque ao matar um homem-bomba antes que ele agisse.



Dois grupos responsabilizaram-se pelo atentado em Dimona, onde fica o reator nuclear de Israel: uma facção das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, ligadas ao movimento Fatah, do presidente palestino, Mahmud Abbas, e as Brigadas Al-Qassam, braço armado do movimento radical Hamas.



A facção da Al-Aqsa, que se identificou como Exército da Palestina, divulgou um vídeo dos dois suicidas lendo sua mensagem de despedida e disse que eles eram da cidade de Khan Yunis, na Faixa de Gaza. No entanto, o suicida morto pela polícia não parecia com nenhum dos dois militantes exibidos no vídeo.



Desde o dia 23 até domingo, mais de 700 mil palestinos de Gaza cruzaram a fronteira egípcia na área da cidade de Rafah, para comprar suprimentos, depois que militantes do Hamas destruíram parte da barreira que separa os dois territórios. Israel já havia alertado para a possibilidade de militantes de Gaza aproveitarem o caos em Rafah para infiltrar-se em seu território por meio da longa e porosa fronteira entre a Península de Sinai, no Egito, e o deserto israelense de Negev.



No vídeo de despedida, um dos suicidas - Loai al-Aghwani - diz que sua intenção era combater o que chamou de cerco de Israel à Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde junho. “(O ataque) vai restaurar a dignidade do povo palestino”, disse Aghwani, que tinha 20 anos.



Uma fonte do Hamas disse que os dois suicidas eram da cidade de Hebron, na Cisjordânia, e não de Gaza. A última vez que o Hamas assumiu a responsabilidade por um atentado suicida em Israel foi em agosto de 2004, quando 16 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas na explosão de dois ônibus em Beersheba, sul de Israel.



Na Cisjordânia, o presidente palestino condenou o atentado - que pode prejudicar as conversações de paz entre israelenses e palestinos - e a Fatah negou o envolvimento das Brigadas de Al-Aqsa. Já em Gaza, dezenas de homens comemoraram o atentado disparando para alto, enquanto parentes dos suicidas distribuíam doces.



Horas após o atentado suicida em Dimona, as forças israelenses lançaram um ataque aéreo na Faixa de Gaza e mataram Amer Qarmout, um alto comandante da Comissão de Resistência Popular, grupo palestino que costuma lançar foguetes contra Israel.



http://txt.estado.com.br/editorias/2008/02/05/

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