terça-feira, 28 de agosto de 2007

Justiça determina e MST desocupa fazenda Mariad

Os integrantes do Movimento Sem Terra que ocupavam a fazenda Mariad I desde o último domingo, deixaram a área ontem (28/08) à noite em cumprimento ao mandado de reintegração de posse expedido pelo juiz Mário Vivas. A saída era para ser cumprida imediatamente e o documento foi levado por dois oficiais de Justiça que estavam acompanhados das Polícias Federal e Militar. O delegado da PF em Juazeiro, Marcelo Weber conseguiu uma flexibilização na ordem de saída para dar tempo às famílias do MST se organizassem para deixar a fazenda.


“Sabemos que o momento é delicado e devemos negociar de forma a ter uma desocupação pacífica e sem uso da força”, afirmou o delegado que acompanhou a saída. O clima entre trabalhadores rurais e MST não transcorria como desejava o movimento que ocupou a fazenda Mariad pensando em “apoiar e reforçar a luta dos trabalhadores por uma definição da Justiça e do governo em relação ao destino da empresa”. Os funcionários não aceitaram a presença dos sem terra e se revoltaram contra a permanência deles no local de trabalho.


“Nós só vamos voltar a trabalhar quando não tiver mais nenhum sem terra dentro da fazenda. Ninguém aqui vai retomar as atividades com pessoas estranhas segurando facões ao lado”, asseguravam os trabalhadores da Mariad I que fecharam a Ponte Presidente Dutra na segunda-feira (27) por mais de 3h em protesto ao MST e reivindicando pressa na nomeação de um interventor. O engenheiro agrônomo Rogério Alves de Santana foi nomeado e diz que recebe nesta quarta-feira “processo judicial e começamos o trabalho imediatamente”. A notícia animou os funcionários da Mariad a exemplo de Vera da Silva. Ela disse que nunca “viveu uma situação como essa” e tudo que quer é encerrar o trabalho e ir embora. Em carros da empresa Mariad, os sem terra deixaram a fazenda, mas antes realizaram uma assembléia onde definiram como positiva e satisfatória a ocupação diante “da imediata nomeação de um interventor e da repercussão que houve devido a ocupação”.

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