Um destacado comandante da guerrilha taliban foi morto num raide conjunto das forças norte-americanas e afegãs, esta madrugada, na província de Helmand, no sul do país, anunciou o Ministério da Defesa local.
Sayed Salahuddin/Reuters (arquivo)
O "mullah" comandava a região oeste do Afeganistão durante o regime taliban
Durante a governação dos taliban (1996-2001), o "mullah" Brother — como é apelidado pelos seus companheiros de armas — comandava a região oeste do Afeganistão, tendo integrado o Conselho Supremo do regime, liderado pelo "mullah" Omar, de quem seria um dos mais próximos colaboradores.
Segundo um comunicado do Ministério da Defesa — os taliban ainda não reagiram à notícia — o raide foi desencadeado depois de uma coluna militar afegã ter caído numa emboscada entre as cidades de Sangin e Sarwan, numa zona onde os rebeldes têm estado muito activos.
Após o ataque foram chamados reforços à zona e pedido apoio aéreo às forças americanas, mas o "mullah" terá sucumbido "provavelmente nos combates em terra", revelou Zahir Azimi, porta-voz do ministério, sublinhando que "Brother estava na lista negra" dos antigos dirigentes mais procurados.
A Reuters recorda que um afegão condenado pelo assassinato, em 2001, de quatro jornalistas, entre eles dois correspondentes da agência britânica, contou em tribunal ter agido às ordens do "mullah" Brother. Os quatro jornalistas tentavam chegar a Cabul dias depois da queda do regime taliban, quando foram capturados por combatentes na estrada que ligava a fronteira paquistanesa à capital, tendo sido abatidos a tiro.
Se a informação se confirmar, a morte de Brother representa um sério revés para os rebeldes taliban, que nos últimos meses viram vários dos seus dirigentes serem mortos ou capturados pelas forças aliadas.
Em Maio, os EUA anunciaram terem abatido o "mullah" Dadullah, comandante operacional da guerrilha para o sul do Afeganistão. Em Dezembro do ano passado, um outro alto dirigente dos rebeldes, o "mullah" Mohammad Akhtar Osmani, foi abatido num raide aéreo, depois de o Exército paquistanês ter informado a aviação norte-americana da sua presença junto à fronteira.
No entanto, vários anúncios feitos pelos militares afegãos acabam por se revelar falsos, numa clara tentativa para empolar os sucessos da campanha contra as forças rebeldes, em curso desde o início do ano no sul do Afeganistão.
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