quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Dean alcança categoria 2 e ameaça território mexicano

Centro Nacional de Furacões prevê que furacão deve tocar terra até às 14 horas desta quarta-feira





Agências internacionais





AP
Presidente mexicano, Felipe Calderon, visita área devastada pelo furacão em Yucatán CIDADE




DO MÉXICO - O furacão Dean ganhou intensidade nesta quarta-feira, 22, e alcançou a categoria 2, com ventos de até 160 km/h, durante a passagem pela baía de Campeche, antes de tocar terra "dentro de algumas horas" na região de Tuxpan (Veracruz), também no México.





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No último boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês), divulgado às 12h (de Brasília), os meteorologistas de Miami afirmaram que o Dean chegou à categoria 2 na escala de intensidade Saffir-Simpson, que vai até 5.





O furacão apresentava na ocasião ventos máximos de 160 km/h, com rajadas ainda mais fortes, e a expectativa é de que sua intensidade não aumente de forma substancial antes de tocar terra nesta quarta "perto de Tuxpan, dentro de aproximadamente três horas", disse um meteorologista do NHC.





O Dean ingressou ontem em solo mexicano pela península mexicana de Yucatán como um furacão de categoria 5, arrancando árvores pela raiz, derrubando torres de distribuição de energia elétrica e destelhando casas, mas poupando em grande parte as estâncias turísticas da Riviera Maia. Nesta quarta, não havia informações sobre vítimas, apesar da intensidade do furacão.





Bastante enfraquecido pelo contato com a terra, o Dean atravessou a Península de Yucatán e entrou pela Baía de Campeche, no sul do Golfo do México, onde há mais de cem plataformas de petróleo e três portos de exportação.





O fenômeno se desloca pela baía de Campeche em sentido oeste-noroeste a uma velocidade de 30 km/h, e a previsão é de que mantenha essa trajetória até que toque terra perto de Tuxpan, no estado de Veracruz, acrescentou o NHC.





O olho do furacão se encontra na latitude 20,6 graus norte e na longitude 96,3 graus oeste, cerca de 155 quilômetros ao norte de Veracruz e cerca de 125 quilômetros ao leste-sudeste de Tuxpan.





O governo do México suspendeu o alerta de furacão (passagem do fenômeno em 24 horas) para o leste de Coatzacoalcos, mas mantém o aviso ao longo do Golfo do México, do norte de Coatzcoalcos até La Cruz.





Segue em vigor também na costa um alerta de tempestade, do norte de La Cruz até a baía de Algodones, perto da fronteira com os Estados Unidos.





O Dean já deixou pelo menos 13 mortos - quatro no Haiti, dois em Dominica, um em Santa Lúcia, quatro na República Dominicana e dois na Jamaica. Dois pescadores dominicanos seguem desaparecidos, e milhares de pessoas tiveram de ser evacuadas ou buscar refúgio durante a passagem do furacão.





O Dean causou danos estimados de forma preliminar em cerca de US$ 44 milhões em Dominica e Santa Lúcia, após arrasar grande parte das infra-estruturas locais e ocasionar estragos no setor agrícola, segundo relatórios oficiais.





Desastre





O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) do México advertiu sobre possíveis cheias nos rios e deslizamentos de terra no leste do país, em conseqüência das intensas chuvas que precedem a chegada do furacão.





"O centro e o leste do país são muito montanhosos (...) Há muitas regiões suscetíveis a inundações", disse a meteorologista Mónica Jiménez, do SMN.





De acordo com a meteorologista, é muito provável que o Dean volte a atingir o território mexicano por volta de 14h (16h de Brasília), em algum ponto localizado entre Tuxpan e Ribeira Rica, em Veracruz.





No entanto, Jiménez lembrou que muitas nuvens já podem ser vistas nas regiões de Tamaulipas, Nuevo Leon, no centro do país e inclusive na capital mexicana.





"Hoje e amanhã (quinta-feira), a zona de risco abrangerá todo o leste do país, assim como o centro, o sul e o sudeste", acrescentou Jiménez. O céu está claro na península de Yucatán, a mais afetada pelo Dean na terça-feira.





Os riscos em Veracruz, o estado com mais rios do México, se localizam nas zonas montanhosas e no leito dos cursos fluviais, que "tendem a subir de nível", constituindo uma ameaça para a população da região.





Dos 212 municípios do estado, 167 foram declarados em estado de emergência, indicou o governador Fidel Herrera.





"Veracruz está preparada, organizada, mobilizada e atenta ao desenvolvimento deste fenômeno meteorológico", assinalou.





Segundo fontes oficiais, cerca de 50 mil pessoas foram evacuadas até agora nessa região, onde espera-se que caiam entre 50 e 250 litros de água por metro quadrado por dia.

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