Thomas Mukoya/Reuters
A onda de violência começou no domingo, depois de ter sido anunciada a reeleição do Presidente Mwai Kibaki
Em Nairóbi
Quénia: polícia reprime milhares de opositores do Presidente
Agências
A oposição queniana, liderada por Raila Odinga, cumpriu a sua ameaça e milhares de apoiantes da sua candidatura - que saiu derrotada nas eleções de domingo - saíram hoje às ruas de Nairobi. O Presidente Mwai Kibaki acusou ontem o seu rival político de "genocídio" e "limpeza étnica" pela onda de violências políticas que varrem o país e que já matou pelo menos 300 pessoas, segundo organizações locais e internacionais de Direitos Humanos.
Apesar dos apelos à calma por parte da comunidade internacional, a oposição cumpriu as suas ameaças e manifestou-se no centro da capital. A polícia do Quénia tinha avisado que actuaria contra os manifestantes e, desde o início dos protestos, lançou gás lacrimogénio e utilizou canhões de água contra várias centenas de opositores do governo daquela nação africana. O Governo deu mesmo autorização aos agentes para atirar a matar contra os manifestantes mais violentos.
De acordo com a Reuters, os manifestantes marcharam por uma das principais estradas de Nairobi, bloqueando praças e ruas, ao passo que alguns agentes perseguiram seguidores de Odinga que transportavam paus.
De acordo com a AFP, dois deputados da oposição foram detidos pela polícia em Kisumu (oeste do país), por terem incitado os partidários de Odinga a manifestarem-se, indicou fonte policial.
A onda de violência começou no domingo, depois de ter sido anunciada a reeleição do Presidente Mwai Kibaki, que de imediato tomou posse para novo mandato, apesar dos fortes protestos da oposição.
Uma enorme multidão incendiou anteontem uma igreja nas proximidades da cidade de Eldoret, na província queniana de Rift Valley, no Ocidente do país, tendo morto pelo menos três dezenas de pessoas que aí se encontravam refugiadas.
A situação vivida actualmente é uma luta de poder entre o maior grupo, os kikuyu, ao qual pertence o Presidente e que tradicionalmente detém o poder, e os luo, terceiro maior grupo, ao qual pertence o líder da oposição, Raila Odinga.
Apesar dos apelos internacionais, em Nairobi pouco ou nada faz crer numa reconciliação imediata: depois de ter colocado como condição para se encontrar com o Presidente Kibaki, que este renuncie à sua declaração de vitória presidencial, o líder da oposição Raila Odinga manteve hoje a sua concentração de apoiantes.
do site:
Nenhum comentário:
Postar um comentário