segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Em comunicado lido por Chávez, Farc dizem que atividade militar impediu entrega de reféns

O Globo OnlineAgências internacionaisBom Dia BrasilCBN

O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, caminha com o ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner e o enviado brasileiro Marco Aurelio García ao chegar a Villavicencio - EFE

CARACAS e VILLAVICENCIO, Colômbia - Integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disseram em comunicado lido pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, nesta segunda-feira, que a intensa atividade militar da Colômbia impediu a entrega dos três reféns que a guerrilha havia prometido libertar. Ao ler a carta da guerrilha na rede de televisão estatal venezuelana, Chávez disse que não vai desistir da operação que idealizou para receber os reféns: a ex-congressista Consuelo González, de 57 anos; a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas, de 44 anos, e o filho dela Emanuel, nascido no cativeiro em 2004. O presidente pediu à Colômbia um cessar fogo unilateral para que os seqüestrados possam ser libertados. (Veja como deveria ser a operação )




- As intensas operações militares realizadas na zona nos impedem por enquanto de entregar a você (os reféns) Clara Rojas, Emmanuel e a ex-parlamentar (Consuelo) Gonzalez de Perdomo, como era nosso desejo - disse Chávez, ao ler o comunicado da guerrilha.






" O governo colombiano ofereceu todas as garantias para que esta operação possa ser adiantada "

Pouco antes, o presidente colombiano, Alvaro Uribe, chegou a Vilalvicencio, no centro do país, para se reunir com os observadores internacionais que vão acompanhar a operação de resgate de reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ele pretende reiterar o compromisso do governo para garantir a libertação de três seqüestrados da guerrilha, cercada de incertezas depois de sucessivos adiamentos. O governo responsabilizou as Farc pela demora em concluir a operação.






- Ao chegar, (o presidente) falará com os comissários internacionais para deixar absolutamente claro que o governo colombiano ofereceu todas as garantias para que esta operação possa ser adiantada - disse o alto comissário colombiano para a paz, Luiz Carlos Restrepo.






Segundo o comissário, Uribe deixará claro que a guerrilha marxista "inexplicavelmente não entregou qualquer tipo de informação ao governo venezuelano", que coordena a operação. Algumas versões indicam, no entanto, que operações militares colombianas seriam o motivo da demora das Farc em informar o local exato onde os reféns serão entregues.






Chávez admite possibilidade de cancelar operação





Tensão, expectativa e incerteza marcam o último dia do ano na Colômbia. A promessa de resgate dos três reféns - a congressista Consuelo González, 57 anos; a assessora parlamentar Clara Rojas, 44 anos, e o filho dela Emanuel, nascido no cativeiro - atravessou o fim de semana sem uma solução e o governo da Venezuela já admite que pode demorar ainda vários dias. Diante da demora das Farc, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, idealizador do plano, afirmou que já teme pelo cancelamento do resgate dos reféns e denunciou uma conspiração americana contra a operação.






Integrantes da comissão internacional que viajou à Colômbia para acompanhar a operação - entre eles o ex-presidente argentino Néstor Kirchner - já estudam a possibilidade de voltar a seus países de origem para passar o réveillon em casa. Nesta segunda-feira, o chanceler venezuelano Nicolás Maduro, chegou de supresa ao aeroporto de Villavicencio, no centro de Colômbia, onde vai revisar a operação com o alto comissário para a Paz, Luiz Carlos Restrepo.






O resgate já havia sido adiado no sábado. A expectativa é que a libertação seja feita ainda nesta segunda-feira. A diretora da Delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha na Colômbia, Bárbara Hintermann, pediu às Farc que dêem logo as coordenadas para que seja feito o resgate dos três reféns que a guerrilha prometeu libertar. Segundo ela, o pedido é de caráter humanitário, já que as famílias dos seqüestrados esperam há muito tempo.






Depois de um dia inteiro de expectativas, a segunda fase da missão Emanuel foi adiada novamente no domingo. O alto comissário para a paz, Luiz Carlos Restrepo, disse que o governo colombiano não tem responsabilidade pelo atraso e que está dando todas as garantias para operação. Mas jornais venezuelanos e colombianos especulam que a garantia não cobre possíveis ataques de grupos paramilitares durante o resgate e que isto está retardando o processo de liberação dos três reféns.






Mais dois helicópteros chegam ao aeroporto de Villavicencio

Tripulação prepara helicóptero venezuelano MI-17, marcado com símbolo da Cruz Vermelha, que será usado para o resgate de reféns das Farc. Foto de Jose Miguel Gomez

No início da tarde de domingo, hora local, dois novos helicópteros chegaram ao aeroporto de Villavicencio. São menores do que aqueles que estão pousados desde sábado. Isso pode significar que o local do resgate é de difícil acesso para aeronaves grandes. Por causa da chegada dos aparelhos, o governo colombiano concedeu mais 72 horas de prazo para o cumprimento da missão humanitária.






Enquanto os helicópteros permanecem no aeroporto de Villavicencio, aumenta a expectativa pela localização dos reféns. Na Venezuela, os parentes de Consuelo e de Clara e Emanuel torcem para que neste último dia do ano a ansiedade seja substituída pela felicidade e que a meia-noite traga de verdade o início de um feliz ano novo.




do Site:

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2007/12/31/327829681.asp


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