segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Enviado da ONU encontrará chefe da junta de Mianmar


Por Aung Hla Tun





YANGON (Reuters) - O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) Ibrahim Gambari foi informado de que se encontrará na terça-feira com o chefe da junta militar de Mianmar, na tentativa de convencer o governo do país a moderar a repressão contra as manifestações pró-democracia, as maiores dos últimos 20 anos.





Gambari viajou na segunda-feira para Naypydaw, a recém-construída capital no meio da floresta, na esperança de transmitir ao general Than Shwe a preocupação internacional com a repressão da semana passada às passeatas lideradas por monges budistas.





Farhan Haq, porta-voz da ONU, disse em Nova York que Gambari recebeu dos militares a notícia de que "ele poderá se encontrar com o general Than Shew na terça-feira".





O principal objetivo da visita de Gambari, com aval do Conselho de Segurança da ONU, é convencer a junta a abrir um diálogo com a oposição.





O embaixador britânico Mark Canning disse que a China, que tem grande influência sobre a junta, defendeu que a missão de Gambari seja a mais abrangente possível. Por isso, Pequim obteve permissão para que ele voasse para Naypydaw, onde encontrou o primeiro-ministro em exercício, general Thein Sein, e os ministros de Informação e Cultura.





Gambari então voltou a Yangon, antiga capital e maior cidade birmanesa, para um encontro de uma hora com a líder oposicionista Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz, que passou quase 12 dos últimos 18 anos em prisão domiciliar --sua situação atual.





A volta imediata de Gambari a Naypidaw despertou esperanças de que esse vaivém diplomático esteja surtindo efeito.





Than Shwe, no entanto, tem tradicionalmente mostrado dar pouca atenção ao mundo exterior.
Após passeatas que atraíram até 100 mil manifestantes, governos ocidentais afirmam que o número de mortos na repressão aos protestos pode ser muito maior que os 10 informados pelo governo.





Em 1988, a repressão a uma dissidência semelhante provocou estimadas 3.000 mortes. (Reportagem adicional de Ed Cropley em Bangcoc, Evelyn Leopold nas Nações Unidas e Paul Eckert em Washington)


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