Letícia Casado
Do Diário do Grande ABC
A taxa básica de juros, a Selic, deve cair meio ponto percentual, para 11,5% ao ano, na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). E o brasileiro vai sentir o impacto no bolso: devem baixar os juros cobrados nos financiamentos.
“A queda da Selic vai reduzir custo do crédito e aumentar o nível de emprego. Vai estimular os investimentos das empresas, as vendas no varejo e na indústria”, aponta Pedro Raffy, professor de economia brasileira da Trevisan Escola de Negócios.
Quanto maior o corte, melhor para o consumidor – desde que o corte seja sustentável e não gere inflação.
O problema em arrochar a taxa básica de juros é o receio do descontrole da inflação no País. Se a demanda fica maior do que a oferta, os preços disparam, e a taxa precisa ser elevada para conter a demanda.
Todos os economistas ouvidos pelo Diário apostam na redução da Selic para 11,5%. Para a LCA Consultoria, Banco Fibra, Trevisan e os economistas consultados pela pesquisa Focus do Banco Central, o Copom manterá esse ritmo.
Para as instituições, apesar de alguns fatores estarem mexendo com os ânimos do cenário doméstico, ainda há espaço para reduzir a taxa sem provocar efeitos negativos na economia.
Entre eles, estão as oscilações dos mercados norte-americano e europeu, a alta nos preços dos alimentos no País e o aumento da utilização da capacidade instalada na indústria.
Este último indicador poderia sinalizar queda na produção no curto prazo – o que leva à inflação.
O Banco Fibra disse em nota que os riscos do atual ritmo de expansão da demanda doméstica sobre a dinâmica inflacionária no médio prazo ainda são pequenos.
“Investimentos e importações têm contribuído para expandir a oferta de forma a suprir a ampliação da demanda e evitar maiores impactos sobre os preços”, destaca o Banco Fibra.
Na contramão deste grupo está o Banco Fator de Investimentos; a entidade mantém projeção de corte de 0,25 p.p.
José Francisco Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, não vê diferenças no curto prazo seja com corte de 0,25 ou 0,50. Segundo ele, nem inflação ou câmbio serão afetados. “Pode dar uma acalmada na bolsa, mas não acho que será muito forte”, diz. A decisão será anunciada na quarta-feira.
Aposta de especialistas é em queda de meio ponto
Daniel TrielliSucursal Diadema
Previsível e conservadora. Na opinião das lideranças empresariais da região, são as duas palavras que devem definir a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa básica de juros a ser feita nesta quarta-feira.
Tanto representantes do Ciesp e da Fiesp (respectivamente o Centro e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) acreditam que o Copom vai cortar a taxa Selic em 0,5 pontos percentuais. “Como foi feito da última vez e como está sendo previsto por especialistas”, diz o diretor da regional da Fiesp em Diadema, Rinaldo Dini. “Essa variação está até conservadora. A inflação não só está contida, mas também não há indicativo que ela volte. ”
Walter Bottura Júnior, diretor-adjunto do Ciesp Diadema, compartilha a opinião. “Mais uma vez vai ser reduzido em meio ponto”, aposta. “É óbvio que os empresários que seria um ou um e meio. Mas não interrompendo a tendência de queda, menos mal.”
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