As comissões da Organização Mundial do Comércio (OMC) encarregadas das negociações agrícolas e sobre bens industriais estão a ultimar as propostas relativas a essas questões, que apresentarão nos próximos dias, para relançar a Ronda de Desenvolvimento de Doha.
Segundo fontes da organização internacional, os textos serão divulgados entre segunda e terça-feira e imediatamente enviados aos 150 países membros para que os analisem com atenção.
O objectivo dos documentos, elaborados pelo presidente da comissão de negociações agrícolas, o embaixador neozelandês Crawford Falconer, e o seu homólogo na área industrial, o canadiano Don Stephenson, é que os países tenham propostas concretas que possibilitem o avanço das negociações, que se encontram num impasse há quase um ano.
Iniciada em 2001, a Ronda de Desenvolvimento de Doha, com a qual se pretende eliminar os entraves ao comércio mundial, atravessa um momento delicado que tanto pode conduzir a um relançamento das negociações como a um congelamento prolongado das mesmas.
Sob a ameaça do receado fracasso de Doha, os países enfrentam agora os últimos dias de Julho, que vão ser cruciais para conseguir o objectivo estabelecido: alcançar um acordo antes do final deste ano.
Depois de analisarem os rascunhos apresentados pelos presidentes das comissões, os países manterão diversas reuniões em que se verá se existem pontos de acordo sobre os textos.
Nessas reuniões, que provavelmente se realizarão a partir de 23 de Julho, serão também preparadas as negociações para regressar ao trabalho em Setembro.
Assim, no dia 26 decorrerá a reunião da Comissão de Negociações Comerciais e no dia seguinte a do Conselho Geral.
Apesar das reuniões programadas, a agenda de negociações deixa pouca margem para o esperado impulso que os países se propuseram conseguir antes de Agosto.
O último golpe no processo foi o fracasso dos Estados Unidos, União Europeia (UE), Brasil e Índia, que integram o chamado Grupo dos Quatro (G-4), na aproximação das suas posições, numa reunião que realizaram em Junho na Alemanha.
Um acordo entre os Estados do G-4 teria impulsionado o resto dos países a comprometerem-se com avanços concretos e permitiria manter a esperança de concluir com êxito a Ronda de Doha antes do final de 2007.
Diário Digital / Lusa
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