sábado, 2 de fevereiro de 2008

Bola Preta arrasta multidão fantasiada no centro do Rio

Segundo organizadores, 500 mil foliões participam do evento.
Luiza Brunet é musa do bloco tradicional, que completa 89 anos.
Alexandro Martello Do G1, no Rio
Simone Marinho
Ag. O Globo
Luiza Brunet, musa do Bola Preta, leva o estandarte do bloco (Foto: Simone Marinho/Agência O Globo)





O carnaval popular do bloco carnavalesco Cordão do Bola Preta, anima o Centro do Rio de Janeiro na manhã deste sábado (2), arrastando uma multidão de 500 mil, segundo informações dos organizadores.






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Mais do que animação, os foliões exibem as tradicionais fantasias e exaltam a continuidade do bloco carioca, que perdeu sua sede e ganhou outro espaço cedido pela Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro pouco antes do início do carnaval deste ano.




Luiza Brunet





A madrinha da bateria do Cordão do Bola Preta, Luiza Brunet, é um dos grandes destaques da agremiação neste ano de 2008. Animada, acena para os foliões presentes e esbaja simpatia. A matogrossense também sai neste ano na escola de samba Imperatriz Leopoldinense como madrinha da bateria.





O bloco, conhecido como o "quartel general" do carnaval de rua carioca, executa marchinhas e sambas conhecidos, levando muita empolgação à multidão presente.




Foliões



Seu Valdir, uma versão carioca do Bin Laden, veio munido de uma arma de madeira e, apesar do clima festivo, mostra certo receio disfarçado. "Você é da Interpol? Está querendo ganhar dinheiro e me entregar para os Estados Unidos", afirma em tom de descontração à reportagem do G1.





Além da diversidade de fantasias, o bloco também traz para a irreverência do carnaval carioca. Fantasiado de baiana, com um grande adorno na cabeça, e se autodenominando Sandra, Adagoberto Arruda esbanja carisma e tira fotos, a pedidos, com outros foliões presentes. Diz que sempre soube que o Bola Preta não acabaria. "Aqui ninguém fica infeliz. A tradição é puxada pelo povo", diz ele.

Francisco Carlos, conhecido pela alcunha de "Seu Chico" ("se não ninguém me reconhece"), já vem ao Bola Preta há 15 anos. "É tranquilo. Ainda dá para trazer a família", diz ele, destacando o lado democrático do carnaval de rua carioca.






Daniela Dantas também compartilha dessa visão. Ao lado de seus filhos de 7 e 11 anos, diz que sempre traz seus meninos para o evento. "A gente vem para brincar", acrescenta seu filho João.





Letícia Alves, de 60 anos, também não perde o desfile do Bola Preta, que sai todo sábado de carnaval pela manhã há 89 anos. "É a cara do carioca. É um patrimônio, por isso não pode acabar", diz.

Eduardo Nicolau
Ag. Estado/AE
O bloco atraiu uma multidão (Foto: Eduardo Nicolau/Agência Estado)
Quem não chora não mama






"Quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta. Lugar quente é na cama, ou então no Bola Preta." A tradicional marchinha de carnaval, de autoria de Nelson Barbosa e Vicente Paiva, marca registrada do Bola Preta, empolga novamente os foliões neste carnaval.




Em 2007, a música, assim como o Cordão do Bola Preta, foram declarados patrimônio cultural do Rio de Janeiro pelo governo do estado. O carro de som puxa, e o povo vai atrás entoando os famosos versos.



http://carnaval.globo.com/Carnaval2008

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