Ministra da Igualdade Racial é a campeã dos gastos com cartão corporativo do governo
Leonencio Nossa, de O Estado de S.Paulo
A ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, telefonou nesta sexta-feira, 1, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para lhe pedir uma audiência e anunciou, em entrevista coletiva, sua demissão.
Na avaliação de assessores da Presidência, a situação de Matilde no governo é insustentável, depois de apontada como a recordista de gastos com o cartão de crédito corporativo, no ano passado.
Campeã dos gastos com cartão corporativo, a ministra prestou contas sobre suas despesas na quinta ao presidente.
Matilde foi sabatinada pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento), Franklin Martins (Comunicação Social) e Jorge Hage (CGU). No diagnóstico do governo, ela cometeu "grave irregularidade" porque, além de tudo, contrariou a Lei de Licitações ao fazer compras num free shop.
O secretário-especial da Pesca, Altemir Gregolin, também foi chamado a dar explicações logo depois que Matilde deixou o Planalto. A situação dele, no entanto, é considerada aceitável pelo governo, já que seus gastos com cartão corporativo (R$ 21,6 mil em 58 roteiros de viagens realizadas em 2007) envolveram agendas de trabalho e técnicos da CGU não encontraram irregularidades.
Novas medidas
Em coletiva, na quinta, o ministro Paulo Bernardo disse que Lula assinará um decreto que altera as regras para uso dos cartões. As principais medidas:
- Proibição de saques em dinheiro para pagamento de despesas que poderiam ser pagas com o próprio cartão
- Proibição do uso do cartão corporativo para compra de bilhetes aéreos e pagamento de diárias a servidores.
- Encerramento do prazo de 60 dias de todas as contas correntes abertas em nome de servidores, onde são depositadas verbas relativas ao suprimento de fundos do Tesouro. O ministro Jorge Hage explicou que essas contas correntes são conhecidas dentro do governo como contas "tipo B".
Cartões Corporativos
Os cartões corporativos foram introduzidos no governo FHC, para, segundo o governo, facilitar a transparência das contas.No dia 13, o Estado revelou que ministros do governo Lula registraram altos gastos com cartão para quitar despesas de viagem.
O objetivo era diminuir os gastos por meio da comprovação de notas, um procedimento de prestação de contas menos transparente. O governo argumentou, em ofício encaminhado ao TCU no fim do ano passado, que os gastos com suprimentos de fundo estão sendo substituídos pelo cartão corporativo.
http://www.estadao.com.br/geral/not_ext52,0.htm
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