MACON, EUA (AFP) — Após a vitória nas primárias da Carolina do Sul, que deu um novo fôlego à sua campanha, o senador Barack Obama quer provar que não é candidato de uma minoria e sim de todos os americanos.
O pré-candidato presidencial democrata Barack Obama discursa após anúncio de sua vitória nas primárias da Carolina do Sul, em Columbia |
"Temos a coalização mais diversa", assegurou na noite de sábado o jovem senador de Illinois aos seus partidários.
Contudo, Obama, que quer representar "a mudança", deverá confirmar rapidamente que é capaz de reunir, como prometeu no sábado, "jovens e idosos, brancos e negros, hispânicos, asiáticos e indígenas".
Mais da metade dos eleitores democratas da Carolina do Sul são negros e os índices da votação mostraram que Obama se beneficiou de 80% dos votos dessa comunidade, com 24%, em contrapartida, dos brancos. Apesar de Obama nunca ter feito da cor da sua pele um tema de campanha, este fator foi decisivo, até agora, na corrida para a Casa Branca.
Em 1984 e 1988, o militante negro Jesse Jackson também venceu as primárias democratas na Carolina do Sul, mas estas vitórias tiveram principalmente um valor simbólico. Diferente de Jackson, Obama não é um candidato simbólico. O perigo para sua campanha, indicam os especialistas, é justamente se apresentar como "o candidato negro".
Entretanto, a grande prova para os pré-candidatos democratas acontecerá em nove dias, quando 22 estados realizarão suas primárias, na chamada "Superterça".
A principal rival de Obama, Hillary Clinton, é favorita em Nova York, na Califórnia, Nova Jersey e Massachusetts. Estes quatros estados enviarão 970 delegados para a convenção que designará formalmente o candidato democrata.
Enquanto Obama se concentrou na Carolina do Sul, Hillary já começou sua campanha da Califórnia, Nova York e Nova Jersey.
O porta-voz da campanha de Obama, Robert Gibbs, disse à AFP que o candidato espera vencer em Illinois - por onde é senador -, Georgia, Alabama e outros estados onde se organizam cáucus (assembléias eleitorais), um sistema particular de votação em que os eleitores escolhem o seu candidato após um debate. Ele acrescentou ainda que Obama pode vencer em estados que são compostos quase que exclusivamente por brancos, como Iowa.
A campanha para as primárias democratas já tomou dimensão nacional. Hillary se encontra no Tennessee, um dos estados mais disputados para a "Superterça". Obama viajou na noite de sábado para Macon, Georgia, e em seguida irá para o Alabama.
John Edwards, que viu suas possibilidades diminuídas, deve viajar para a Georgia, Missouri e Tennessee.
Entre os estados que realizarão primárias em 5 de fevereiro, há localidades muito progressistas, como Nova York e Califórnia, e outras mais moderados, como o Kansas. Alguns têm uma forte comunidade negra (Georgia e Alabama), outros uma importante presença hispânica (Arizona, Novo México) e outros são majoritariamente brancos (Dakota do Norte, Minnesota).
Os republicanos, por sua vez, realizarão suas próximas primárias na Flórida em dois dias. John McCain e Mitt Romney estão disputando voto a voto. Segundo uma pesquisa publicada no domingo pela C-Span, os dois candidatos têm 30% de intenção de voto.
O ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, que apostou todas as fichas neste estado, aparece em quarto lugar, atrás do ex-governador do Arkansas Mike Huckabee.
http://afp.google.com/article/ALeqM5gkBfFu_7Lvslj95jXCFJfA9lgC7Q
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