Por Emmanuel Jarry
RIAD (Reuters) - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, no começo de uma visita ao Oriente Médio na qual espera garantir bilhões de dólares em contratos comerciais para empresas francesas, ofereceu ajuda para que a Arábia Saudita desenvolva um programa pacífico de energia nuclear.
Depois do território saudita, onde se reuniu com o rei Abdullah, Sarkozy parte rumo ao Catar e então aos Emirados Árabes Unidos, país no qual deve assinar um acordo de cooperação atômica, na terça-feira.
"A respeito da transferência de tecnologia, o presidente levantou a questão da energia nuclear civil (na conversa com o rei Abdullah)", disse um integrante da delegação francesa.
Segundo Sarkozy, uma equipe de especialistas da área estava pronta para visitar a Arábia Saudita nas próximas semanas a fim de "estudar as possibilidades".
O dirigente francês, que já assinou acordos de cooperação nuclear com a Argélia e a Líbia, nações árabes e produtoras de petróleo, não esconde sua opinião de que todos os países têm o direito de dominar a tecnologia atômica.
"Sempre disse que o mundo muçulmano não tem menos direitos do que o restante do mundo quando se trata de usar a energia nuclear para fins civis com o objetivo de atender a suas necessidades, tudo em conformidade com as obrigações previstas nas leis internacionais", disse Sarkozy ao jornal árabe al-Hayat, publicado em Londres.
A empresa francesa Total confirmou na segunda-feira que desenvolveria dois reatores de terceira geração nos Emirados Árabes Unidos em parceria com a Suez e com a fabricante estatal de reatores atômicos Areva.
O Conselho de Cooperação do Golfo - uma aliança econômica e política pouco coesa que reúne seis países árabes do golfo Pérsico, entre os quais os Emirados - disse no ano passado que estudava a possibilidade de adotar um programa conjunto de energia nuclear e entrou em contato com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para se informar do assunto.
A Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, beneficia-se atualmente dos preços recorde do combustível, que chegaram a cerca de 100 dólares o barril. Muitos líderes mundiais visitaram a Arábia Saudita nos últimos dois anos em busca de garantir para as empresas de seus países uma parte desses lucros.
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