quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Bush encerra viagem com poucos avanços

SÃO PAULO - O presidente americano, George W. Bush, encerrou ontem oito dias de visita ao Oriente Médio com uma breve visita ao Egito. Em um encontro com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, no balneário de Sharm el-Sheikh, Bush disse esperar que o Egito dê passos em direção à democracia. No entanto, ele evitou criticar diretamente o governo Mubarak que, mesmo sendo criticado por violações aos direitos humanos, recebe anualmente dos EUA US$2 bilhões de ajuda. Em um discurso sobre democracia no domingo em Abu Dabi, Bush também não fez nenhuma menção ao Egito, mas disse que “não se pode obter confiança quando se realiza eleições nas quais os candidatos da oposição estão presos. “Não se pode erguer uma nação moderna e segura quando não se permite às pessoas emitir suas críticas legítimas”.




As monarquias no Golfo Pérsico não deram indícios de que estão dispostas a deixar o poder, levando Bush a elogiar as pequenas reformas na região, como as eleições em Bahrein, Kuwait e Emirados Árabes, alguns dos países visitados pelo líder americano. A maior viagem de Bush pelo Oriente Médio terminou com a retomada das negociações sobre questões-chave entre palestinos e israelenses, mas sem nenhum acordo prático. Em sua primeira visita a Israel e à Cisjordânia como presidente, Bush adotou um tom duro com Israel e disse que já era hora de pôr fim aos 40 anos de ocupação da Cisjordânia. Também pressionou por uma solução para a questão dos refugiados palestinos e propôs uma compensação financeira. Mas, ao mesmo tempo em que Bush pressionava o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, a conter a expansão dos assentamentos, novas casas começavam a ser construídas em um bairro palestino em Jerusalém Oriental. Quatro dias após Bush deixar Jerusalém, Israel lançou uma grande ofensiva na Faixa de Gaza, matando 19 palestinos. A Autoridade Palestina qualificou os ataques como um “tapa na cara” aos esforços de paz de Bush.




Para Steven Cook, analista do Council on Foreign Relations, a visita de Bush à região foi apenas cosmética e as conversações de paz devem sofrer revezes assim que o presidente voltar para casa. “Como Bill Clinton, Bush tentou dar um impulso às negociações de paz antes de deixar o cargo. Mas o problema é que houve uma contradição em sua visita à região. Advertir constantemente sobre a ameaça iraniana e tocar os tambores da guerra é um grande desvio dos esforços de paz”, disse à AE Ahron Bregman, especialista em Oriente Médio do Kings College, de Londres. (AP)




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Mulher-bomba mata nove no Iraque





BAGDÁ - Uma mulher com explosivos escondidos sob as vestes se explodiu ontem perto de um popular mercado e uma mesquita xiita na turbulenta província de Diyala, ao norte de Bagdá, matando nove pessoas. A mulher também morreu. Outras seis pessoas ficaram feridas nesse atentado, ocorrido em Khan Bani Saad, 15km ao sul de Baquba, a capital provincial. Foi o quarto atentado suicida a bomba realizado por mulheres no Iraque nos últimos três meses, todos em Diyala. O ataque ocorreu na manhã de ontem, quando os comerciantes abriam suas lojas no início de uma jornada de trabalho. Khalaf Ibrahim, 35 anos, disse que caminhava em direção ao mercado para abrir sua tabacaria quando escutou a explosão.




“Eu ouvi um estrondo e depois vi fumaça na área do mercado”, disse Ibrahim. “Eu corri com outras pessoas para ver o que havia acontecido. Quando cheguei, vi pedaços de carne humana, duas pernas decepadas, muito sangue no chão”, contou Ibrahim. (AP)

do site:

http://www.correiodabahia.com.br/exterior/noticia.asp?codigo=145768

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