sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Javier Solana "desapontado" após negociações com Irão

Responsável da UE deverá voltar a reunir-se em Dezembro com medidador iraniano

30.11.2007 - 17h32 AFP, Reuters
O alto responsável para a Política Externa da União Europeia, Javier Solana, afirmou-se hoje “decepcionado” com as negociações que manteve com o mediador iraniano para o dossier nuclear do Irão.

“Deve admitir que após cinco horas de conversações esperava mais. Estou desapontado”, afirmou Solana aos jornalistas, depois do encontro que decorreu em Londres.

O mediador iraniano Said Jalili fez, por outro lado, um balanço positivo do encontro, anunciando que acordou com Solana voltarem a reunir-se “no próximo mês”.

Os dois responsáveis falaram em separado aos jornalistas, após as negociações que mantiveram desde as 10h00 em Lancaster House, na capital britânica.

Já na embaixada do Irão, em Londres, depois do encontro com Javier Solana, Said Jalili advertiu que uma nova resolução da ONU contra o Irão não impedirá o país de prosseguir com o seu programa de enriquecimento de urânio.

O responsável iraniano afirmou que os Estados Unidos e os seus aliados “adoptaram três resoluções e não obtiveram nada”, enquanto o “Irão conseguiu sucessos tecnológicos importantes”. “Não conseguiram impedir o Irão de dominar o enriquecimento de urânio”, reforçou Jalili, assegurando que se a comunidade internacional “mantiver o mesmo caminho [adoptar uma nova resolução], não o conseguirá”.

Dois blocos de sanções foram já votados pelo Conselho de Segurança da ONU contra o Irão, perante a recusa em abandonar o seu programa nuclear. Teerão afirma, por sua vez, que o seu programa é estritamente pacífico, apesar se ser acusado de se pretender dotar de armamento atómico.

As seis grandes potências envolvidas nas discussões sobre o programa nuclear iraniano – Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha – decidiram no final do passado mês de Setembro em aguardar até ao mês de Novembro para proporem sanções reforçadas na ONU, caso o Irão mantivesse a sua recusa em cooperar na questão do nuclear.

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