quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Google 'contrata' colaboradores para tornar web mais social

Gigante abre espaço para criação de recursos usados no Orkut e em outros sites. 'É como se o Google tivesse contratado mil engenheiros para o Orkut', comparou executivo.


JULIANA CARPANEZ

Do G1, em São Paulo

O Google anunciou oficialmente nesta quinta-feira (1) o lançamento da plataforma OpenSocial, que poderá ser usada por desenvolvedores de todo o mundo na criação de aplicativos para diversas redes sociais -- Orkut, LinkedIn, hi5, Friendster, Plaxo e Ning. De acordo com o gigante das buscas, o objetivo do projeto é criar uma internet mais social, em que as pessoas possam acompanhar os hábitos, gostos e ações de outros usuários.

Juntas, as empresas que fazem parte da aliança reúnem mais de 100 mil usuários on-line. É possível que outros sites de relacionamento se juntem futuramente ao projeto de padronização, mas os gigantes MySpace e Facebook -- sexta e sétima páginas mais acessadas da web, segundo a empresa de monitoramento Alexa -- ainda estão fora da iniciativa.

Nessa fase inicial, o projeto está voltado para desenvolvedores. A partir da meia noite desta sexta-feira (2) no horário do Pacífico (5h de sexta no horário de Brasília), o Google pretende disponibilizar no endereço code.google.com um link para a página OpenSocial, que dará todas as informações necessárias para os desenvolvedores criarem e disponibilizarem seus aplicativos para o projeto. Esses recursos, que levam o nome de “widgets”, serão programados nas linguagens HTML e Java Script. “É como se o Google tivesse contratado mil engenheiros para contribuir com o Orkut”, comparou Zachary John, gerente de produtos dessa rede social.


Por enquanto, as novidades ainda não estarão disponíveis para os usuários desses sites. “A data de estréia das novidades ainda não foi definida. O lançamento para o público vai acontecer no momento em que o projeto estiver bom o bastante para isso”, afirmou Eduardo Thuler, gerente de produtos do Google. Então, será possível adicionar às páginas das redes sociais uma infinidade de recursos criados pelos desenvolvedores que seguem os padrões do projeto OpenSocial.


Widgets


O site de relacionamentos Facebook, que não está ligado à parceria, criou essa possibilidade de colaboração há alguns meses e atualmente oferece a seus internautas mais de sete mil widgets. Com essas ferramentas, o internauta pode divulgar para onde já viajou, as línguas que fala, colocar papéis de parede personalizados, informar o livro que está lendo e criar sua árvore genealógica, por exemplo. As possibilidades são inúmeras e marcam um novo momento das redes sociais: a da batalha dos recursos, que passaram a ser utilizados para atrair mais público.

Os desenvolvedores das aplicações do OpenSocial – assim como aqueles que criam widgets para o Facebook -- poderão lucrar com suas invenções. Para isso, podem associar a seus produtos os serviços de divulgação de anúncios, a principal fonte de lucros do Google. “Um widget que exibe os vídeos favoritos dos usuários e de seus amigos poderá também mostrar links de empresas que vendem filmes”, exemplificou Zachary John. Os anúncios associados aos widgets não serão divulgados dentro das redes sociais: eles aparecerão quando o internauta clicar no aplicativo, abrindo uma página própria dessa ferramenta.

De acordo com o Google, não haverá uma censura prévia dos recursos disponibilizados pelos desenvolvedores. Se os responsáveis pelo gerenciamento das redes encontrarem ferramentas inapropriadas, elas poderão ser excluídas.



Gráfico social


Alexandre Hohagen, diretor-geral do Google Brasil, afirmou em entrevista ao G1 que essa vasta oferta de recursos fez com que os usuários redescobrissem as redes sociais. “Eles passaram do nível de simplesmente enviar e receber mensagens, para começar a entender as intersecções de interesse entre as pessoas cadastradas nesses serviços”. O executivo define essa possibilidade de os usuários acompanharem as ações de seus amigos ou das pessoas que admiram como “gráfico social”.

E as informações que compõem esse gráfico são oferecidas principalmente pelos inúmeros recursos das redes sociais. Quanto mais dessas ferramentas, mais os usuários poderão saber sobre seus amigos, conhecidos e pessoas que consideram interessantes.

No foco dessa guerra pela oferta de recursos está a conquista por novos usuários das redes sociais (eles também podem funcionar como um motivo para os “veteranos” não migrarem para outros sites). Uma das principais razões pelo grande interesse nos usuários é simples: superpopulosos, os universos digitais atraem anunciantes, que estão dispostos a pagar para mostrar seus produtos e serviços a grandes audiências.

“As grandes redes sociais estão ligadas a empresas que querem explorar ao máximo o valor econômico de seus produtos. Para isso, elas oferecem aos anunciantes a possibilidade de relacionamento com um universo muito vasto de pessoas”, explicou Marcelo Coutinho, diretor-executivo do Ibope Inteligência.

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