As equipes de Saúde de Sumaré empenhadas no combate à Dengue retomam, na segunda-feira, dia 29, , a caçada às larvas do mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus que transmitem a doença. O trabalho conhecido como levantamento do Índice de Breteau chegou a ser feito na Área Cura, no dia 23, mas foi suspenso com o início de chuvas contínuas, desde o dia 24. Por isso, o cronograma das buscas foi refeito e elas devem ocorrer até o dia 7 de novembro, em todas as regiões da cidade. No feriado prolongado, dias 1 e 2 (Finados), os agentes de saúde interrompem a busca de casa em casa para se empenharem num trabalho especial, no Cemitério Municipal, local onde algumas pessoas ainda insistem em levar vasos ou deixar os plásticos (celofane) nas flores, criando ambiente para o acúmulo de água, que se tornam criadouros do mosquito.
Segundo Sérgio Rumin, coordenador do Combate à Dengue no Município, a chuva será benéfica aos trabalhos, pois permitirá que seja feito um levantamento mais real sobre a infestação do mosquito em todas as regiões de Sumaré. Segundo o novo cronograma, os levantamentos do Índice Breteau serão das 8h30 às 16 horas, com as equipes percorrendo, em dias úteis, as seguintes regiões pré-definidas : Matão (29 de outubro); Maria Antonia (30); Nova Veneza (31); Altos de Sumaré, região do Cristo (5 de novembro); Centro (6) e Picerno (7). O trabalho pode durar mais de um dia em determinada região, caso os agentes não consigam, por algum motivo, trabalhar pelo menos 400 casas.
Entre os impedimentos para a realização dos trabalhos estão desde fatores climáticos até a ausência de pessoas no imóvel e mesmo proibições, por parte de alguns moradores, de que agentes verifiquem seus quintais. Segundo agentes de saúde, o tempo seco não permite um trabalho eficiente em relação à localização de larvas do mosquito, pois ele se desenvolve em água limpa e parada e os ovos do Aedes são quase imperceptíveis a olho nu e podem ficar até mais de um ano sem receber água e mesmo assim eclodirão quando tiverem contato com o líquido. Prova disso, é que no dia 23 de outubro, os agentes de saúde localizaram apenas dois locais com larvas do mosquito em 502 casas trabalhadas, de 25 dos 450 quarteirões da Área Cura. As larvas estavam em caixas d´água e quase todos os quintais tinham criadouros em potencial, como pneus, garrafas, latas, pratinhos de plantas. A busca poderá voltar a ocorrer na Área Cura, dependendo da situação que os agentes encontrarem nas demais regiões no trabalho que será feito após os três dias de chuvas fracas, mas permanentes, que atingiram a região.
O trabalho
Orientados por escolhas de quarteirões feitas por computadores, 10 equipes da Vigilância em Saúde Coletiva de Sumaré começaram, em todo o município, terça-feira (23 de outubro) nova caçada às larvas do mosquito transmissor da Dengue. Em duplas, as equipes percorrem as casas , sendo que em cada região serão visitados de 20 a 30 quarteirões, sorteados aleatoriamente por computadores, momentos antes das caçadas. Na Área Cura ,foram batidas em 708 casas de 25 dos 450 quarteirões dos bairros. Dessas casas, 502 (70,9%) foram trabalhadas pelos agentes; 202 (28,5%) estavam fechadas e em 4 (0,6%) os responsáveis não permitiram a verificação, sendo estas duas últimas situações chamadas de pendências.
O Ministério da Saúde e a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) consideram 25% de pendências como a ideal e, no caso da Área Cura, chegou ao índice de 29,1%, somando-se casas vazias e recusas. “Foi um ótimo índice, pois chegamos a ter 40% de pendências naquela área”, destacou Sérgio Rumin, coordenador de Combate à Dengue em Sumaré, que reafirmou que os bairros podem ser novamente visitados para o Índice de Bretau após as chuvas. Em cada região é preciso que, pelo menos, 400 casas sejam efetivamente trabalhadas. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ideal é que o índice seja zero, enquanto que os índices 1 e 2 são considerados toleráveis.
Outras medidas
No início de outubro, as equipes municipais de Saúde de Sumaré instalaram mais de 260 telas mosquiteiras em caixas d´água e tambores dos bairros Bom Retiro, Bandeirante I e II e Calegari, na Área Cura. Este ano, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) passa pela pior epidemia de dengue de sua história e a preocupação é que a situação não piore com a chegada das chuvas. Para isso não acontecer, além do empenho de equipes de Saúde, como está ocorrendo, é fundamental a mobilização da comunidade na eliminação dos criadouros. Neste dia 26 de outubro, Sumaré registra os seguintes números de casos de dengue: 3.852 casos positivos, sendo que dez deles foram contraídos em outras cidades (importados) e os demais autóctones (no município); 683 resultados foram negativos e havia 1.396 notificações para serem analisadas.
Breteau de 2006
Em setembro de 2006, o Departamento de Controle da Dengue da Prefeitura de Sumaré divulgou o índice breteau do município, conforme seguem os dados referentes a cada uma das áreas, nos meses de fevereiro e agosto: Centro (índice 3,4 em fevereiro e zero em agosto); Picerno ( 1,8 e 0,6 ); Nova Veneza (5,6 e 0,4 ); Dall´Orto (2,4 e 1,0); Maria Antonia (7,9 e 0,6); Matão (6,8 e 1,0); Área Cura (6,0 e 1,2) e Área Rural (4,8 e 0,7 ). Lembrando que o índice Breteau de 0 a 2 é considerado normal/tolerável, de 2 a 4 requer alerta e acima de 4 é caso de risco e devem se intensificar as ações.
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