quarta-feira, 2 de abril de 2008

Filho afirma que Ingrid Betancourt faz greve de fome e corre para a morte

da France Presse, em Paris
da Folha Online



O filho de Ingrid Betancourt, Lorenzo Delloye, afirmou nesta quarta-feira que a mãe iniciou uma greve de fome em desafio à guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, e que "corre para a morte" em um "último combate" para obter sua libertação.




"Mediante este gesto inaudito em tais circunstâncias, mamãe iniciou com as Farc e com o presidente Uribe um combate que os coloca ante suas responsabilidades diante da história. Têm de tirar suas máscaras", disse Delloye em uma entrevista coletiva em Paris.




Segundo Delloye, a refém franco-colombiana, seqüestrada há mais de seis anos pelas Farc, parou de se alimentar há quase cinco semanas. "Isto demonstra que, apesar de sua extrema fragilidade, não perdeu nem um pingo de sua combatividade e lucidez", afirmou. "Minha mãe está correndo para a morte", destacou, no entanto, ao enfatizar a urgência da situação.




Ao se dirigir ao comandante das Farc, Manuel Marulanda, o filho de Ingrid Betancourt disse que não pede apenas que salve a vida de uma mulher, mas que leve em consideração a imagem que passará ao mundo. "A você cabe decidir se ficará para sempre como um criminoso de guerra, tratado como tal, ou se entrará nos livros como um ser humano", afirmou.




Delloye saudou as "iniciativas fortes" do presidente Uribe, "que fazem renascer a esperança", mas disse que as atitudes "não devem se limitar ao simbólico". "Quero acreditar que o senhor aumentará a vigilância para que seus homens respeitem o cessar-fogo e para que a missão humanitária enviada pela França possa socorrer minha mãe sem problemas", disse Delloye.




Missão



O presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou nesta terça-feira o envio iminente à Colômbia de uma "missão humanitária", depois de ter pedido ao líder das Farc a libertação imediata de Betancourt, que segundo ele está "em perigo de morte iminente" depois de seis anos em cativeiro na selva.




Sarkozy telefonou para Uribe e decidiu enviar "imediatamente" uma "missão humanitária para tentar um contato com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e conseguir acesso" à refém franco-colombiana Ingrid Betancourt.




Durante a conversa, Sarkozy "expressou grande preocupação com as informações sobre a saúde de Ingrid Betancourt, que parece hoje estar correndo risco de morte", segundo um comunicado emitido pela Presidência francesa. De acordo com o chefe de Estado francês, a refém parece estar "em perigo de morte iminente".




Horas antes de o Palácio do Eliseu informar da ligação telefônica de Sarkozy a Uribe, o presidente francês havia se dirigido em mensagem televisiva ao chefe das Farc, Manuel Marulanda, para pedir a libertação imediata de Betancourt, refém da guerrilha desde fevereiro de 2002.




"Basta uma decisão de sua parte para salvar uma mulher da morte e manter a esperança de todos os que continuam detidos. Tome esta decisão: liberte Ingrid Betancourt", afirmou Sarkozy em sua mensagem ao chefe das Farc.



www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u388129.shtml

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