da Folha Online
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) se descolou do mercado americano no meio da tarde e opera próximo da estabilidade, retraído pela perspectiva de aumento da taxa básica de juros local.
O Ibovespa --principal indicador da Bolsa paulista-- recua 0,09%, a 60.396 pontos. O giro financeiro é de R$ 3,5 bilhões, com cerca de 141 mil negócios realizados.
Já o dólar comercial fechou hoje com avanço de 0,57%, sendo vendido a R$ 1,753. Em março, a moeda americana se valorizou 3,7%.
A turbulência da Bovespa tem duas explicações: os temores de aumento na taxa de juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Econômica) do Banco Central e a realização de lucros pelos investidores no último dia do primeiro trimestre.
"Há uma expectativa de que os juros comecem a subir", aponta Eduardo Roche, gerente de análise da Modal Asset Management. "Os dados de conjuntura [da indústria divulgados pela Fundação Getúlio Vargas] mostra que pode ser necessário aumentar os juros para segurar o consumo."
Os juros em alta prejudicam principalmente empresas que tem no mercado interno seu principal público-alvo. É o caso, por exemplo, de companhias aéreas, construtoras e comércio em geral.
EUA
Já o mercado americano reagiu positivamente ao indicador de produção na região de Chicago --uma das mais industrializadas do país-- feitos pelo ISM (Instituto de Gestão de Oferta, na sigla em inglês). O índice subiu para 48,2 pontos em março, contra 44,5 pontos em fevereiro. O mercado esperava que ficasse em 46,7 pontos. Os dados nacionais de produção manufatureira saem na terça-feira.
Com a notícia, o mercado se acalmou um pouco sobre a desaceleração econômica americana e sobre problemas relacionados à crise do crédito imobiliário de alto risco ("subprime"). Papéis do Citigroup, Merrill Lynch, Lehman Brothers e Washington Mutual apontam altas.
O índice Dow Jones avança 0,28%, enquanto que o tecnológico Nasdaq Composite tem ganho de 0,64%.
Na outra ponta, as ações das farmacêuticas Schering Plough e Merck despencam depois que uma pesquisa mostrou que o remédio Vytorin --produzido pelas duas empresas-- não possui efeito mais poderoso no combate ao colesterol ante remédios mais baratos e que já estão no mercado.
O governo americano ainda apresentou um projeto com um pacote de regras para o setor financeiro. A proposta mudará como o governo americano controla centenas de negócios, desde os maiores bancos do país e investimentos bilionários no setor imobiliário até o sistema de seguros e hipotecas. Porém, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, admitiu que tais medidas só devem fazer efeito no longo prazo.
www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u387544.shtml
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