segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Viana diz que espera de Chávez respeito ao resultado do referendo

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), disse esperar que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aceite com naturalidade o resultado do referendo do seu país. Chávez foi derrotado no referendo que perguntava se a população aceitava a proposta de reforma constitucional que previa, entre outras medidas, a ampliação dos poderes do Executivo.

"Eu só espero que ele [Chávez] acate o resultado com naturalidade, que não se insurja contra o resultado porque a autoridade do voto é um bem sagrado na democracia", disse Viana.

Segundo ele, o respeito ao resultado das urnas fortalece a democracia. "Acredito que as instituições sendo fortalecidas, a democracia fica fortalecida. O povo da Venezuela agiu com a sua legitimidade política para tratar o assunto com democracia."

A relação entre o Congresso brasileiro e o presidente venezuelano ficou abalada desde que Chávez disse, em julho deste ano, que o Senado Federal age "como um papagaio" do Congresso americano.

Em setembro, Chávez voltou a criticar o Congresso pelo atraso em aprovar a entrada do seu país no Mercosul.

No sábado, o senador José Sarney (PMDB-AP) disse que a Venezuela vive "um retrocesso" político e que a compra de armas pelo país pode criar uma "corrida armamentista" que colocaria em risco a paz da América do Sul, "o continente mais pacífico da face da Terra".

O peemedebista discursou na 7ª Conferência Anual da América Latina, no Conselho das Américas, em Nova York, na sexta-feira. Sarney já fez várias criticas ao governo de Chávez.

Referendo

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou nesta segunda-feira a vitória do "Não" no referendo a respeito da reforma constitucional proposta por Hugo Chávez, em um resultado que marca a primeira derrota eleitoral do líder venezuelano em 9 anos.

O resultado oficial contrariou as previsões das pesquisas de boca-de-urna, que mostravam uma vitória apertada do "Sim".

Com um total de 97% das urnas apuradas, 50,7% dos votantes --o equivalente a cerca de 4,5 millhões-- optaram pelo "Não", contra 49, 29% -- cerca de 4, 3 milhões-- que escolheram o "Sim".

Após a derrota, Chávez atribuiu o resultado negativo à abstenção de 44% registrada. Dos 16 milhões de eleitores, apenas cerca de 8,8 milhões foram às urnas depositar seus votos.

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