domingo, 2 de dezembro de 2007

Russos vão às urnas e previsão é de vitória de Putin

Reuters/Brasil Online

Por Conor Sweeney

MOSCOU (Reuters) - Os russos foram às urnas no domingo para votar numa eleição parlamentar que é vista pela maioria como um referendo sobre a atuação do presidente Vladimir Putin, e que ocorre em meio a acusações da oposição de que as forças pró-Kremlin têm vantagem injusta.

Os institutos de pesquisas dizem que o partido Rússia Unida, de Putin, vai conquistar uma vitória arrasadora e obter mais de 60 por cento das cadeiras no Parlamento. Mais de 100 milhões de russos têm direito a votar na eleição, realizada num dia de temperaturas abaixo do zero.

A previsibilidade do resultado e a ausência de debates sobre questões importantes provocaram a apatia dos eleitores, o que motivou uma campanha oficial para aumentar o comparecimento às urnas.

Putin, de 55 anos, é de longe o mais popular político russo, depois de presidir durante oito anos de boom econômico. Ele visa conservar sua influência depois de deixar a Presidência no início de 2008, e diz que uma manifestação clara dos eleitores lhe dará esse direito.

Os partidos de oposição, cada vez mais marginalizados, dizem que várias mudanças nas regras eleitorais, a cobertura fortemente enviesada da mídia, casos repetidos de pressão governamental sobre os eleitores e a participação do próprio Putin na campanha tornaram o pleito injusto.

"Esta é a eleição mais suja e irresponsável", disse a jornalistas o líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, depois de votar em Moscou.

"Se sob (o falecido presidente Boris) Yeltsin havia pelo menos duas maneiras de conseguir votos -a intimidação e a fraude com os resultados-, hoje já criaram pelo menos 15 maneiras de trair os eleitores e prendê-los numa armadilha."

A divulgação de pesquisas de opinião foi proibida nos dias que antecederam o pleito, mas os institutos de pesquisa dizem que o Partido Comunista é o único além do Rússia Unida que tem a garantia de conseguir mais do que 7 por cento dos votos, o limite necessário para ter direito a ocupar cadeiras na nova Duma.

Putin declarou que a eleição será inteiramente democrática. Ele criticou estrangeiros por "enfiarem seus narizes" nos assuntos internos da Rússia e acusou os políticos da oposição de serem fantoches de potências ocidentais.

O principal organismo ocidental de observação de eleições, ODIHR, não está monitorando a eleição, tendo desistido depois de um desentendimento com Moscou em torno do atraso na emissão de vistos de entrada no país.

Apenas cerca de 300 observadores estrangeiros, dos quais cerca de metade vinda de ex-repúblicas soviéticas, foram credenciados para acompanhar a eleição. O Kremlin diz que a observação por monitores é desnecessária porque a Rússia tem os mais altos padrões de democracia.

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