sábado, 8 de dezembro de 2007

Democratas exigem investigação sobre vídeos da CIA

Líderes do Partido Democrata americano exigiram nesta sexta-feira que seja aberta uma investigação criminal sobre o episódio da destruição de fitas de vídeo com imagens de suspeitos de pertencer à rede Al-Qaeda sendo interrogados por agentes da CIA (a agência de inteligência americana).




O senador Dick Durbin, o segundo democrata mais poderoso do Senado, pediu ao secretário de Justiça, Michael Mukasey, que investigue "se os agentes da CIA que destruíram essas fitas de vídeo e mantiveram as informações sobre sua existência fora dos procedimentos oficiais violaram a lei ou não".




Outros influentes democratas (partido de oposição ao governo do presidente George W. Bush) também manifestaram descontentamento com o episódio.




"Nos últimos seis anos, o governo Bush passou por cima dos nossos ideais e da lei", disse o senador Edward Kennedy. "Agora que o Congresso democrata (o partido tem a maioria) exige respostas, o governo está encobrindo seus atos febrilmente."




O Comitê de Inteligência do Senado prometeu uma profunda investigação sobre o episódio.




A revelação da existência e da destruição das imagens veio depois que o jornal americano The New York Times comunicou à CIA, na noite de quarta-feira, que iria publicar uma reportagem sobre a destruição do material, que conteria evidências de que "métodos cruéis" foram aplicados durante os interrogatórios.




Em comunicado enviado a todos os funcionários da agência na quinta-feira, o diretor da CIA, Michael Hayden, alegou que as fitas, gravadas em 2002, teriam sido destruídas em 2005 para proteger a identidade de seus agentes.




O senador democrata Carl Levin, presidente do Comitê dos Serviços Armados do Senado, colocou em dúvida a justificativa da CIA de que as fitas foram destruídas para proteger a identidade dos agentes.




"Por essa teoria, seria necessário destruir todos os documentos da CIA que tenham nomes de agentes", disse Levin.




Nesta sexta-feira, o presidente Bush, afirmou que "não lembra" da existência das fitas e que não sabia dos planos de destruí-las.




A porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, afirmou que Bush continua a ter confiança no diretor da CIA.




A revelação do episódio das fitas provocou muitas críticas de grupos de defesa dos direitos humanos, que acusam a agência americana de ter destruído provas de práticas equivalentes a tortura.




No comunicado interno, Hayden ainda disse que a CIA tinha conhecimento de que os primeiros interrogatórios teriam sido "severos", mas alega que uma inspeção realizada por órgãos de vigilância internos em 2003 apontou que as práticas utilizadas seriam legais.





De acordo com o correspondente da BBC em Washington Jonathan Beale, entre as técnicas aplicadas durante os interrogatórios estaria o afogamento, que segundo grupos de direitos humanos é enquadrado como tortura em vários tratados internacionais dos quais os Estados Unidos são signatários.




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