A Espanha espera que a controvérsia com o presidente venezuelano Hugo Chávez, ofendido porque o rei lhe pediu publicamente que se calasse, seja esquecida e não afete os interesses empresariais espanhóis no importante país exportador de petróleo. Chávez, que este ano nacionalizou grandes setores da economia sob sua denominada "revolução socialista", disse quarta-feira que revisaria as relações diplomáticas e empresariais com a Espanha, após o conflito na recente Cúpula Ibero-Americana, no Chile.
"Veremos como a situação evolui, esperamos que esfrie essa série de declarações", disse na quinta-feira o ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, em um café da manhã com empresários.
"A classe empresarial deseja recuperar a relação com as autoridades venezuelanas para poder continuar obtendo bons benefícios de seus investimentos na Venezuela", acrescentou.
Chávez mencionou os grupos Santander e BBVA, que possuem importantes bancos venezuelanos, como possíveis objetivos, e disse que a Venezuela, membro da Opep, não precisa de seus negócios. A petroleira Repsol também tem interesse no país.
Moratinos disse que a Espanha não cairia nas provocações e não responderia a Chávez, que tem se referido várias vezes ao incidente, no qual o rei perdeu a paciência com suas interrupções à intervenção do presidente espanhol José Luis Zapatero.
"Salvo acontecimentos que nos levem a rever nossa posição, nossa atitude é manter os canais diplomáticos abertos", disse o ministro.
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