GENEBRA - O Brasil terá de conseguir o voto de todos os 13 membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) se quiser fazer parte da entidade. Em Viena, na sede da entidade, e em Riad, onde ocorre nesta semana uma reunião ministerial da Opep, os comentários deixam claro que a adesão do Brasil à organização seria acima de tudo uma “decisão política”. Nos próximos dias, a Opep realiza sua terceira cúpula desde sua criação. A primeira ocorreu na Argélia, em 1975. A segunda foi realizada em Caracas, em 2000. Agora, o encontro ocorre em meio a um debate sobre como controlar os preços do petróleo, que batem recordes sucessivos.
Oficialmente, a Opep se recusa a falar da descoberta do novo campo de petróleo no Brasil ou das intenções do governo. “Não comentamos descobertas ou fatos envolvendo países que não fazem parte da organização”, afirmou Sally Jones, porta-voz da Opep. O secretário geral da entidade, Abdallah Al-Badri, também evitou fazer comentários sobre um eventual ingresso do Brasil na organização. Mas, nos bastidores, o anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a descoberta do novo campo poderia levar o país a pedir a adesão à Opep causou surpresa e expectativas por parte dos diplomatas dos países que fazem parte do grupo.
Para alguns, em Riad, a adesão do Brasil representaria um fortalecimento importante da organização, já que traria para dentro do grupo um país considerado como “moderado” na América Latina, além de contar com uma perspectiva de estabilidade. Segundo funcionários da entidade, se ficar provada a capacidade exportadora do Brasil, não haveria motivo para não aceitar o novo membro. A entidade aposta em parte na América Latina para ganhar legitimidade. O governo do Equador, que havia se retirado da Opep em 1992, anunciou há um mês seu retorno à organização durante a cúpula dos próximos dias.
Quito foi suspenso depois de uma falta de acordo em torno de cotas de petróleo exportado. O presidente equatoriano Rafael Correa deverá comparecer ao encontro na Arábia Saudita para confirmar a volta do país à entidade. O último país a entrar na Opep foi Angola, no início deste ano. Pelas regras, todos os membros da organização precisam dar seu voto positivo ao pedido de algum país que queira fazer parte do cartel. Na avaliação, os governos destacarão a capacidade exportadora do país candidato. Mas, acima de tudo, a conveniência política da adesão. (AP)
Fonte:
http://www.correiodabahia.com.br/exterior/noticia.asp?codigo=141438
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