Senado da República
As denúncias de que teve despesas pessoais pagas pelo lobista de uma construtora e de que apresentou documentos de falsas negociações agropecuárias ao Conselho de Ética do Senado não são as únicas acusações que pesam sobre o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Tanto ele quanto seu irmão, o deputado federal Olavo Calheiros (PMDB-AL), também são investigados por terem se apossado indevidamente de terras no estado de Alagoas. Há ainda suspeitas de que teriam ameaçado Antonio Gomes de Vasconcelos, primo dos Calheiros e autor das denúncias contra os dois.
Em reportagem publicada nesta quarta-feira, o jornal Folha de S. Paulo relata que as duas acusações – a de grilagem de terras e a de ameaça – já foram encaminhadas ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, responsável por investigar os parlamentares. Tudo indica que ele pode abrir mais uma investigação sobre os irmãos Calheiros.
Em Alagoas, a Corregedoria da Justiça do estado interveio no cartório de registro de imóveis de Murici (AL), depois de denúncia de grilagem feita pelo primo dos Calheiros. O órgão teria ajudado os irmãos a tomarem terras alheias. Segundo Vasconcelos, uma fazenda pertencente à família de sua esposa há mais de 200 anos surgiu em 2005 em nome de Dimário Calheiros numa lista do Ibama. O documento listava os proprietários de terras que teriam direito a indenizações do governo por terem terras situadas na reserva ecológica de Murici.
Dimário, que também é primo de Renan e Olavo, negou ser o dono da fazenda. De acordo com ele, os irmãos Calheiros teriam usado-o como laranja. Conforme a reportagem da Folha, Vasconcelos denunciou os dois por terem se apossado ilegalmente das terras, e também por crime ambiental na reserva de Murici. Sofreu ameaças depois que levou as acusações aos jornais da região. Vasconcelos teria sido então procurado por um terceiro primo seu em comum com Renan e Olavo, que lhe fez ameaças por conta das denúncias.
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