sábado, 4 de agosto de 2007

Preço da Suzano Petroquímica surpreende o mercado

Por Agnaldo Brito e Cleide Silva


Agência Estado O mercado financeiro considerou caro o valor pago pela Petrobras para a compra dos ativos e das participações da Suzano Petroquímica. Tomado o valor atribuído pelo mercado para as ações PN negociadas na Bovespa, a empresa era avaliada em R$ 1,292 bilhão na véspera da compra, cerca de R$ 1,4 bilhão a menos do que a oferta de R$ 2,7 bilhões da Petrobrás.

Luiz Otávio Broad, analista do setor petroquímico da Ágora Corretora, havia estimado recentemente em R$ 6,60 o preço da ação PN da companhia. Nesta avaliação, a Suzano valeria, segundo estimativa da Ágora, cerca de R$ 1,5 bilhão.“O valor seria um pouco maior do que isso, porque o comprador adquiriria as ações ON (que dão o controle) e isso exigiria um prêmio. Mas mesmo assim, o preço não alcançaria os R$ 2,7 bilhões”, afirmou.“Fizemos uma projeção detalhada do mercado e projetamos a empresa para os próximos 10 anos”, explicou Flávio Valadão, do ABN Anro, intermediário da negociação que durou quatro meses. “A precificação de mercado é coisa momentânea e essa aquisição é uma estratégia de longo prazo.”

O presidente da Petroquisa - braço químico da Petrobras -, José Lima de Andrade, acrescentou que a Suzano não tem valor isolado, mas é um núcleo de uma empresa maior, com vários outros ativos, como as participações na Petroquímica União, Petroflex e Riopol.Segundo os analistas do Banco Fator, a operação foi considerada vantajosa para os acionistas da Suzano, inclusive os minoritários. A Suzano tem definido em seu estatuto cláusula de tag along, ou seja, de que para cada oferta feita por ação ordinária, deve ser feita outra proporcional para ações preferenciais - neste caso, de 80%. A Suzano pertence à família Pfeffer.Sócios PrivadosO presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse que a Petrobras já está negociando a participação de empresas privadas na reestruturação do pólo do Sudeste, inclusive com o grupo Unipar. “

Não queremos ser a empresa dominante (no negócio). Queremos sócios privados e já estamos negociando parcerias.” Ele não revelou se a Petrobrás pretende manter participação majoritária ou minoritária na Suzano.O valor da transação será pago, em dinheiro, num prazo médio de dois meses, período em que o processo de oferta pública das ações deve ser concluído.“Essa aquisição se enquadra em nossa estratégia de retorno à atividade petroquímica”, disse Gabrielli. “Essa decisão nos permite acelerar o pólo petroquímico do Sudeste, pois esse é um mercado cada vez mais global que requer capacidade de capital, de tecnologia e de escala para expansão internacional”.

O negócio, segundo ele, sinaliza a intensificação de investimentos para a consolidação do setor, que precisa ter condições adequadas para atuar no mercado mundial. “

Acreditamos que a petroquímica exige grandes atores e esse movimento caminha nessa direção”.

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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